Bom
senso
*
Por Flora Figueiredo
Hoje
não vou,
que é dia ruim de decisão:
o ninho apareceu cheio de ovos,
o vaso me presenteou com botões novos,
a lua fez alongamentos verdes sobre o mar.
Dia de emoção não é dia de ir.
Quem sabe amanhã amanhece chovendo
e eu fico matemática.
que é dia ruim de decisão:
o ninho apareceu cheio de ovos,
o vaso me presenteou com botões novos,
a lua fez alongamentos verdes sobre o mar.
Dia de emoção não é dia de ir.
Quem sabe amanhã amanhece chovendo
e eu fico matemática.
(Do
livro "Chão
de vento". São Paulo: Geração Editorial, 2006).
* Poetisa,
cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a
noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão
Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo
e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua
intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça
- às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre
dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal,
seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.
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