quinta-feira, 30 de dezembro de 2010







O Paraíso está em nós

Por Pedro J. Bondaczuk

O homem corre, (desde que tomou consciência de si), atrás de um mundo ideal, de um lugar idílico e perfeito onde inexistem a morte, a maldade e a dor. Todas as religiões falam desse local perfeito, onde "o cordeiro confraterniza-se com o leão, a corsa com o tigre" e não há servos e nem senhores. Onde existe a pureza original e não há sujeiras ou impurezas. Os grandes místicos descreveram em detalhes tal Paraíso, que os cépticos duvidam que exista e o atribuem apenas à fantasia. É possível ao ser humano criar um recanto de luz, onde a felicidade seja a única regra?

Com os pressupostos atuais, não. Enquanto o homem não se livrar dos seus desejos, não desatar os nós da sua ambição que o prendem a objetos, não se livrar da sua obsessão pelo poder, não se conscientizar que o "ser" é que é importante, e não o "ter", continuará desperdiçando sua vida, sofrendo toda a sorte de frustrações, mergulhado em angústias, correndo atrás do nada. Sidarta Gauthama já ensinava que a fonte de toda a desgraça humana é o desejo, que engendra toda a gama de sentimentos daninhos que atormentam as pessoas e fazem com que estas atormentem os semelhantes. Os grandes mestres ensinaram, com mínimas variações, a mesma coisa. E deram exemplos de vidas abnegadas para fundamentar esses ensinamentos. Tanto que nenhum deles foi rico. Não, pelo menos, com o que se entende hoje como riqueza.

A serenidade, advinda do despojamento, é o fundamento desse Paraíso, que "O Buda" descreve desta maneira: "O espaço é sereno e a tranqüilidade infinita. Nem frio, nem dores, no meu reino luminoso. O odor do nardo perfuma o ambiente e a vida dos espíritos, balançados nas asas da alegria, sem travos de saudade, não terá fim nem terá cansaços. As mães beijarão os filhos encantadas; os noivos, esquecendo os madrigais inúteis, mostrarão às suas amadas o céu repleto de canções, como o trigal cheio de espigas douradas. Não haverá noite, não haverá sono, mas somente o hálito do destino a aquecer o coração dos crentes e a banhá-los na felicidade indestrutível". A Bíblia descreve o Éden da mesma forma. Existe este Paraíso, este Walhala, este reino de delícias? Onde está? Em algum recanto da Terra? No Sistema Solar? Em um planeta ao redor de outra estrela da Via Láctea? Em outra galáxia, alhures? Onde está? Como chegar até ele? Consulte o seu coração...

*Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos) e “Cronos & Narciso” (crônicas). Blog “O Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk

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O que comprar:

Cronos e Narciso (crônicas, Editora Barauna, 110 páginas) – “Nessa época do eterno presente, em que tudo é reduzido à exaustão dos momentos, este livro de Pedro J. Bondaczuk reaviva a fome de transcendência! (Nei Duclós, escritor e jornalista). –
Preço: R$ 23,90.

Lance fatal (contos, Editora Barauna, 73 páginas) – Um lance, uma única e solitária jogada, pode decidir uma partida e até um campeonato, uma Copa do Mundo. Assim como no jogo – seja de futebol ou de qualquer outro esporte – uma determinada ação, dependendo das circunstâncias, decide uma vida. Esta é a mensagem implícita nos quatro instigantes contos de Pedro J. Bondaczuk neste pequeno grande livro. –
Preço: R$ 20,90.

Como comprar:

Pela internet
WWW.editorabarauna.com.br – Acessar o link “Como comprar” e seguir as instruções.
Em livraria – Em qualquer loja da rede de livrarias Cultura espalhadas pelo País.

Um comentário:

  1. O pensamento domado poderá propiciar essa sensação de plenitude, mas, ao chegar qualquer dúvida, o equilíbrio se desfaz e a pessoa volta a ser apenas humana com todas as suas tragédias.

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