Receita de bem viver
O
brasileiro que está na faixa dos 50 anos, hoje, tem tudo para
atingir idade centenária em 2050. Foi o que garantiram projeções
estatísticas feitas há quase duas décadas pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e apresentadas no
programa “Fantástico”, da Rede Globo, em 28 de julho de 2002.
A longevidade da nossa população aumentou, a despeito dos graves problemas sociais que o País ostenta, como altas taxas de desemprego, carência de moradias, queda na renda média, e tantas e tantas outras distorções, que fazem do Brasil uma das sociedades nacionais mais perversas e com maior desigualdade no mundo.
Só na última década do século XX, porém, o número de brasileiros com mais de 60 anos aumentou em 17%. E o maior crescimento se verificou na faixa dos 75 anos, de acordo com o citado levantamento do IBGE. Esse aumento da expectativa de vida é decorrente, acima de tudo, de uma série de avanços nas condições sanitárias e de alimentação da população, que pode (ou não) ser ampliada nos próximos governos. Novos e mais eficazes medicamentos também contribuíram para elevar a expectativa de vida. Todavia, tão importante (ou até mais) do que “viver muito”, é “viver bem”. E isso, todos podemos (e devemos) fazer, com a simples adoção de um estilo saudável e racional em nosso dia a dia.
Além
de uma alimentação balanceada, e moderada, – devemos comer para
viver e nunca viver para comer – o ideal é que nos dediquemos a
exercícios físicos constantes, sempre respeitando nossos limites, e
que estabeleçamos (e respeitemos) horários fixos para se alimentar,
para trabalhar, para descansar e para gozar de lazer, etc. Embora não
pareça, são atitudes indispensáveis para a obtenção e manutenção
da saúde física, mental e emocional.
Contudo,
mais importante do que qualquer desses fatores, é uma postura
positiva face à vida. Uma propaganda (muito bem feita, por sinal)
neste sentido, que foi veiculada há 16 anos pela televisão, foi a
do Açúcar União. O anúncio em questão deu uma “receita”
inteligente e bem-humorada para se viver 200 anos. Claro que tamanha
longevidade é exagerada. Mas que vai melhorar a “qualidade de
vida” de quem a adotar, disso não resta dúvida.
Entre
as recomendações do anúncio estão, por exemplo: “não levarmos
nada muito a sério; rirmos mais, especialmente de nós mesmos;
abraçarmos mais aos que gostamos; nos entregarmos mais vezes às
pequenas, porém relevantes sensações (físicas e emocionais); nos
apaixonarmos mais vezes, mesmo que seja sempre pela mesma pessoa”,
etc.,etc.,etc.
Isto
é, devemos viver plenamente o presente, já que não sabemos qual
será nosso amanhã, sem nos descuidarmos do futuro. Claro que isso
não implica em irresponsabilidade, em abandono das obrigações
familiares, profissionais e sociais, ou em abrir mão da conquista
dos nossos ideais. Temos que estudar, que nos instruir, que trabalhar
(com método e dedicação), que tentar construir alguma coisa de
durável para nós e para as gerações futuras. Mas não podemos (e
nem devemos) jamais transformar tudo isso em obsessão!
A
propósito, recebi, por e-mail, na ocasião em que tratei desse
assunto, um texto, cujo autor não foi identificado, com uma série
de pequenos gestos, de atitudes simples e positivas, que se adotadas,
tendem a melhorar nossa qualidade de vida. Recomenda:
“Saia
de casa só pelo gosto de caminhar. Sorria para todos. Faça um álbum
de família. Conte estrelas. Telefone para seus amigos. Diga: ‘gosto
muito de você!’. Converse com Deus. Volte a ser criança. Pule
corda. Apague de vez a palavra rancor. Diga ‘sim’..
Dê uma boa risada! Leia um livro. Peça ajuda. Corra. Cumpra
uma promessa. Cante uma canção. Lembre
o aniversário de seus amigos. Ajude alguém doente Pule para se
divertir. Retribua um favor. Termine aquele projeto. Quebre uma
rotina. Tome um banho de espuma. Escreva uma lista das coisas que lhe
dão prazer. Faça uma gentileza. Escute os grilos. Agradeça a Deus
pelo sol. Aceite um elogio. Perdoe. Deixe
que alguém cuide de você. Demonstre que está feliz. Faça alguma
coisa que sempre desejou. Toque a ponta dos pés. Olhe com atenção
uma flor. Só por hoje evite dizer: ‘Não posso’. Cante no
chuveiro. Viva intensamente cada minuto de vida.
Inicie uma tradição familiar. Faça piquenique no quintal.
Não se preocupe. Tenha coragem das pequenas coisas. Ajude um vizinho
idoso. Afague uma criança. Reveja fotos antigas.
Escute um amigo. Feche os olhos e imagine as ondas do mar. Brinque
com seu mascote. Permita-se brilhar. Dê uma palmadinha nas suas
próprias costas. Torça pelo seu time. Pinte um quadro. Cumprimente
um novo vizinho. Compre um presente para você mesmo. Mude alguma
coisa. Delegue tarefas. Diga ‘bem vindo’ a quem chegou. Permita
que alguém o ajude. A-gra-de-ça! Saiba que não está só.
Decida-se a viver uma ‘paixão’, sem ela, nada de grande se
consegue. Conserve esta árvore (de relações) diante de si os 365
dias do ano. Ela garante boa saúde, excelentes relações pessoais,
rápido crescimento pessoal e comunitário e uma eternidade”.
Nossa
obrigação principal não é com a família, com a sociedade e nem
com a pátria. É conosco! É a de “sermos felizes”! Pode até
ser que agindo dessa forma não venhamos, de fato, a aumentar em nada
a quantidade dos anos da nossa vida. Somos muito frágeis e estamos
expostos, a cada segundo, a riscos de todos os tipos (doenças,
violência, acidentes, etc.), que independem dos nossos esforços e
da nossa vontade. Todavia, encarando a vida sob foco positivo, um
resultado é absolutamente seguro: Viveremos muito melhor! Isso é o
que importa.
Boa
leitura!
O
Editor.
Acompanhe o Editor pelo twitter: @bondaczuk
Para minha irmã Carla, que é fanatizada em termos alimentares esdrúxulos (ela está terminando o curso de nutrição), não há vida com arroz, trigo, leite e açúcar. Ela é praticamente vegana, excetuando-se os três ovos que ela come de manhã. No caso das dicas do Açúcar União, segundo a minha irmã, a primeira ação deveria ser excluir açúcar da vida. E para sempre.
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