sábado, 28 de julho de 2018

Veranico - Flora Figueiredo


Veranico


* Por Flora Figueiredo


Resto de frio.
Desliza o arrepio
pela espinha dorsal
e se acaba.
Contraria o texto original.
Vem viração fora de hora,
que de repente caustica,
inquieta, abafa, falsifica
e a cada ano custa mais a ir embora.
Com esse prevarico de Verão,
fica o povo todo sem saber
se as estações é que cometem adultério
ou se sua terra é que começa a envelhecer.
Será isso Veranico ou climatério?


Poetisa, cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça - às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida. 




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