Os caminhos da distância
* Por Talis Andrade
Perdidos sons
chegam de longe
o canto de um pássaro
o canto de uma flauta
o canto de um sino
sons conduzidos pelo vento
o vento soprado por um querubim
As flores nascem pelos campos
e as árvores estão carregadas de frutos
O perfume das flores
lembra o corpo da amada
o olor dos frutos
os beijos ensolarados
os beijos roubados
com gosto de saudade
Amor de perdição a lembrança
A fêmea tangida pela brisa
que anuncia o verão
corria pelos campos
revestida de alegria
os pés descalços
os cabelos soltos
na viração da tarde
A quadra do tempo
rege a vida dos animais
A mulher guarda no cio
antigos instintos selvagens
Mojada de amor
ornada de encantos
a amada corria pelos campos
os cabelos soltos ao vento
douradas crinas de um unicórnio
fluindo livre
Os cabelos soltos ao vento
a fêmea corria pelos campos
deixando os eflúvios da terra
lhe impregnassem o corpo
lhe penetrassem a alma
A fêmea entende a mãe-terra
O corpo da mãe-terra
espelha o corpo de todas as fêmeas
De secreta fenda
o veio donde jorra
a fonte da vida
Terra úmida e ferida
Terra prenha
enverdecida
Terra parida
A fêmea fareja
a mudança do tempo
e veste a roupagem
de cada estação
A passagem do tempo
tem gosto de despedida
Sentado no vão da porta
os ouvidos atentos
escuto o mover
das asas de um beija-flor
escuto os passos da minha amada
pelos caminhos
da distância
* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).
* Por Talis Andrade
Perdidos sons
chegam de longe
o canto de um pássaro
o canto de uma flauta
o canto de um sino
sons conduzidos pelo vento
o vento soprado por um querubim
As flores nascem pelos campos
e as árvores estão carregadas de frutos
O perfume das flores
lembra o corpo da amada
o olor dos frutos
os beijos ensolarados
os beijos roubados
com gosto de saudade
Amor de perdição a lembrança
A fêmea tangida pela brisa
que anuncia o verão
corria pelos campos
revestida de alegria
os pés descalços
os cabelos soltos
na viração da tarde
A quadra do tempo
rege a vida dos animais
A mulher guarda no cio
antigos instintos selvagens
Mojada de amor
ornada de encantos
a amada corria pelos campos
os cabelos soltos ao vento
douradas crinas de um unicórnio
fluindo livre
Os cabelos soltos ao vento
a fêmea corria pelos campos
deixando os eflúvios da terra
lhe impregnassem o corpo
lhe penetrassem a alma
A fêmea entende a mãe-terra
O corpo da mãe-terra
espelha o corpo de todas as fêmeas
De secreta fenda
o veio donde jorra
a fonte da vida
Terra úmida e ferida
Terra prenha
enverdecida
Terra parida
A fêmea fareja
a mudança do tempo
e veste a roupagem
de cada estação
A passagem do tempo
tem gosto de despedida
Sentado no vão da porta
os ouvidos atentos
escuto o mover
das asas de um beija-flor
escuto os passos da minha amada
pelos caminhos
da distância
* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).
Quando calamos, conseguimos ouvir.
ResponderExcluirSe fecharmos os olhos, as cores saltam.
Se nos arrepiamos, preste atenção...o vento
fala.
Linda poesia Talis.
Abraços
Sensual na justa medida.
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