Sociedade dos discursos
* Por Adelcir Oliveira
O que de fato há nas palavras ditas por você, por mim? Nem sempre é a afirmativa que fazemos. Aliás, seria melhor se usássemos mais indagações e menos afirmações. Talvez fôssemos mais transparentes deste modo. E quem sabe deixaríamos de lado tantos discursos com viés de marketing, absolutamente enganosos. Mas no topo do engano reside o dono do discurso. Espécie de vítima de si, quando inventa e nem sabe que o faz. Mas não deixemos de lado os que praticam o estelionato consciente.
Sim, não apenas as palavras falam de nós. Nossos trejeitos e comportamentos também o fazem. E aí é que devemos ficar atentos. Mas não é o caso da paranóia da desconfiança. O fato é que o comportamento de cada um é seu próprio delator, o que é bastante positivo. O sujeito escolhe palavras para convencer. Em muitos casos obtém sucesso na empreitada. Mas decorre o tempo e aí tudo pode mudar de figura. É quando o senhor dos discursos é pego por seus atos que falam de fato quem é ele. E isto pode acontecer não apenas com os ditos vilões, mas com qualquer um, lembrando que podemos ser vilões, tudo depende da circunstância.
Não, não estamos na república dos oradores. As retóricas são pobres e absolutamente falíveis. O problema é essa falta de conteúdo em que o sujeito deve lançar mão da invenção de um ser, do artificialismo de sentimentos, ou o que valha para disfarçar suas misérias, quais sejam.
A internet abriu enorme porta para senhores e senhoras dos discursos. “Sou culta e inteligente”. “Sou sincero”. “Não tenho inimigos”. A pessoa é um amontoado de boas qualidades. Aquele que quiser acreditar, faça como queira, “pois não”.
Falo por mim. Não faço discursos a meu respeito, e não compro discursos alheios. Em sites de relacionamentos nos colocamos ali como produtos, cuja vitrine é a telinha do monitor, e o conteúdo é dado por nossas palavras, nosso discurso, caso haja algum. Ali, provavelmente, o sujeito se lança atrás de suas idealizações.
Ao final de cada viagem, a frustração como troco. E talvez no chamado mundo real não seja lá tão diferente. Não procuremos culpados. As explicações devem ser muitas. Uma delas são as propagandas de inúmeros produtos. Afinal de contas, somos bombardeados pelos discursos enganosos das marcas. Peguemos as embalagens delas. Um biscoito, por exemplo. No desenho, algo fantástico e atraente. Dentro, a frustração que você engole e nem percebe. E vai ver que nem reclama que é para se defender, já que você se faz de produto de modo igual.
O que de fato há nas palavras ditas por você, por mim? Nem sempre é a afirmativa que fazemos. Aliás, seria melhor se usássemos mais indagações e menos afirmações. Talvez fôssemos mais transparentes deste modo. E quem sabe deixaríamos de lado tantos discursos com viés de marketing, absolutamente enganosos. Mas no topo do engano reside o dono do discurso. Espécie de vítima de si, quando inventa e nem sabe que o faz. Mas não deixemos de lado os que praticam o estelionato consciente.
Sim, não apenas as palavras falam de nós. Nossos trejeitos e comportamentos também o fazem. E aí é que devemos ficar atentos. Mas não é o caso da paranóia da desconfiança. O fato é que o comportamento de cada um é seu próprio delator, o que é bastante positivo. O sujeito escolhe palavras para convencer. Em muitos casos obtém sucesso na empreitada. Mas decorre o tempo e aí tudo pode mudar de figura. É quando o senhor dos discursos é pego por seus atos que falam de fato quem é ele. E isto pode acontecer não apenas com os ditos vilões, mas com qualquer um, lembrando que podemos ser vilões, tudo depende da circunstância.
Não, não estamos na república dos oradores. As retóricas são pobres e absolutamente falíveis. O problema é essa falta de conteúdo em que o sujeito deve lançar mão da invenção de um ser, do artificialismo de sentimentos, ou o que valha para disfarçar suas misérias, quais sejam.
A internet abriu enorme porta para senhores e senhoras dos discursos. “Sou culta e inteligente”. “Sou sincero”. “Não tenho inimigos”. A pessoa é um amontoado de boas qualidades. Aquele que quiser acreditar, faça como queira, “pois não”.
Falo por mim. Não faço discursos a meu respeito, e não compro discursos alheios. Em sites de relacionamentos nos colocamos ali como produtos, cuja vitrine é a telinha do monitor, e o conteúdo é dado por nossas palavras, nosso discurso, caso haja algum. Ali, provavelmente, o sujeito se lança atrás de suas idealizações.
Ao final de cada viagem, a frustração como troco. E talvez no chamado mundo real não seja lá tão diferente. Não procuremos culpados. As explicações devem ser muitas. Uma delas são as propagandas de inúmeros produtos. Afinal de contas, somos bombardeados pelos discursos enganosos das marcas. Peguemos as embalagens delas. Um biscoito, por exemplo. No desenho, algo fantástico e atraente. Dentro, a frustração que você engole e nem percebe. E vai ver que nem reclama que é para se defender, já que você se faz de produto de modo igual.
• Cinegrafista e jornalista
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