Hoje
preciso de um poema…
*
Por Flora Figueiredo
Hoje,
preciso de um poema,
mais
do que nunca.
Que
ele seja vitaminado,
tufão
e ventania,,
clarão
e meio-dia,
açúcar
e flor-de-maçã.
Que
ele traga o cheiro
de
manhã molhada,
as
virilhas úmidas
o
sangue em brasa.
Que
lambuze com rimas minha casa,
as
veias, a pele,
este
coração inoperante.
Hoje,
preciso mais do que nunca
de
um poema
de
boca molhada e
verso
latejante.
* Poetisa,
cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a
noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão
Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo
e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua
intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça
- às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre
dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal,
seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.
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