terça-feira, 9 de agosto de 2011







Amor e paz

* Por Evelyne Furtado

A inquietude parece ter sido amplificada. Milhões de pessoas gritam e paradoxalmente eu não sinto vontade de gritar. Sinceramente, nem de escutar. Assusta-me tanto barulho.
Buscar espaço, respeito e consideração por vezes requer alarde. Porém, tenho a impressão que gritam, mas não sabem onde dói.
A dor talvez seja difusa, mas real, e, sem outra alternativa, o berro é a solução mais fácil.
Acontece que não estou nessa sintonia, embora tenha meus motivos, não quero vociferar agora. Meu instante é de recolhimento.
Eu desejo paz e amor. Anseios antigos e pouco lembrados. Remonta a década de sessenta do século passado um movimento com esse lema, que certamente foi um dos mais pacíficos e bonitos. Claro que na mesma época houve protestos de natureza mais ativa, que a mim sempre pareceram conscientes.
Nessas pessoas que gritam e ateiam fogo em prédios em Londres hoje não estou conseguindo perceber um mínimo de consciência.
Diante das parcas e confusas informações - fato estranho no mundo de redes sociais e mídia globalizada - eu só consigo perceber agressividade.
O mundo segue assustado com o tropeço nas contas do Tio Sam e eu aqui temendo nem sei o que, pois não tenho um centavo sequer aplicado nas bolsas que caem. Bem, intuição não me falta, uma dose de drama também não, assim, posso explicar meu desconforto.
Agora é esperar para saber mais. Continuo sem vontade de gritar, porém desejo, além de amor e paz, um pouquinho mais de sensatez e um bocado de esperança.

• Poetisa e cronista de Natal/RN

3 comentários:

  1. Tudo muito mais "sussa", pelamor!! rsrsrsrsrs... Bota meu nome nessa maravilhosa petição, amiga Evelyne. Amor, paz e pronto - é a conta. Um beijo pra você.

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  2. Amor e Paz em contraposição à Guerra e Paz. Todos gritando suas revoltas do dia e você recolhendo-se para meditar. Estar na contracorrente é incômodo, embora autêntico. Também tenho essa mania de estar diferente da maioria. E que encontre o que procura: Fé e Esperança!

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