Criatividade é essencial
A
criatividade é muito importante em qualquer atividade que se exerça.
Até aí, não disse nenhuma novidade. É ela que o faz encontrar
soluções para os inesperados problemas que volta e meia surgem e
que não são possíveis de se solucionar pelos métodos
convencionais. No jargão popular, ela é o que se nomeia,
genericamente, como “jogo de cintura”.
Se
a criatividade é importante em qualquer atividade (e, de fato, é),
em literatura ela é essencial. Não basta ao escritor conhecer a
fundo as regras do idioma, e aplicá-las sempre com correção,
embora isso seja o mínimo dos mínimos que dele se espera. É
desejável, não nego, que crie seu estilo de escrever, que o
identifique e caracterize e lhe facilite ao se expressar por escrito.
Valem muito, também, a cultura, a capacidade de observação e “n”
outras características.
Todavia,
se o escritor não for criativo, se não souber fugir do óbvio e se
aventurar no movediço, mas vasto campo da imaginação, dificilmente
irá a algum lugar. Pode, até, ter súbito “brilhareco” e
esgotar uma (ou várias edições) de determinado livro.
Mas
chegará o momento em que se sentirá vazio e não terá mais o que
dizer. Vai se repetir, e repetir, e repetir, teimosa e monotonamente
e não encontrará quem se disponha a ler o que escreve, por ser
previsível e sem surpresas.
O
que temos que fazer é surpreender o leitor, de um texto para outro,
indefinidamente. Trazer-lhe o inusitado, o inesperado, o original,
mesmo que trate de assuntos superbatidos e explorados ad náusea por
uma infinidade de pessoas. É aí que entra a criatividade. Ou seja,
na capacidade de encontrar ângulos novos que ninguém ainda
encontrou, naquilo que todos já exploraram. .
Conheço
escritores que conseguem fazer de um pingo no “i” todo um tratado
de filosofia. Sei de alguns que, de um olhar furtivo de algum
estranho no ônibus, no metrô ou andando pela calçada de uma rua
movimentada de alguma grande cidade, encontram o ponto de partida
para um alentado romance.
Pode
parecer que estou sendo redundante, mas, creia-me, aspirante a
escritor, não estou. Há inúmeras pessoas, que se julgam
habilitadas a transitar neste complexo mundo das letras e que parecem
ter incontrolável preguiça de pensar. Limitam-se a tentar descrever
a realidade (a deles, obviamente, pois esta é sumamente subjetiva e
conta com milhões de faces), de forma chata, insossa, repetitiva e
banal.
Embora
contem com a capacidade de criar, não criam. São como ecos a
repetir o que milhões já disseram e de forma muito mais hábil e
interessante do que eles. Recebi, para análise, centenas de livros,
corretíssimos no aspecto formal, mas que, ao cabo da leitura,
evidenciaram que não tinham nenhum conteúdo. Eram vazios, ocos,
como animais empalhados, sem vontade própria, sem personalidade e
sem vida.
Seus
autores são talentos brutos, que precisam ser lapidados. Mas recusam
essa “lapidação”. São refratários a ela. Julgam-se (sem que o
sejam) autossuficientes. Temem ousar. São avessos a críticas e
parecem entender a literatura como mero jogo de palavras.
Jogassem
de forma criativa com elas, mesmo sem conteúdo, suas obras ainda
despertariam pelo menos alguma atenção. Mas... nem isso sabem
fazer. E quando alguém lhes faz alguma observação a respeito,
ficam todos agastados, melindrados, ofendidos, fazendo beicinhos.
Por
isso, são, e sempre serão, eternos aspirantes a escritor. Por que?
Por não fazerem coisa alguma para concretizar essa aspiração.
Você, caro leitor, certamente conhece muitos desses talentos,
enterrados sob toneladas de burrice, que têm receio, ou preguiça,
de criar, quando não de pensar.
Boa
leitura!
O
Editor.
Acompanhe o Editor pelo twitter: @bondaczuk
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