quinta-feira, 16 de dezembro de 2010


Semeador de idéias

Se você tivesse que vender um produto abstrato, qual desses dois venderia: sonhos ou idéias? E se fosse comprar, qual compraria? Se possível, e se eu tivesse disponibilidade de recursos, adquiriria ambos. Os dois são poderosos combustíveis da alma humana e nos impulsionam a grandes realizações. Digamos, porém, que por algum motivo (falta de dinheiro seria o mais comum), você fosse instado a optar por apenas um deles, por qual desses “produtos” abstratos você optaria? Querem saber qual seria minha escolha? Até por questão de temperamento, por ser pragmático e cartesiano (mas, paradoxalmente, poeta), minha opção recairia sobre as idéias. São elas que movem o mundo. Foram elas que tiraram o homem das cavernas e o levaram a erigir a atual civilização.
Digamos, no entanto, que você fosse um sujeito idealista, dos que entendem que nascemos com determinada missão que nos cabe cumprir para justificar nossa existência. Suponhamos que, por isso, ache que algo tão nobre, como idéias, ficaria sumamente desvalorizado caso transformado em produto “vendável”. Nessas circunstâncias, em vez de vendedor, você optaria pelo papel de semeador. E o que você semearia, idéias ou sonhos?
Ambos tendem a render preciosos frutos, caso suas sementes caiam em solo fértil. Precisamos das duas coisas para nos sentirmos humanos e nos distinguirmos dos outros animais, adquirindo a nobreza de semi-deuses, em vez de nos limitarmos a ostentar a precariedade plebéia de mera fera. Aliás, a maior parte das idéias provém de sonhos, de fantasias, da imaginação. E quem afirma isso nem sou eu. Quem fez essa afirmativa, com a veemência dos que têm convicção do que dizem, foi um dos cientistas mais ousados e geniais que o mundo teve o privilégio de abrigar: Albert Einstein. Mas, no nosso caso, quer sejamos vendedores, quer assumamos a nobreza do semeador, o produto abstrato que poderemos vender, ou a semente que poderemos lançar ao solo, terá que ser um dos dois. E sua escolha recairá em qual deles. nos sonhos ou nas idéias?
Da minha parte, manteria a postura anterior. Mas apenas por questão de temperamento, por ter recebido educação racional ao extremo, sumamente lógica e, reitero, cartesiana. Ou seja, optaria quer por vender, quer por semear, mas sempre idéias. E é isso o que o médico, psiquiatra, psicoterapeuta e escritor paulista, natural da cidade de Colina, Augusto Jorge Cury, vem fazendo há já bom tempo. Mas ele consegue cumprir o duplo papel: o de vendedor e o de semeador.
No primeiro caso, é mister destacar que os 28 livros que já publicou venderam, apenas no Brasil (país de que nos queixamos tanto de que a população odeia leitura), a “bagatela” de 12 milhões de exemplares!! Trata-se, pois, de fenômeno editorial sobre o qual há muito eu queria falar, nem que fosse só de passagem, como o presente texto. Ademais, ganhou o mundo e sua obra inteligente e provocante já chegou a 50 países. Sou fascinado por pessoas geniais. E Augusto Cury, certamente, o é.
Seu livro mais recente, cujo título é, justamente, o destas considerações, “O semeador de idéias”, mantém trajetória vitoriosa no mercado editorial. Pudera! Tem conteúdo! Não se limita a mero bla-bla-bla, como tantas obras, badaladas pela crítica, mas apenas retóricas e, pior, ocas. Claro que não farei sequer um resumo desse ótimo lançamento, para não me tornar estraga prazer e não privar você, fiel (e paciente) leitor da satisfação da descoberta do seu texto (se ainda não o leu) ou do reencontro com ele (caso já tenha lido algo desse escritor).
Mas se me omito de traçar resenha de “O semeador de idéias”, pelas razões expostas, não preciso me omitir também de falar do seu autor. Esse médico do corpo, da mente e da alma lida com o que temos de mais nobre: a razão. E, por extensão, lida com sua principal aptidão, ou seja, com a capacidade de entender o que vê, ouve e sente, denominada, genericamente, de inteligência. Daí ser semeador (ou vendedor?) desse produto abstrato, que gera, no entanto, tudo o que é concreto: idéias. E as idéias, quando originais, têm vasta aceitação, sim senhores. Tanto que pesquisa do jornal Folha de S. Paulo comprova que Augusto Cury foi o escritor mais lido da década. E isso num país tido e havido como avesso aos livros!
Outra façanha sua é o desenvolvimento da “Teoria da Inteligência Multifocal”. Mediante essa doutrina, explica o funcionamento da mente no processo de construção do pensamento e, por conseqüência, na formação dos pensadores. Suas idéias a respeito são fascinantes. Não sou, evidentemente, o mais habilitado a explicá-las e, a bem da verdade, este nem seria o espaço apropriado para isso.
Levantei a hipótese de Augusto Cury ser vendedor de idéias, mas devo retratar-me, o que faço com humildade e satisfação. Apesar de seus livros serem “vendidos”, não “doados” ele é, mesmo, semeador, e dos mais prolíficos e diligentes. Basta citar a Academia da Inteligência, instituto que ajudou a fundar e que dirige há bom tempo . Trata-se de instituição ímpar, que promove o treinamento de psicólogos, educadores e outros profissionais voltados a assegurar a sanidade mental das pessoas. Ademais, sua ação ultrapassa fronteiras. Tanto que, em 2006, foi fundado o Instituto Augusto Cury, em Portugal, mais especificamente na cidade do Porto, para semear, Europa afora, suas idéias. Minha reverência, pois, ao abnegado semeador.

Boa leitura.

O Editor.


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Um comentário:

  1. Jamais abandonarei a admiração que sinto por pessoas inteligentes. Também festejo os feitos alheios, com alegria. Fico feliz com gente que cresce, principalmente no campo das ideias. Pão para o espírito. Quem come aqui não passa fome. Sem ambiguidade deixo meu duplo elogio.

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