As
romãs
*
Por Paul Valéry
Duras romãs
entreabertas
Pelo excesso dos grãos de ouro,
Eu vejo reis, todo um tesouro
Nascer de suas descobertas!
Pelo excesso dos grãos de ouro,
Eu vejo reis, todo um tesouro
Nascer de suas descobertas!
Se
os sóis de onde ressurgis,
Ó romãs de entrevista tez,
Vos fazem, prenhes de altivez,
Romper os claustros de rubis,
Ó romãs de entrevista tez,
Vos fazem, prenhes de altivez,
Romper os claustros de rubis,
E
se o ouro sece cede enfim
Ante a demanda ainda mais dura
E explode em gemas de carmim,
Ante a demanda ainda mais dura
E explode em gemas de carmim,
Essa
luminosa ruptura
Faz sonhar uma alma que há em mim
De sua secreta arquitetura.
Faz sonhar uma alma que há em mim
De sua secreta arquitetura.
(tradução: Augusto de Campos)
*
Ambroise-Paul-Toussaint-Jules
Valéry foi um filósofo, escritor e poeta francês da escola
simbolista cujos escritos incluem interesses em matemática,
filosofia e música.
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