Minha dose de ilusão
* Por Evelyne Furtado
Há quem diga que precisamos nos despir de todas as ilusões para amadurecermos. Para alguns cépticos nenhuma crença é consistente, a não ser a que eles professam aos quatro cantos: Só crêem naquilo que podem enxergar.
Diante dessas pessoas tenho, às vezes, a nítida sensação de que sou extremamente pueril. Em algumas ocasiões vou me encolhendo dolorosamente na medida em que seus argumentos crescem.
Concordo que o processo de desencantamento é necessário ao amadurecimento e admito que até bem pouco tempo eu me esquivava da desilusão a todo custo. Não deu para continuar e enfrentei o que pude sem a visão cor de rosa que eu emprestava ao mundo.
Também ultrapassei a fase de negar sem sequer ouvir a outra parte. Hoje ouço, pondero, considero e me ponho de joelhos, até, perante as novas pretensas verdades.
Mas não me movimento bem nessa posição. Passado algum tempo ponho-me de pé outra vez e o que me ergue são as minhas crenças restauradas. Novinhas e bem aventuradas ilusões!
Se há inocência nas minhas fantasias, creio que também há um pouco de ingenuidade no pretensioso realismo. Em alguma coisa os cépticos convictos devem se sustentar, pois cá para nós, eu não conseguiria ir do começo ao fim da vida totalmente descrente. Se alguém consegue essa proeza que vá sem mim. Eu preciso de minha dose de ilusão.
• Poetisa e cronista de Natal/RN
* Por Evelyne Furtado
Há quem diga que precisamos nos despir de todas as ilusões para amadurecermos. Para alguns cépticos nenhuma crença é consistente, a não ser a que eles professam aos quatro cantos: Só crêem naquilo que podem enxergar.
Diante dessas pessoas tenho, às vezes, a nítida sensação de que sou extremamente pueril. Em algumas ocasiões vou me encolhendo dolorosamente na medida em que seus argumentos crescem.
Concordo que o processo de desencantamento é necessário ao amadurecimento e admito que até bem pouco tempo eu me esquivava da desilusão a todo custo. Não deu para continuar e enfrentei o que pude sem a visão cor de rosa que eu emprestava ao mundo.
Também ultrapassei a fase de negar sem sequer ouvir a outra parte. Hoje ouço, pondero, considero e me ponho de joelhos, até, perante as novas pretensas verdades.
Mas não me movimento bem nessa posição. Passado algum tempo ponho-me de pé outra vez e o que me ergue são as minhas crenças restauradas. Novinhas e bem aventuradas ilusões!
Se há inocência nas minhas fantasias, creio que também há um pouco de ingenuidade no pretensioso realismo. Em alguma coisa os cépticos convictos devem se sustentar, pois cá para nós, eu não conseguiria ir do começo ao fim da vida totalmente descrente. Se alguém consegue essa proeza que vá sem mim. Eu preciso de minha dose de ilusão.
• Poetisa e cronista de Natal/RN
Onde é que eu assino? Estou com você Evelyne. Melhor viver iludido do que o amargor de não ter ilusão alguma. Como sempre, belo texto, minha amiga. Um beijo.
ResponderExcluirEvelyne, você tem ideia da dimensão do que escreveu? Que maravilha! Sou cética, em cima de alguns temas, e crédula em relação a outros. Para mim é um custo desconfiar das pessoas, embora professe essa descrença. Também sou uma fiel seguidora do amor. Nele acredito, por já ter me apaixonado por quatro vezes e de maneira incontrolável. E vejo gente que nunca se apaixonou e duvida de que isso possa existir. A sua posição diante da vida, mostra o quanto o seu otimismo faz bem a você. Vá na frente que vou tentar pisar em cima dos seus rastros.
ResponderExcluirA Marcelo, li seu comentário, após minha postagem. Gostei de vê-lo.
ResponderExcluirMarcelo e Mara é uma delícia essa troca com vocês. Beijos e muito obrigada, amigos.
ResponderExcluirSó uma dose de ilusão não me basta! Em overdose é que vivo, para amenizar a dureza do que se apresenta diariamente. Se é atitude pueril ou não, só a mim interessa... Envelheço menos assim.
ResponderExcluirAbraços. Belo texto.