domingo, 30 de setembro de 2018

Índice


Literário: Um blog que pensa


(Espaço dedicado ao Jornalismo Literário e à Literatura)


LINHA DO TEMPO: Doze anos, seis meses e um dia de criação.


Leia nesta edição:


Editorial – Aprender a liderar.

Coluna Ladeira de Memória – Pedro J. Bondaczuk, crônica, “Aceitação e apatia”.

Coluna Direto do ArquivoEdmundo Pacheco, crônica, “O estupro do carcereiro - I”.

Coluna ClássicosCesare Pavese, poema,Disciplina”.

Coluna Porta AbertaJosé Ribamar Bessa Freire, artigo, “Aos eleitores do capitão Jair Messias Bolsonaro”.

Coluna Porta AbertaRobledo Morais, conto, “Um homem solitário”.


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A CAMINHO DO SUCESSO!!!

Tudo indica que meu novo livro, “Dimensões infinitas”, a “menina dos meus olhos” entre minha já vasta obra literária, em breve estará nas livrarias, ao seu alcance, querido e fiel leitor. Tão logo a possibilidade se transforme em certeza e seja confirmada a publicação, darei maiores detalhes sobre a editora, a data de lançamento e outras informações pertinentes. Por enquanto reitero o que já informei sobre esse livro. Dimensões infinitas reúne 30 ensaios sobre temas dos mais variados e instigantes. Nele abordo, em linguagem acessível a todos, num estilo coloquial, claro e simples (sem ser simplório) assuntos da maior relevância cultural tais como as dimensões do universo (tanto do macro quanto do microcosmo), o fenômeno da genialidade, a fragilidade dos atuais aparatos de justiça, o mito da caverna de Platão, a secular busca pelo lendário Eldorado, o surgimento das religiões, as tentativas de previsão do futuro e as indagações dos filósofos de todos os tempos sobre nossa origem, finalidade e destino, entre outros temas. É um livro não somente para ser lido, mas, sobretudo, para ser refletido. Meu desafio se, ou melhor, quando ele for publicado, é o de convencer os leitores (no caso você, meu caríssimo amigo) da sua qualidade e importância e transformá-lo num grande sucesso editorial. Por que não?!!! Afinal, já não sou mais, e há muito tempo, “marinheiro de primeira viagem. “Dimensões infinitas”, caso seja mesmo publicado (e estou convencido de que vai ser) será meu quinto livro, o segundo de ensaios. Conto com você, querido leitor, que nunca me abandonou nos meus momentos mais difíceis, como sempre contei. Estou esperançoso e confiante de que em breve essa esperança irá se transformar em euforia. Que os anjos digam amém!!!!

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CITAÇÃO DO DIA:

Pioneiros do mundo

As outras nações logo estarão na nossa rabeira. Somos os pioneiros do mundo, a vanguarda enviada no deserto das coisas não tentadas, para abrir um novo caminho no Novo Mundo que é o nosso. 

(Hermann Melville, sobre os Estados Unidos, no livro “White Jacket”).



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Obs.: Se você for amante de Literatura, gostar de escrever, estiver à procura de um espaço para mostrar seus textos e quiser participar deste espaço, encaminhe-nos suas produções (crônicas, poemas, contos, ensaios etc.). O endereço do editor do Literário é: pedrojbk@gmail.com. Twitter: @bondaczuk. As portas sempre estarão abertas para a sua participação.

Editorial - Aprender a liderar


Aprender a liderar



O ato de decisão faz com que aquele que o irá praticar, guardadas as devidas proporções, assuma, naquele momento fatal de decidir, o papel de um deus. Ou de um demônio. Leva o indivíduo a sentir a emoção do risco. Dá-lhe a oportunidade de antecipar o futuro. E isso é óbvio, porquanto, não se decide nada para interferir no passado. É uma tarefa impossível. O que já passou não é passivo, em circunstância alguma, de mudanças, posto que gere consequências.

Em texto anterior demonstrei que administrar – uma carreira, uma profissão, uma empresa ou uma vida – é tomar decisões. Concluí que há três tipos básicos de administradores: os especulativos, os tímidos e os indecisos. Na oportunidade, teci ligeiros comentários sobre os primeiros. Hoje, proponho-me a abordar os outros dois.

Ernest Dichter, no livro “Espelho, espelho meu... existe gerente mais eficaz do que eu?” (Editora McGraw Hill), afirma: “Seja em negócio ou em política, é possível que a tomada de decisão seja a tarefa mais importante de um administrador”. Eu aduziria que o é de qualquer pessoa, nas mais diversas circunstâncias de sua vida. Por isso, devemos estar preparados para esses momentos críticos, que não avisam quando vão acontecer. Precisamos disciplinar-nos. Claro que quem tem essa tarefa por profissão tem que estar muito melhor preparado do que quem não tem tamanha responsabilidade.

Para decidir com frieza e racionalidade, com maiores chances de acerto, a pessoa a quem couber essa tarefa precisa, antes de mais nada, controlar o próprio temperamento. Se for o caso, compete-lhe mudá-lo (para melhor, claro). Esse processo educativo, objetivando a tomada de decisões corretas e positivas chama-se “treinamento para a liderança”.

Quem administra, decide. E quem toma decisões é, por definição, líder. Para onde ele conduzir seus liderados, para lá eles irão. Para o bem ou para o mal, para o cume, para o “Everest” do sucesso ou para o abismo, para o “Grand Canyon” do fracasso; para o lucro ou para o prejuízo (ou, quando muito, para deixar ou não deixar fugir a oportunidade de ganhar).

Há quem entenda que liderança e impetuosidade seja uma dobradinha ideal. Não é. Pelo menos não sempre. E quando é, somente se faz válida quando bem dosada, temperada pela prudência. Se não for assim... será outra coisa qualquer, e nada boa, menos característica benigna da liderança. Talvez possa ser identificada como temeridade. Ou, até mesmo, como imprudência, se não como irresponsabilidade.

Michael J. Kami, no livro “Um...Dois...Três...Ação!!! Momento de decisão” (Editora McGraw Hill) observa que “o melhor líder é aquele que as pessoas mal notam que existe. Quando seu trabalho é completado e seu objetivo atingido, elas dizem: ‘fizemos tudo sozinhos’”. Seria, pois, uma espécie de “catalisador”. Teria o dom de extrair o máximo dos liderados, sem que estes sequer notem. Convenhamos, este tipo de líder, que não se deixa fascinar pelo “vedetismo”, é extremante raro, tanto em política, quanto nas empresas.

O administrador (portanto, líder) tímido, é o segundo dos três tipos citados por Dichter. `É o que – conforme o gênio austríaco do marketing garante – “só age quando pouca coisa pode dar errado”. Antes de tomar qualquer decisão, por mais corriqueira que seja, coleta todos os dados atinentes ao problema. É incapaz dos chamados “golpes de mestre”. Mesmo quando todas as evidências estão a seu favor, este “líder” (e aqui as aspas cabem como nunca), reluta, refuga e transmite insegurança aos liderados.

A argumentação do tímido, de que deseja ser “capaz de dormir à noite”, não convence. Por exemplo, se um administrador relutar no lançamento de determinado produto, mesmo que, após pesquisas de mercado, os dados mostrem que ele tem 65% de chances de ser bem aceito pelo consumidor potencial, ele estará agindo contra os interesses de sua empresa. Abrirá brechas para um eventual concorrente. Com isso, este pode desbancar a empresa a que está ligado da posição que ocupe no mercado.

O terceiro tipo de administrador, apontado por Enest Dichter, é o indeciso. É o que vive sempre “em cima do muro”. É o que foge de definições claras e objetivas. Confunde a cabeça dos liderados e bagunça a administração da sua empresa, com ordens e contraordens, num contínuo exercício de contradição. Poucas vezes aventura-se a tomar alguma decisão. E mesmo após tomá-la, nem sempre ela é irreversível (e há ocasiões em que não se pode reverter o que foi decidido sem que se pague preço proibitivo por essa reversão).

O administrador ideal é o que reúna as três características citadas simultaneamente. Que seja especulativo quando as circunstâncias exigirem. Que tenha certa dose de timidez, mas em doses ínfimas, adstritas rigorosamente à prudência. E que use a genuína sensatez quando, na comparação de resultados dos dados que dispuser não haja clareza sobre se estes são positivos ou negativos. Existe líder assim? Talvez sim, mas se houver, são raros. A tudo isso, é indispensável que os encarregados da tomada de decisões aliem, se possível, “dose cavalar” de criatividade.

Henry Desroche observou: “Alguém já disse que os homens fazem a própria história – e só faz história quem é criativo. Há colonização, fome? A criatividade é a esperança da humanidade”. Ao líder não pode faltar determinação – como a do ex-presidente norte-americano, John Kennedy, que, em 1961, no auge da guerra fria, afirmou: “Pagaremos qualquer preço, suportaremos qualquer encargo, enfrentaremos qualquer adversário para assegurar a vitória da liberdade no mundo”

Outra característica desejável é o senso prático, como o apregoado pelo cientista russo Tsiolkowski, que constatou: “A princípio surgem a ideia, a fantasia, o conto. Depois deles, o cálculo científico. E, então, os homens práticos tornam a ideia realidade”. Mas é indispensável, aos líderes de qualquer natureza, otimismo, ou seja, crença no sucesso dos empreendimentos que comandam e confiança na própria capacidade, ditada pelo eficaz aprendizado da liderança.

Boa leitura!

O Editor.


Acompanhe o Editor pelo twitter: @bondaczuk

Aceitação e apatia - Pedro J. Bondaczuk


Aceitação e apatia


* Por Pedro J. Bondaczuk


Os grandes homens, os gigantes da espécie, aqueles que com sua atuação promoveram os grandes saltos da civilização, fazendo com que o homem saísse das cavernas e ousasse enfrentar o espaço em busca de outros mundos, tinham (e têm, pois ainda existem), como principal característica, a persistência. Raramente desistiram de suas empreitadas.

Mostraram, além de coragem, competência e visão de futuro, exemplar vitalidade. Tentaram, erraram, voltaram a tentar, tornaram a errar, mas persistiram, até chegar ao que queriam. Não tiveram apenas vitalidade e persistência. Demonstraram outra virtude, raramente citada, mas que é fundamental para o sucesso de qualquer empreitada: tiveram a paciência de recomeçar. Quando a meta era alcançável, nunca se deram por vencidos. E foi exatamente isso que os tornou gigantes da espécie.

Há situações, porém, em que fica evidente que o objetivo a que nos propomos a atingir está muito além de nossa capacidade (física, mental e/ou intelectual). Isso fica claro após inúmeros recomeços e consequentes novos fracassos. Como persistência nunca foi sinônimo de teimosia, chega o momento em que temos que admitir que a tarefa deve caber a quem esteja mais apto do que nós para ela. Nessas circunstâncias, os gigantes da espécie demonstraram outra virtude, pouco realçada, mas de extrema valia: a aceitação.

Ressalte-se que esta não se trata – como se pode (erroneamente) supor – de atitude passiva, frustrada, covarde, de mera batida em retirada do campo de batalha. Aceitar nossas limitações não é isso. Não implica em derrota e muito menos em acomodação, pelo contrário. Deve ser um estímulo para que estudemos mais, para que nos preparemos com mais afinco e disciplina e para que nos fortaleçamos para novos desafios.

Os gigantes da espécie, quando aceitam o fato de não terem forças suficientes para realizar determinada tarefa, não se limitam a abandonar a luta e a esquecer o problema, como se ele nunca tivesse existido. Pelo contrário. Empenham-se, sobretudo, para encontrar substitutos que estejam habilitados a levar a bom termo a missão que não tiveram condições de conduzir. Trata-se, como se vê, de postura muito diferente da assumida pelos apáticos, que sequer tentam empreender o que quer que seja, mesmo que plenamente habilitados para a sua consecução.

Arthur Gordon – famoso escritor e editor norte-americano que, no entanto, é pouco conhecido no Brasil – tratou dessa distinção (que muitos não sabem, ou não querem fazer) de forma até bem didática. Reitero: aceitação e apatia estão muito distantes de serem sinônimos, de significarem a mesma coisa. A primeira implica em prudência, em atitude positiva, em honesta admissão de incapacidade, mas com a certeza de poder realizar muitas outras coisas para o bem comum. A segunda significa, apenas, passividade, omissão, falta de ânimo para aceitar qualquer desafio que a vida venha a lhes impor.

Entre os livros que Arthur Gordon escreveu, destaco “Um toque de beleza”, já lançado no Brasil, no qual, em determinado trecho, narra a história de um amigo surdo e quase cego, mas que, a despeito dessas deficiências, é uma pessoa positiva e alegre, que acima de tudo sempre procura extrair o máximo da vida, dentro das limitações físicas que tem. Ou seja, “aceita” sua condição. Não a lamenta e nem se coloca em postura de vítima. Mas não admite, nem de longe, ser apático. E não é!

Com os recursos que dispõe, é uma pessoa alegre, dinâmica e, a seu modo, feliz. Conhece, por exemplo, o segredo de uma boa risada para dissipar tristezas, desânimo e sentimentos de derrota. E não é, convenhamos, nenhum perdedor, longe disso. É um exemplo para os que o conhecem e com ele convivem (mesmo que não seja essa, conscientemente, sua intenção).

Arthur Gordon, em outro de seus textos (se não me engano, em um ensaio), faz a seguinte e relevante distinção: “Algumas pessoas confundem aceitação com apatia, mas há uma diferença fundamental entre as duas. A apatia não consegue distinguir entre o que tem e o que não tem remédio; a aceitação faz essa distinção. A apatia paralisa a vontade de ação; a aceitação liberta-a para aliviá-la de obstáculos invencíveis”. Simples, não é mesmo?

Não raro lamentamos obstáculos e dificuldades que temos que enfrentar durante a vida e lhes atribuímos culpa por eventuais fracassos que temos, o que é um álibi sem nenhuma consistência. A atitude mais correta é a de não culpar ninguém pelas nossas fraquezas. É a de considerarmos esses “acidentes de percurso” como privilégios, pois se tratam de desafios a vencer e que, se superados, valorizam nossas conquistas. Ou, quem sabe, de lições e alertas sobre os nossos limites e sobre o que tem e o que não tem remédio.

Mesmo que não venhamos a nos dar conta, temos forças físicas e/ou mentais para superar barreiras ou para recuar quando os obstáculos são nitidamente insuperáveis ou muito superiores à nossa capacidade. Para isso, fomos dotados de inteligência, arma irresistível quando utilizada com competência e persistência.

Obstáculos e dificuldades, portanto, são testes aos nossos limites, que nunca sabemos, a priori, quais são. O filósofo Epicuro já dizia, há vários séculos antes de Cristo: “Os grandes navegadores devem sua reputação aos temporais e tempestades”. Se não os superassem, não só não fariam as grandes descobertas que fizeram, como morreriam e seriam esquecidos, para todo o sempre, como se sequer existissem. Sejamos como eles. Mas aceitemos os recuos, quando indispensáveis, até para a preservação da nossa integridade física (quando não da vida), porém, sem jamais, em circunstância alguma, cair na tentação da apatia. É dessa forma (e só dela) que podemos nos tornar, também, num dos gigantes da espécie.



* Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991 a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk



O estupro do carcereiro - I - Edmundo Pacheco


O estupro do carcereiro – I


* Por Edmundo Pacheco


O Francês é um viado. Quem conhece o França, sabe do que estou falando. Não que ele seja gay. Pelo menos acho que não, mas que ele é viado, isso é. Henry Jean Viana é um dos melhores repórteres policiais que conheci. E olhe que essa é uma profissão em extinção. Hoje já não existem bons repórteres policias (e nem ruins). A área policial se transformou numa espécie de maldição. Ninguém quer. Até pra fazer a ronda, que hoje é feita por telefone, sentado numa cadeira confortável, sob ar-condicionado, os novos "jornalistas" reclamam. A chefia tem que obrigar, determinar, se não...

Mas, em 78, 79 a situação era muito diferente. E foi por essa época que o escritor "DiPacheco" se transformou no repórter Edmundo Pacheco. Escritor famosíssimo no bairro; poeta, longos cabelos louros, olhos azuis, e um corpinho de 50 quilos (bons tempos!!) o DiPacheco sonhava em viver das letras e encontrou uma doida que acreditou ser possível. Possível não foi, mas ganhou um emprego como presente de casamento: repórter. E foi assim que numa tarde de outubro de 1979 eu brotei na redação do O Jornal de Maringá, completamente cru, perdido, semianalfabeto e sem nunca ter visto uma máquina de escrever pela frente.

O "Verde" me recebeu (Verdelírio Barbosa, emérito causídico, dublê de jornalista, é uma figura que merece capitulo especial, meu padrinho de casamento e primeiro patrão. Por culpa dele, estou nessa estrada.) e encaminhou pro Venâncio (Claudiomiro era secretário do Verde) que me levou escada acima (a redação ficava num mezanino improvisado, feito de madeira bruta. Uma coisa horrorosa, que balançava a cada pisada).

Lá em cima havia uma fila de mesas: na primeira estava o Timbó (hoje doutor Francisco Timbó de Souza, outro emérito causídico maringaense), que escrevia sobre política,  na outra, o "Pópinho" (que fazia esporte, não me lembro o nome inteiro nem sei que fim virou), o Josué  (que encontrei dia destes e continua na mesma) e não sei bem o que fazia, e na seguinte o Adauri Antunes Barbosa (hoje, editor de política d'O Globo em São Paulo) e que era redator, revisor, copidesqui e coisas do gênero. E no cantinho o Osvaldo Lima, o chefe de redação.

Sempre com aquela cara de gozador e uma boa piada no canto da boca, Osvaldinho me recebeu com um sorriso, indicou uma mesa do outro canto da sala, onde havia uma Remington preta e me apresentou à nova função: repórter policial do O Jornal de Maringá!!!

Naquele primeiro dia não trabalhei. Não que a Osvaldo não esperasse uma produção, acho que ansiava por isso. Mas é que eu simplesmente não sabia o que fazer. E como ninguém me disse nada, passei a tarde ali, sentado, olhando pros jornais, mexendo na minha máquina e sentindo o coração palpitar de emoção.

Só no dia seguinte, acho que penalizado com a situação, o Adauri me deu o que foi algo parecido com minha primeira pauta. Num pedaço de papel datilografado, ele escreveu que eu deveria visitar a delegacia, pegar informações sobre ocorrências, passar nos bombeiros (que ficavam ao lado da delegacia) e depois voltar pra redação. Na redação deveria ligar pra outras delegacias, enfim, caçar informações. Se tivesse algo pra fotografar, que ligasse pra ele...

E assim parti pra minha primeira reportagem: peguei papel e caneta, desci as escadas chacoalhando tudo, saí na calçada da Avenida Brasil (o jornal ficava lá em cima, perto do Peladão, num velho galpão de madeira) e desci, a pé, em direção à Avenida Paraná, onde ficava a delegacia velha. Sim, a pé!!! Pensa que tinha essa moleza, carro com motorista, gravador, ar-condicionado, fotógrafo, é?

Nada disso! Eu ía e voltava a pé da delegacia todos os dias. E se tinha algo pra fotografar, tinha que pedir o telefone da mesa do delegado emprestado pra ligar pra redação (não existiam telefones públicos naquela época).

E foi nessas idas e vindas da delegacia que conheci o Francês. Acho que era repórter policial do O Estado do Paraná, na época, ou do O Diário. Muito brincalhão, logo fiquei amigo do sujeito de nome estranho. Enquanto eu ia e vinha a pé, o França era evoluído: tinha uma moto XL 250, uma câmera fotográfica e se virava. Era um senhor repórter e eu passei a admirá-lo...

Tanto, que ficou comum trocarmos informações. Na verdade ele, mais experiente, é quem me ajudava a coletar as informações, dava ideias pra matérias. Realmente um amigão.

Demorei meses pra perceber que, por trás da amizade, o sacana estava me manipulando, controlando o que levava de informação pro O Jornal, de forma que ele sempre tivesse uma notícia diferente, algo melhor etc.

E foi nesse período, até que percebesse a manobra do colega, que cometi o que deve ter sido a maior barbaridade de minha carreira (até o presente momento, pelo menos): estuprei o carcereiro.

Foi assim: numa tarde, cheguei à delegacia e havia uma movimentação estranha. Logo fui informado pelo solícito amigo do que se tratava. Um grupo de menores havia iniciado uma rebelião e, na confusão, conseguiram sequestrar o carcereiro (não me lembro o nome da figura, mas o França lembra. E conta isso até hoje e morre de rir, o malvado). Espere aí um cadim, semana que vem eu conto o fim da história.


(CONTINUA)

* Escritor por devoção, poeta por impulso, jornalista por profissão. Já foi repórter de impresso, pauteiro de TV, assessor de imprensa, revisor, diagramador, editor de texto de  TV, funcionário público estadual e municipal, entre outras coisas.






Disciplina - Cesare Pavese


Disciplina


* Por Cesare Pavese

O trabalho começa ao romper do dia. Mas nós começamos,
um pouco antes do romper do dia, a reconhecer-nos
nas pessoas que passam na rua. Ao descobrir os raros
transeuntes, cada um sabe que está sozinho
e que tem sono — perdido no seu próprio sonho,
cada um sabe no entanto que com o dia abrirá os olhos.
Quando a manhã chega, encontra-nos estupefatos
a fixar o trabalho que agora começa.

Mas já não estamos sozinhos e ninguém mais tem sono
e pensamos com calma os pensamentos do dia
até que o sorriso vem. Com o regresso do sol
estamos todos convencidos. Mas às vezes um pensamento
menos claro — um esgar — surpreende-nos inesperadamente
e voltamos a olhar para tudo como antes do amanhecer.

A cidade clara assiste aos trabalhos e aos esgares.
Nada pode turvar a manhã. Tudo pode
acontecer e basta levantar a cabeça
do trabalho e olhar. Rapazes que se escaparam
e que ainda não fazem nada passam na rua
e alguns até correm. As árvores das avenidas
dão muita sombra e só falta a erva
entre as casas que assistem imóveis. 

São tantos os que à beira-rio se despem ao sol.
A cidade permite-nos levantar a cabeça
para pensar estas coisas, e sabe bem que em seguida a baixamos.



Tradução de Carlos Leite


* Foi um escritor e poeta italiano. Combatente antifascista, esse fato lhe rendeu três anos de prisão no sul da Itália.

Aos eleitores do capitão Jair Messias Bolsonaro - José Ribamar Bessa Freire


Aos eleitores do capitão Jair Messias Bolsonato


* Por José Ribamar Bessa Freire



"Vai cartinha fechada, não deixa ninguém te abrir"  (Luiz Gonzaga) 


"Minha querida, saudações, escrevo esta carta, mas não repare os senões" (Waldick Soriano)


Se você não é o destinatário dessa carta, pare por aqui. Não prossiga a leitura, por favor. Não viole correspondência alheia. Ela contém dados confidenciais e familiares. Não leia o que está dirigido a outrem. Xeretar correspondência privada é crime punido pelo Código Penal. O art. 40 da Lei n. 6.538/78 prevê detenção de até seis meses aos infratores. Portanto, saca fora.


Prezado (a) eleitor(a) do Bolsonaro


Saudações. Escrevo essa carta, mas não repare os senões. Segundo os institutos de pesquisas, vocês constituem um exército considerável de 30 milhões de eleitores, entre os quais se encontram alguns familiares e amigos queridos, que merecem ser tratados com o devido respeito, rompendo esse círculo de ódio dos debates nas redes sociais. Mas assim como eu ouço vocês, espero obter a mesma atenção. Lembro que discordar faz parte do jogo democrático, que é possível exercitá-lo com veemência e contundência, mas sem ódio.

Confesso – quem diria? - que temos muitas coisas em comum. Somos brasileiros. Amamos nossos filhos (as) e netos (as).  Muitos de nós convivemos com cachorros e gatos, que muito estimamos Sofremos com a insegurança, a corrupção, a impunidade, o desemprego. Queremos melhorar nosso país. Compartilhamos o sentimento de que fomos enganados. Sem contar que eu me enquadro em quase todos os itens do perfil do eleitor do PSL traçado pelo Ibope: a maioria esmagadora é de homens (o triplo das mulheres), auferindo mais de cinco salários mínimos, 32% com 51 anos ou mais, 41% pelo menos com ensino médio, 72% católicos ou evangélicos. A maioria gente branca, embora eu não saiba quem é branco no Brasil.

Existem muitas convergências entre nós. As divergências surgem quando se propõe soluções aos problemas. A segurança, por exemplo. O teu candidato acha que bandido bom é bandido morto, que direitos humanos é mimimi. Defende que a tortura seja uma prática institucional do Estado e que criminosos sejam eliminados. Quer armar a população. Se isso acontecer, nas escolas alunos matarão colegas e professores como nos Estados Unidos e já começa a ser prática aqui, vide o estudante de 15 anos que feriu dois colegas em um colégio no Paraná nesta sexta (28). Traficantes estão em campanha em prol do capitão, acreditando que a proposta deles lhes favorece para que se armem legalmente.


Aquilo”


Numa conversa por whatsApp, um familiar querido destilou fel:
 – O discurso de ódio de Bolsonaro é direcionado aos bandidos. Se você se sente incomodado, sinto muito te dizer, mas acho que você é um deles. Acha correto?

Expliquei-lhe que o meu candidato, defensor da cultura da paz, sustenta que não são as pessoas desarmadas que devem ser armadas, tal insanidade só faz aumentar o tiroteio e as mortes. É o contrário: são os bandidos que devem ser desarmados. O desarmamento de todos causa prejuízos para a indústria armamentista financiadora de candidatos - a chamada bancada da bala, mas traz segurança para a população.

Em vista do exposto, te pergunto: não seria interessante ver os programas de presidenciáveis menos rancorosos e mais competentes? Tem tantas opções... O Cabo Daciolo, por exemplo, evangélico neopentecostal sincero, comunga com o slogan bolsonarista “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”, mas não concorda com essa proposta maluca de que cada um faça justiça com as próprias mãos. Jejuou 21 dias nos montes (devia ter levado o capitão com ele), voltou de lá iluminado para o debate no SBT nesta quarta (26). Defendeu as minorias, os índios, os negros, os quilombolas, apoiou o sistema de cotas e as políticas públicas de governos criadas nos últimos 20 anos.  
- Uma pessoa que diz que vai tirar o FIES, o Bolsa Família, o ProUni, essa pessoa nunca passou necessidade, nunca faltou comida na casa dela – disse Daciolo que defendeu ainda a valorização da mulher no mercado de trabalho e salários e cargos iguais aos dos homens, contrariando o programa do teu candidato. Homenageou todas as mulheres do Brasil e ainda mandou recado ao vivo para o símbolo delas, sua genitora, presente no estúdio:
- Mamãe, eu te amo.

Daciolo pode parecer meio alucinado e “folclórico”, mas além de alegrar os debates, é menos lunático do que os que pregam ódio, violência, homofobia, misoginia, cortes de conquistas sociais e de direitos trabalhistas, como o 13° salário, e a tortura. Bolsonaro, no entanto, acha que quem discorda dele, é comunista – palavra assustadora capaz de cegar qualquer um. Nomeia um fantasma já morto tentando ressuscitar aquilo que a própria história enterrou no século passado. Dona Elisa, mãe deste soldado Taquiprati, não ousava nem pronunciá-la. Dizia “aquilo” no lugar de “comunista”, para "não sujar a boca", igual a dona Feliciana, mãe de um amigo meu lá de Abaeté (MG), que continua sendo “aquilo” até hoje. Você, eleitor do capitão, certamente objetará com o fantasma do comunismo:
- O Daciolo é “aquilo”, militou no PSOL. 


Segredo revelado


Então não vou nem falar do meu candidato: Boulos e Sônia Guajajara, para não brigar contigo. Busquemos então outras alternativas. Por que não Fernando Haddad? Ele foi um puta ministro da Educação, pretende lutar pelos direitos dos trabalhadores, das mulheres, pelas conquistas sociais, incluindo a manutenção do 13º salário garantido pela Constituição, que Bolsonaro quer acabar - um segredo revelado pelo general Mourão com repercussão tão negativa entre seus eleitores que desdisse o que havia dito.
- Haddad não! A vice dele é “aquilo”. Além disso, o PT traiu nossa confiança, prometeu combater a corrupção e chafurdou na lama – dizem alguns amigos meus que são eleitores de Bolsonaro. Eles já votaram em Dilma, duas vezes em Lula, como Ricardo Roriz, 60, que há oito meses tatuou o rosto de Bolsonaro na perna direita e gravou nos braços o slogan da campanha. Por se sentirem enganados, vocês ficaram cegos de ódio. Embora discordando de tanto rancor, entendo tua alma, meu irmão.

Efetivamente, tens razão: lambanças foram cometidas por alguns ministros e parlamentares do PT e seus aliados que praticaram, no exercício do poder, aquilo que vem se fazendo no Brasil desde Tomé de Souza, não se diferenciando, nesse aspecto, de Temer, Aécio, Jucá, Sérgio Cabral, Cunha e, com todo respeito, do próprio Bolsonaro. Até hoje o PT não fez uma autocrítica de suas alianças com o lixo da política brasileira em nome da tal “governabilidade”.

Mas não se pode generalizar. O PT é formado por milhares de militantes íntegros, como Haddad. Seria o mesmo que afirmar, por causa de alguns nazistas e fascistas, que todo eleitor de Bolsonaro é canalha, não presta. O que, afinal, a gente quer com nosso voto? Manifestar o ódio comprometendo o futuros de nossos filhos ou encontrar o caminho melhor para o país? Achar que Bolsonaro vai combater a corrupção é de uma ingenuidade similar à ilusão dos eleitores de Collor, o “caçador de marajás”, que engabelou milhões de brasileiros.

Os jornais acabam de revelar que Jair Bolsonaro ocultou da Justiça Eleitoral e de todos nós a propriedade de duas casas que juntas valem R$ 2,6 milhões. O Globo comprovou isso em cartórios do Rio de Janeiro. São 27 anos no poder como parlamentar, durante os quais - ainda bem - aprovou apenas três projetos sem importância. Mas durante esse tempo, o capitão usou dinheiro público para pagar uma “assessora” que cuidava de seus cachorros em Angra dos Reis e acumulou bens, que não foram declarados sabe-se lá porquê. Se fez isso sem ter ainda as chaves do cofre, o que não fará com elas em suas mãos?


Democracídio 


Prezado eleitor de Bolsonaro, todo mundo é livre, evidentemente, para votar em quem quiser. Mas pensa antes se não estás entrando numa canoa furada como os eleitores do Collor, o “caçador de marajás”. Lembra que Geddel e Aécio, no impeachment de Dilma, posavam de honrados, diziam combater a corrupção e estavam nela atolados até o pescoço como sabemos hoje.  

Jair, como Collor, usa essa bandeira e a indústria do anticomunismo para se eleger, enganando assim os bem-intencionados, os ingênuos, os desinformados, os tolos, os otários. E isso acompanhado de medidas para calar a imprensa, fazer uma nova Constituição só com “notáveis”, num claro processo de democracídio. Já disse que se perder não aceitará o resultado das eleições.

Se minha reza tivesse algum valor, rezaria por ti, eleitor do Bolsonaro, de quem tenho pena, de verdade, como tive dos eleitores do Collor, pela tremenda empulhação a que foram submetidos. Estás votando contra teus próprios interesses de classe, completamente desinformado, sem conhecer a história recente do país nos últimos 50 anos. Teremos sorte se nesta semana que antecede as eleições, o general Mourão revelar outros segredos da chapa que possam orientar nosso voto.

De qualquer forma, no momento dessa postagem, manifestações ocorrem em 230 cidades brasileiras e até no exterior contra o nazismo, o fascismo, o feminicídio, o ódio, a exclusão e a barbárie. A verdadeira carta endereçada a vocês são as manifestações organizadas pelas mulheres. Espero que vocês, eleitores de Bolsonaro, saibam ler o que foi escrito nas ruas e praças do país neste sábado. 


P.S. Pense bem: a eleição de deputados e senadores é ainda mais importante que a presidencial.


* Jornalista e historiador.

Um homem solitário - Robledo Morais


Um homem solitário


* Por Robledo Morais


Anoitecia quando ele entrou. A casa estava deserta, muda, sem ninguém. Inquieto, ele se remexia e procurava na escuridão dos cômodos algo que não sabia o que era. Parou para ouvir o grande silêncio e este se tornou mais intenso. Olhou para os lados como se procurasse alguém. Nada. Estava próximo o Natal de Cristo. Mas cessados os sinos, o silêncio tétrico voltou a reinar na casa deserta.

Sentou-se numa velha cadeira de balanço e fechou os olhos. Sentia-se confortável em meio às sombras. Uma sensação de brando repouso. Absoluto repouso. A romper o seu silêncio ecoou novo barulho, agora de vozes adultas e de crianças que vinham da rua. Estremeceu. Não conseguia estar só e, portanto, não fazia sentido ficar agarrado à solidão da casa. Gostava do silêncio, mas detestava a solidão.

Resolveu enfrentar as ruas. Encantou-se com a suavidade do anoitecer e as luzes de Natal adocicaram sua alma. Viu muitas pessoas carregando pacotes, e era patente a alegria em seus rostos. Lamentou a dura solidão que o cercava e a sua mania de pensamentos dolorosos. Mesmo entre gente estava só.

Olhou para o céu onde já ardiam inúmeras estrelas e ficou com saudade da lua ausente. Era assim. Nunca desfrutava de alegrias completas. Se o azul predominava sentia falta do verde. Se o verde sobressaía queria o amarelo. Mesmo em êxtase sentia-se triste! E assim caminhou até a Praça da matriz. Viu o presépio montado por um artesão da cidade. Olhou-o com ternura e ao mesmo tempo sentiu um calafrio. Não se conformava com apenas um boi reverenciando Jesus-Menino. Um burro só tudo bem, mas um só boi o deixava inconformado. Da ternura momentânea, seu olhar transmudou-se em aflitivo. Prosseguiu no seu caminho e ouviu música de coral.

Parou. Suaves, vozes de crianças transmitiam uma como que paz inquieta. Vinham do teatro. Chegou lá. Quase se sentiu feliz ao não ser barrado na entrada. Enxugou a água de chuva do rosto, ajeitou os cabelos em desalinho e murmurando desculpas a uma das moças que recepcionava o público sentou-se.

Estranhou que o palco estivesse fechado. Fechado, não. Por uma fresta das cortinas aparecia um raio de luz. Um homem de camisa azul começou a falar ao microfone e as máquinas dos fotógrafos se voltaram para ele. O homem avisou à plateia que os formandos continuariam a cantar músicas que lembravam e homenageavam a literatura infantil de Monteiro Lobato. Sim, pois eram formandos de uma escola da cidade.

Silêncio profundo e as cortinas foram reabertas. A meninada, vestida a caráter encantou o público com vozes melodiosas e encantadoras evoluções. Os formandos haviam concluído a primeira etapa escolar de educação infantil. Pela primeira vez naquele dia ele sorriu. Aplausos e as crianças recolocaram Tia Anastácia, Narizinho, Rabicó, Pedrinho e os outros personagens do Sítio do Pica Pau Amarelo no lugar de origem: os livros de Lobato.

Uma nova pausa e agora com vozes angelicais entoaram Noite Feliz, transportando a plateia (e o homem solitário) para Belém onde Alguém nasceu para o nosso bem. O brilho voltou ao olhar esmaecido do solitário que pela segunda vez sorriu naquele dia. Um sorriso diferente, misturado com lágrimas que escorriam felicidade em seu rosto. O homem esqueceu a dor humana grande e silenciosa que nele habitava e se sentiu feliz!


* Juiz de Direito aposentado




sábado, 29 de setembro de 2018

Índice


Literário: Um blog que pensa


(Espaço dedicado ao Jornalismo Literário e à Literatura)


LINHA DO TEMPO: Doze anos e seis meses de criação.


Leia nesta edição:

Editorial – Preço do egoísmo.

Coluna Direto do ArquivoCelamar Maione, conto, “Sonhar não custa nada”.

Coluna ClássicosArturo Corcuera, poema,A lua e seu antigo habitante”.

Coluna Porta AbertaArita Damasceno Pettená, poema, “A Saudade e o Amor”.

Coluna Porta Aberta – Flora Figueiredo, poema, “TLeva-e-traz”.

Coluna Porta Aberta – João Alexandre Sartorelli, poema, “A palavra precisa”.


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A CAMINHO DO SUCESSO!!!

Tudo indica que meu novo livro, “Dimensões infinitas”, a “menina dos meus olhos” entre minha já vasta obra literária, em breve estará nas livrarias, ao seu alcance, querido e fiel leitor. Tão logo a possibilidade se transforme em certeza e seja confirmada a publicação, darei maiores detalhes sobre a editora, a data de lançamento e outras informações pertinentes. Por enquanto reitero o que já informei sobre esse livro. Dimensões infinitas reúne 30 ensaios sobre temas dos mais variados e instigantes. Nele abordo, em linguagem acessível a todos, num estilo coloquial, claro e simples (sem ser simplório) assuntos da maior relevância cultural tais como as dimensões do universo (tanto do macro quanto do microcosmo), o fenômeno da genialidade, a fragilidade dos atuais aparatos de justiça, o mito da caverna de Platão, a secular busca pelo lendário Eldorado, o surgimento das religiões, as tentativas de previsão do futuro e as indagações dos filósofos de todos os tempos sobre nossa origem, finalidade e destino, entre outros temas. É um livro não somente para ser lido, mas, sobretudo, para ser refletido. Meu desafio se, ou melhor, quando ele for publicado, é o de convencer os leitores (no caso você, meu caríssimo amigo) da sua qualidade e importância e transformá-lo num grande sucesso editorial. Por que não?!!! Afinal, já não sou mais, e há muito tempo, “marinheiro de primeira viagem. “Dimensões infinitas”, caso seja mesmo publicado (e estou convencido de que vai ser) será meu quinto livro, o segundo de ensaios. Conto com você, querido leitor, que nunca me abandonou nos meus momentos mais difíceis, como sempre contei. Estou esperançoso e confiante de que em breve essa esperança irá se transformar em euforia. Que os anjos digam amém!!!!

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CITAÇÃO DO DIA:


Dupla tendência 

A verdade é que existem duas tendências presentes no desenvolvimento da maioria dos países da América Latina. Uma é a tendência à hiperexclusão social, que leva ao surgimento de bolsões onde a miséria parece não Ter fim. Mas é inegável a existência de uma outra tendência, a hiperintegração social. E acho que, ao contrário do que se imaginou durante muito tempo, se fizermos uma avaliação do que se passou nos últimos quarenta anos, concluiremos que foi a tendência à integração que acabou prevalecendo.

(Alain Tourraine, sociólogo francês, revista Veja, 23 de janeiro de 1985).



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Obs.: Se você for amante de Literatura, gostar de escrever, estiver à procura de um espaço para mostrar seus textos e quiser participar deste espaço, encaminhe-nos suas produções (crônicas, poemas, contos, ensaios etc.). O endereço do editor do Literário é: pedrojbk@gmail.com. Twitter: @bondaczuk. As portas sempre estarão abertas para a sua participação.