O sétimo dia
* Por Talis Andrade
A Marcos Vinícius Vilaça
1
Tremulava o estandarte
à frente de temidos
e heróicos guerreiros
salteadores do sonho
Vencidas as batalhas
do sim e do não
a glória de hastear
a bandeira invencível
na torre do castelo
que domina a verde
campina da infância
Vencidas as batalhas
do sim e do não
a nobilitante ilusão
de assinar o pacto de paz
Trocar a espada flamejante
por um bandolim dolente
2
Transmudado em doce menestrel
o jovem cavaleiro desarmado
cantava o sangue derramado
dos bravos inimigos mortos
Cantava o sangue incoagulável
o sagrado sangue dos amigos
irremediavelmente mortos
Cantava o frescor das rosas
célicas e altivas rosas
a perfumar o corpo da castelã
3
Do cortesão o ritual da inversão
a linguagem das flores
as vestes de samito e rendas
Os espelhos do palácio
impedem a distinção
do que seja real
ou mera ilusão
Ao jovem cavaleiro andante não contentava
a gratuidade de possuir tudo que se deseja
a presença alada de Victoria
os ramos de louro
a palma de tâmara
A alma inquieta o jovem cavaleiro
retornava a imaginários campos de batalha
no quarto iluminado pelas chamas votivas
estrelas fogos-fátuos corpos-santos
fogueiras fumachos de ervas
coloridas luzes de maio e desmaios
na grande alumiação das velas acesas
à Senhora das Candeias
na grande alumiação das velas acesas
pelos mortos insepultos
4
A razão de ser
de um jovem cavaleiro
depende do imprevisível
a noite que antecede à luta
a solidão da vigília
o silencioso jogo
de tocar o próprio corpo
como se fosse de um morto
A razão de ser
de um jovem cavaleiro
depende da aventura pela aventura
o caminhar por lendários mundos
a eterna busca
do Santo Graal
o inacessível amor
a bela castelã
no alto da alta torre
o impossível amor
arranhando o coração
o coração sangrando
nas cordas de um bandolim
* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).
* Por Talis Andrade
A Marcos Vinícius Vilaça
1
Tremulava o estandarte
à frente de temidos
e heróicos guerreiros
salteadores do sonho
Vencidas as batalhas
do sim e do não
a glória de hastear
a bandeira invencível
na torre do castelo
que domina a verde
campina da infância
Vencidas as batalhas
do sim e do não
a nobilitante ilusão
de assinar o pacto de paz
Trocar a espada flamejante
por um bandolim dolente
2
Transmudado em doce menestrel
o jovem cavaleiro desarmado
cantava o sangue derramado
dos bravos inimigos mortos
Cantava o sangue incoagulável
o sagrado sangue dos amigos
irremediavelmente mortos
Cantava o frescor das rosas
célicas e altivas rosas
a perfumar o corpo da castelã
3
Do cortesão o ritual da inversão
a linguagem das flores
as vestes de samito e rendas
Os espelhos do palácio
impedem a distinção
do que seja real
ou mera ilusão
Ao jovem cavaleiro andante não contentava
a gratuidade de possuir tudo que se deseja
a presença alada de Victoria
os ramos de louro
a palma de tâmara
A alma inquieta o jovem cavaleiro
retornava a imaginários campos de batalha
no quarto iluminado pelas chamas votivas
estrelas fogos-fátuos corpos-santos
fogueiras fumachos de ervas
coloridas luzes de maio e desmaios
na grande alumiação das velas acesas
à Senhora das Candeias
na grande alumiação das velas acesas
pelos mortos insepultos
4
A razão de ser
de um jovem cavaleiro
depende do imprevisível
a noite que antecede à luta
a solidão da vigília
o silencioso jogo
de tocar o próprio corpo
como se fosse de um morto
A razão de ser
de um jovem cavaleiro
depende da aventura pela aventura
o caminhar por lendários mundos
a eterna busca
do Santo Graal
o inacessível amor
a bela castelã
no alto da alta torre
o impossível amor
arranhando o coração
o coração sangrando
nas cordas de um bandolim
* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).
Ao mesmo tempo em que os acontecimentos epopéicos parecem uma narrativa de fatos acontecidos, ao evocar instrumentos musicais, parecem cantorias folclóricas a enfeitar ruas afora.
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