segunda-feira, 8 de agosto de 2011







“Território de guerra” – a reação dos militares a Amorim

* Por Laerte Braga

A fúria de King Kong no topo de uma antena/pára-raios no Empire State até ser atingido por bombas num ataque devastador da força aérea norte-americana e em seguida à sua queda, o olhar terno e amoroso para a mocinha do filme mostra com boa dose de precisão o caráter da sociedade nos EUA. O escravo/objeto do espetáculo derrotado pela democracia cristã e ocidental.
E leviano, é boçal e hoje se reveste de uma natureza terrorista visível a olho nu. Uma nação que vai se fragmentando num processo que tangencia o autofágico e certamente vai chegar essa autofagia na busca desesperada da sobrevivência em meio ao caos. Tanto dos que disparam no Afeganistão em nome da liberdade e guiados por forças divinas – as deles – como nos que invadem escolas e afirmam que “fiz a mando de Deus para limpar o mundo”.
O diário do Congresso dos Estados Unidos – THE HILL – afirma que o Pentágono trouxe a público um plano de ciber/segurança, declarando a Internet “um domínio de guerra”. O diário não explica, no entanto, como os militares usarão a WEB para ataques ofensivos.
A rede social FACEBOOK é um dos instrumentos. Não admitirá qualquer tipo de ataque frontal aos EUA. A censura já começa a ser uma realidade.
Ferido mortalmente King Kong esmagava aviões e helicópteros com as mãos e como o Superman não tivesse aparecido – ou ainda não tivesse chegado de Krypton – muitas bombas foram necessárias para eliminar a fonte de lucro de meia dúzia de empresários inescrupulosos. Banqueiros, executivos de grandes corporações somam hoje dúzias de inescrupulosos a gerirem o país sob a bandeira do nazi/sionismo.
Hoje ficaria até meio difícil contar com o Superman. O herói resolveu renunciar a cidadania norte-americana em discurso na ONU diante de tantas barbaridades atribuídas a ele em seu nome.
O máximo que podem fazer é vir a Minas Gerais e buscar o monstro de um rio numa cidade desse estado brasileiro. Existem monstros assim em vários rios. O Paraibuna por exemplo. Segundo descrições de quem já viu, pode ser denominado “A Louca do Paraibuna”. É produto de restos de urânio enriquecido com toneladas de senhores legisladores, uma espécie aterradora que faz pouso em câmaras municipais. A principal delas na cidade de Juiz de Fora cidade cortada pelo rio. Pesa algo em torno de duas ou três toneladas, pois variam as descrições. É conhecida também como o monstro do Bla Bla Bla e suas reações dependem da presença ou ausência de HALDOL na corrente sanguínea até chegar ao que imagina ser algo como o cérebro. A caixa de comando.
A reação de militares brasileiros a Celso Amorim no Ministério da Defesa é outra aspecto que define bem o que sejam forças armadas em quase todos os países do mundo. Como têm o poder da Borduna – e muitas vezes pouco poder cerebral – costumam baixar a dita Borduna para garantir a lei e a ordem no viés totalitário e boçal que vimos no período da ditadura militar em 1964.
É a velha história contada por Darcy Ribeiro sobre a origem do Estado. O mais inteligente da tribo chamou o mais esperto e resolveram que o primeiro seria o rei e o mais esperto encarregado de vender a idéia ao resto da turma, como sendo desígnio divino e implicando em pelo menos 10% da colheita a guisa de tributos. Esse mais esperto foi o primeiro sacerdote da história da humanidade. Por via das dúvidas escolheram o mais estúpido para ser o chefe militar encarregado de colocar ordem e nos conformes – “teje preso”- quem ousasse discordar.
O diálogo do rei era direto com “Deus”. Mas se demorasse muito em suas meditações os cá de baixo acabavam cultuando um bezerro de ouro e emprestando a juros.
Militares não mudaram muito em relação à sua gênese e os que mudaram pagam preços pesados pela coragem e pela ousadia. O negócio é marchar no passo certo, pensar para que?
Não se constrói uma nação sem uma força armada identificada com anseios, aspirações populares e consciência do dever de respeito a essa vontade – não importa qual seja – e muito menos forças armadas podem avocar a si o direito de definir os destinos de um país, principalmente, quando são comandadas por elites políticas e econômicas de fora. Ou seja, a continência real é para o Pentágono e seus brinquedinhos de eliminar King Kong, hoje, capazes de destruir o planeta por cem vezes se necessário for, mas incapazes de superar índices elevados de desemprego, de pessoas na linha da pobreza, de racismo explícito em relação a negros e outros povos considerados inferiores, ou de impedir que bancos se assenhorem das casas de gentes que sustentam toda essa estrutura.
Não existe esse negócio de um simples telegrama para comunicar que “seu filho morreu honrando os Estados Unidos na defesa da democracia”.
Onde? No campo de concentração de Guantánamo? Nas prisões de tortura livre no Iraque? Nos bombardeios contra alvos civis na Líbia? No massacre genocida do povo Palestino?
A percepção que a internet é um campo de batalha e de fácil entendimento. O Pentágono, uma das empresas das corporações que controlam os EUA, percebeu que a guerra da comunicação começa a ser perdida. As mentiras em redes espalhadas por todo o mundo – televisão – através de agentes e comentaristas terroristas (FOX, CNN, GLOBO, BAND, RECORDE, na Europa, etc) se perdem diante do volume elevado de verdades postadas na rede mundial de computadores.
O nascer da consciência pela informação correta, pelo contraditório, o debate.
Quando um agente de quinta categoria como o deputado Eduardo Azeredo apresenta um projeto que na prática é censura, a turma de cima já tinha consciência da necessidade de apertar o garrote sobre a realidade.
A reação dos militares brasileiros a indicação de Celso Amorim é o temor que esse estamento – que fica à parte, corre paralelo – de nossa sociedade tem de ver a história das barbáries e atrocidades da ditadura militar mostradas ao povo.
Ou o de se verem forçados a sair do Haiti onde exercem um comando nominal, depois do carimbo do general norte-americano, o de “aprovado”, ou “autorizado”.
Há um confronto em aberto no Brasil e que precisa ser fechado. Uma página não escrita da história. Em 1964 triunfaram no golpismo e na violência militares sob o comando de Washington. Excluíram militares dignos e honrados que serviam ao País. Prenderam, torturaram, mataram, estupraram, exilaram centenas, milhares de pessoas. Forjaram uma história que não aconteceu.
Escondem-se atrás das cortinas das elites econômicas e dos interesses da grande potência ocidental, ou na bainha da saia da lei da anistia que os torna impunes por crimes contra a humanidade.
Sabem que Celso Amorim é o oposto de tudo isso. E acima de tudo um brasileiro maior que qualquer um dos que vociferam hoje montados em divisas, estrelas ou dragonas. Já não existem mais figuras como Lott, Moreira Lima, Ladário Pereira Telles, Luís Carlos Prestes, Gregório Bezerra, major Cerveira, Lamarca, Milton Temer. Existem generais comandantes de campos de arrozeiros – latifundiários – interessados em ver o Brasil atrelado e submetido a uma nação terrorista, parte de um conglomerado de terror – ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A –.
Celso Amorim é o oposto.
E vem aí a censura na WEB, a tal guerra do Pentágono Incorporation. O terror virtual. É bem maior que o monstro que emerge espargindo fogo e ensandecido das águas do Paraibuna. O monstro conhecido como “A Louca do Paraibuna” psiquiatra resolve, o outro não. É guerra mesmo.

* Laerte Braga é jornalista. Colabora com a Agência Assaz Atroz. Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

Nenhum comentário:

Postar um comentário