quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Supérfluo - Dairan Lima


Supérfluo


* Por Dairan Lima


Fazer poesia
é como colocar o lixo
pra fora:
religiosamente,
todos os dias!
 
Mas penso
que, como lixo,
nada presta.
Já quiseram me lançar,
publicar, sei lá…
(Isso numa época em que eu era aí
musa de não sei qual artista.)
 
Insisto sempre:
acho que não tem serventia
para nada…
é lixo.
 
Certa vez,
um enamorado,
que se dizia apaixonado,
levou meu caderno de poemas consigo
e nunca mais apareceu.
 
Em outra,
esqueci os esboços
em um bar.
Anos após,
uma amiga
me presenteou
com esse mesmo exemplar.
Sorte ou azar?
 
Sei de um também apócrifo
que está com Áurea,
que herdou de um amigo
que já partiu
para outra galáxia.
 
Os poemas, como me disse Cássia,
afinal, nunca deram camisa!
 

* Poetisa tocantinense


Nenhum comentário:

Postar um comentário