segunda-feira, 8 de agosto de 2011







O fim da utopia

* Por Talis Andrade

Escura nuvem
de longe vem
De longe
vem
a aziaga ameaça
os embaixadores da morte
os mercadores da morte
marcham com o frio aço
de suas armas
e trapaças

Onde fica a floresta
erguerão cidades
chaminés de fábricas
Rios envenenados
correrão pela terra
Pássaros arribarão
para outros ares
outros vales

O pastor não tem
para aonde ir
O seu pai
o pai do seu pai
e irmãos
todos dormem na colina
onde um dia
o pastor esperava
descansar em paz
o corpo alimentando
a árvore medianeira

entre o céu e a terra
entre a luz e as trevas
a árvore frondente
que proporcionaria sombra
eternamente


* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).

Um comentário:

  1. Toda uma história familiar e de vida pessoal destruída pela ganância. A isso damos o nome de progresso.

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