A
visita
*
Por Deborah Brennand
Longos
e longos anos esperei uma visita,
mas só os ramos agitaram a ventania.
Disseram-me - o longe é sem fim.
Todavia, voltei àquele bosque
e lá só estava uma lua de cinzas.
Redisse então tudo o que foi dito:
o nome de flores clandestinas
À mais funda das raízes eu disse
- ermos são de almas vivas
e toda volta é um descaminho
mas só os ramos agitaram a ventania.
Disseram-me - o longe é sem fim.
Todavia, voltei àquele bosque
e lá só estava uma lua de cinzas.
Redisse então tudo o que foi dito:
o nome de flores clandestinas
À mais funda das raízes eu disse
- ermos são de almas vivas
e toda volta é um descaminho
Felizmente só estava no
bosque uma lua de cinzas.
*
Poetisa,
membro da Academia Pernambucana de Letras e autora dos livros “O
punhal tingido ou livro de horas de dona Rosa de Aragão”, “Noites
de sol ou as viagens do sonho”, “O cadeado negro”, “Pomar de
sombras”, “Claridade”, “Maçãs negras” e “Letras
verdes”.
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