Surreal
*
Por Marleuza Machado
A
saudade vem na tarde quente de primavera com aspecto de verão.
Impulsionada
pelo desejo, abro o baú de emoções contidas, vasculho
as lembranças e o trago de volta num véu de esperança.
Agarro-me
às sensações do ontem, e, sem pudor, busco tuas mãos. No
limiar entre alegria e dor, te toco, te sinto, te beijo. Num
contato irreal, tua respiração aquece meu rosto.
De
olhos abertos, permito que teu
corpo possua o meu… Debato-me entre um despertar necessário e a
delícia do sonho. Arrisco-me a
permanecer na ilusão do mágico reencontro. E, após
navegar nas emoções do amor naufragado no tempo, como
um barco, atraco-me, serenamente, no cais.
*
Poetisa
e jornalista.
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