Brinde de Natal
* Por Evelyne Furtado
* Por Evelyne Furtado
Pensou em não ir. Se seu espírito não estava em festa para que ir àquela que se repetia todos os anos? Cansava-se só em ver as mesmas pessoas, forçar sorrisos, tocar sem perceber, fingir que não sentia as ausências. Principalmente a que mais lhe doía.
Cansava-se. Mais a data se aproximava, mais ela tentava se esquivar da festa a qual não poderia faltar. Esforço vão. O Natal não é lacuna no calendário ocidental e o mundo não parava de lembrá-la. Ho,ho,ho! Luzes féericas revelando pessoas carregando sacolas e semblantes fechados. Corriam para onde?
Pensou mais um pouco e se assustou: Não queria ser esquecida! Tomada por esse sentimento correu para as compras; escolheu um vestido novo; enfrentou em um dia tudo que havia evitado durante todo mês e foi à festa.
As mesmas pessoas. Os mesmos pratos. A decoração de sempre. A mesma saudade. O cansaço. Deu conta da vida em um abraço. Lembrou, enfim, o que se comemorava. O real significado da festa. Brindou com os presentes e – intimamente – com quem lhe faltava. Fez uma prece e foi feliz como pode.
• Poetisa e cronista de Natal/RN
Cansava-se. Mais a data se aproximava, mais ela tentava se esquivar da festa a qual não poderia faltar. Esforço vão. O Natal não é lacuna no calendário ocidental e o mundo não parava de lembrá-la. Ho,ho,ho! Luzes féericas revelando pessoas carregando sacolas e semblantes fechados. Corriam para onde?
Pensou mais um pouco e se assustou: Não queria ser esquecida! Tomada por esse sentimento correu para as compras; escolheu um vestido novo; enfrentou em um dia tudo que havia evitado durante todo mês e foi à festa.
As mesmas pessoas. Os mesmos pratos. A decoração de sempre. A mesma saudade. O cansaço. Deu conta da vida em um abraço. Lembrou, enfim, o que se comemorava. O real significado da festa. Brindou com os presentes e – intimamente – com quem lhe faltava. Fez uma prece e foi feliz como pode.
• Poetisa e cronista de Natal/RN
Quando a gente se dá conta de toda a
ResponderExcluirsimbologia que envolve o Natal...o resto
perde um pouco do sentido.
Restituímos em nós o olhar mais generoso.
Belo texto Evelyne.
Feliz Natal.
Beijos
Tenho repetido, neste período pré-natalino, uma frase da canção alusiva à data: "Papai Noel, vê se você tem, a felicidade, pra você me dar..."
ResponderExcluirEntrei em seu texto, como protagonista. O que você acha que aconteceria, se ao invés de cantar à Noel, eu invocasse "Papai do Céu"?
O tom deste seu texto lembra um pouco o clima do meu mais recente, que também retrata o desencanto da noite de 24. Lindo, lindo, como tudo que sai desta sua pena privilegiada. Feliz Natal, amiga, e um inesquecível 2011. Um beijo pra você.
ResponderExcluirMesmo de última hora, a diversão pode ser boa e completa, ainda que com a ausência dele: o amor perdido. Por mais que usemos da racionalidade, é quase impossível passar incólume pelos festejos de Natal.Somos pegos pela mosca vermelha. Quando mal esperamos, já estamos num clima festivo, capturados por uma sensação de um longo feriado, durante todos aqueles dias que antecedem o grande acontecimento. O brinde foi nosso!
ResponderExcluirConcordo com você, Núbia. Os apelos outros trazem mais angústias que alegrias.
ResponderExcluirMarcelo, o desencanto convive com a esperança. Achei seu texto de sábado impecável.
Marleuza, entro no coro com você. Felicidade!
Mara, brindo mais uma vez com você, amiga.
Obrigada e um Feliz Natal para todos. Beijos.