Morena do sol
* Por Alexandre Lana Lins
* Por Alexandre Lana Lins
Dênisclelto saíra da escola atrasado, era quase meio-dia, mas ficou de castigo por causa de umas travessuras que tinha feito em sala de aula. A professora não teve dó e piedade e deixou-o em sala copiando a frase: “Sou um menino bom” cem vezes. Revoltado, Dênisclelto saiu correndo de sua escola e passou em frente à igreja matriz, olhou ao relógio e viu que era quase meio-dia. O sol já apontava o calor que iria fazer naquela tarde em Piranga.
Uma tranqüila cidade e também rústica. Cresceu andando de bicicleta pelas ruas de bloco no chão e ouvindo histórias maravilhosas dos mais velhos. Daqui um mês iria completar 13 anos e Dênisclelto já estava descobrindo os mistérios da juventude.
Ao entrar em sua rua, avistou o morro que o presenteava com a paisagem. No alto do morro, uma velha árvore. Uma árvore que foi atingida por um raio em uma tempestade e por isso deixou metade dela morta. Portanto, a outra metade tinha flores e na outra a coitadinha era seca. Pareciam os dois caminhos que a vida lhe indicava. Olhando para tal árvore assustou-se com o badalar das doze horas. E viu um vulto lá no morro, perto da árvore.
Parou e fixou o olhar na árvore. E viu... Viu uma linda morena vestida com apenas alguns panos e dançando embaixo da árvore. O sol do meio-dia o fazia enxergar mal a bela morena e por causa da distância, não via o seu rosto. Mas era bela! E sensual! Naquela noite não dormiu, pensava o tempo todo na sua morena. A Morena do Sol.
Todos os dias, Dênisclelto fazia uma travessura em sala de aula para ficar até mais tarde na escola. Copiava com gosto: “Sou um menino bom” e quando terminava saia da escola como um vento e esperava o badalar das doze horas da igreja. Ao meio-dia em ponto, a Morena do Sol aparecia debaixo da árvore no alto do morro.
Assim passou um mês e o rapaz resolveu conhecer a tal morena e descobrir os seus mistérios. Destemido, saiu da escola no horário do recreio e pegou um atalho para subir até a árvore no alto do morro. Invadiu terras e pulou cercas, sujou os pés no barro e caiu várias vezes na subida íngreme. Enfim, com suor no rosto e cansado, estava debaixo da árvore e se escondeu atrás de uma moita.
Dormiu. Acordou assustado, com o badalar das doze horas. Dênisclelto espiou por de trás da moita a árvore e esperava pela morena. E ela estava lá. Vestida apenas com um pano, dançava debaixo daquele sol. Seu cabelo preto dançava junto com o vento... O rapaz estava apaixonado com tanta beleza. Parecia ouvir a música que ela dançava. Não agüentou mais, queria pegá-la, beijá-la, amá-la... Mas acordou. Estava jogado naquele chão de capim. Olhou por entre a moita e não viu a morena. Olhou o relógio... Doze horas e um minuto. Cadê ela? Cansado, levantou-se e resolveu ir embora... Mas debaixo da árvore encontrou o pano que vestia a sua morena, que vestia o seu desejo juvenil.
Uma tranqüila cidade e também rústica. Cresceu andando de bicicleta pelas ruas de bloco no chão e ouvindo histórias maravilhosas dos mais velhos. Daqui um mês iria completar 13 anos e Dênisclelto já estava descobrindo os mistérios da juventude.
Ao entrar em sua rua, avistou o morro que o presenteava com a paisagem. No alto do morro, uma velha árvore. Uma árvore que foi atingida por um raio em uma tempestade e por isso deixou metade dela morta. Portanto, a outra metade tinha flores e na outra a coitadinha era seca. Pareciam os dois caminhos que a vida lhe indicava. Olhando para tal árvore assustou-se com o badalar das doze horas. E viu um vulto lá no morro, perto da árvore.
Parou e fixou o olhar na árvore. E viu... Viu uma linda morena vestida com apenas alguns panos e dançando embaixo da árvore. O sol do meio-dia o fazia enxergar mal a bela morena e por causa da distância, não via o seu rosto. Mas era bela! E sensual! Naquela noite não dormiu, pensava o tempo todo na sua morena. A Morena do Sol.
Todos os dias, Dênisclelto fazia uma travessura em sala de aula para ficar até mais tarde na escola. Copiava com gosto: “Sou um menino bom” e quando terminava saia da escola como um vento e esperava o badalar das doze horas da igreja. Ao meio-dia em ponto, a Morena do Sol aparecia debaixo da árvore no alto do morro.
Assim passou um mês e o rapaz resolveu conhecer a tal morena e descobrir os seus mistérios. Destemido, saiu da escola no horário do recreio e pegou um atalho para subir até a árvore no alto do morro. Invadiu terras e pulou cercas, sujou os pés no barro e caiu várias vezes na subida íngreme. Enfim, com suor no rosto e cansado, estava debaixo da árvore e se escondeu atrás de uma moita.
Dormiu. Acordou assustado, com o badalar das doze horas. Dênisclelto espiou por de trás da moita a árvore e esperava pela morena. E ela estava lá. Vestida apenas com um pano, dançava debaixo daquele sol. Seu cabelo preto dançava junto com o vento... O rapaz estava apaixonado com tanta beleza. Parecia ouvir a música que ela dançava. Não agüentou mais, queria pegá-la, beijá-la, amá-la... Mas acordou. Estava jogado naquele chão de capim. Olhou por entre a moita e não viu a morena. Olhou o relógio... Doze horas e um minuto. Cadê ela? Cansado, levantou-se e resolveu ir embora... Mas debaixo da árvore encontrou o pano que vestia a sua morena, que vestia o seu desejo juvenil.
• Jornalista e escritor
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