segunda-feira, 6 de dezembro de 2010






* Por Flora Figueiredo

Estou perdidamente emaranhada
em seus fios de delícias e doçuras.
Já não encontro o começo da meada,
não sei nem mesmo se há uma ponta
de saída, ou se a loucura
vai num ritmo crescente
até subjugar a minha vida.

Não importa.
Quero seus nós de seda
cada vez mais cegos
e apertados a me costurar
nas malhas e nos pêlos.
Enquanto você me amarra,
permanece atado na própria
trama redonda do novelo.

Poetisa, cronista e tradutora, autora de “O trem que traz a noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça - às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.

Um comentário:

  1. Há nós, que nos amarram de maneira tão sutil
    e delicada que o emaranhado nos acolhem...
    Linda poesia.
    Abraços

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