sábado, 1 de setembro de 2018

Morada - Flora Figueiredo


Morada


* Por Flora Figueiredo


No silêncio, mora um poema.
Quando ele dorme, cobre-se de orvalho.
Quando acordado, brotam margaridas.

No silêncio, mora um poema.
Tem a textura do vento
que sopra o cetim das tardes recolhidas.

Nunca te inquietes,
porque no silêncio, mora um poema.


Poetisa, cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça - às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida. 




Nenhum comentário:

Postar um comentário