O nome da loja
* Por Rodrigo Ramazzini
Dois taxistas conversam sobre uma lojinha que vendia de tudo, de bijuterias a artigos místicos, e que abriu há pouco tempo bem próxima do ponto de táxi deles, no outro lado da rua.
- Tu viste que abriu uma lojinha ali?
- Onde?
- Ali onde o Zé tinha a barbearia...
- Vi sim!
- Quando abriu?
- Que dia é hoje?
- Segunda-feira...
- Se hoje é segunda... Então... Acho que foi no sábado à tarde...
- Ah bom! Sábado eu estava de folga, por isso não tinha visto ainda...
- Pois é...
- Vende tudo que é miudeza, né?
- Parece que sim!
- Só fiquei encasquetado com uma coisa...
- O quê?
- O nome da loja...
- O que tem?
- Estranho, né?
- Por que estranho?
- Pô! O nome do troço é “Seirá me los” e tu não achas estranho?
- Tu querias um nome “normal” para uma loja que vende de brinco até incenso?
- É... Tens razão...
- O pessoal que mexe com esse tipo de coisa, geralmente, não é muito normal...
- Pois é... De perto, ninguém é normal, como diria Caetano... Há! Há! Há!
- Há! Há! Há! Pois é...
- Mas o que será que significa o tal nome da loja...
- Não sei!
- Se tu ler rápido dá para interpretar como “será melhor”!
- Não! Não! Não deve ser isso...
- Pois é... Pode ser algo em outro idioma, né?
- Pode! Claro que pode... Mas qual?
- Não sei! Espanhol?
- É... Lembra! Pode ser mesmo...
- De repente, ele só quis ser diferente...
- Também!
- Pois é...
- Mas, estou com um palpite que o dono quer passar uma mensagem...
- Como assim?
- Sei lá! Uma mensagem de reflexão para a vida ou algo do tipo...
- Será?
- Eu acho... Ele não vende coisas místicas lá?
- Vende!
- Então...
- É... Mas será que só tem um dono?
- Não sei!
- Me veio à idéia aqui agora que pode ser a junção de vários nomes?
- Também!
- A junção do nome dos donos, né?
- É...
- Ou... Ou... Tá aí! É a junção do nome dos filhos do dono ou dos donos!
- Pode ser...
- É sim! Pode escrever aí...
- É... Mas, não sei... Eu continuo com aquela minha idéia da mensagem!
- Acho que não!
- Quer apostar?
- Claro!
- Meia-dúzia de cerveja em lata. Pode ser?
- Claro! Fechado...
- Fechado! Junção de nomes ou mensagem?
- Isso! Fechado!
- Entregue gelada?
- Pode ser!
- Beleza! Então, vamos ali perguntar...
Os dois taxistas atravessam a rua na direção da lojinha e chamam o dono...
- Boa tarde!
- Boa tarde!
- Nós somos taxistas aqui da área, tudo bem?
- Tudo bem sim! Prazer!
- Prazer!
- Prazer! Seja bem-vindo...
- Obrigado!
- Nós estávamos ali olhando a sua loja e nos surgiu a dúvida sobre o nome dela... O senhor pode nos explicar?
- Ah sim, claro!
Então, o dono aponta para os escritos e símbolos na fachada da loja e começa a explicá-los...
- Estão vendo que essa flecha, embaixo das letras, vai da direita para a esquerda, certo?
- Certo!
- Certo!
- Ela indica o sentido da leitura...
- Arãn!
- Certo!
E com um sorriso no rosto, cheio de orgulho, como se a idéia para o nome da loja fosse algo extraordinário, ele profere a explicação final:
- Ou seja, da direita para a esquerda... O que se lê? Sol em Áries! Que é o meu signo! Não é genial?
Um dos taxistas, sem qualquer tipo de cerimônia, balança a cabeça e conclui:
- Que palhaçada! E sai caminhando. O outro, um pouco mais educado, ainda, diz ao dono da loja:
- É sim... Obrigado!
E, também, deixa o local. Ao se reencontraram, um dos taxistas comenta ao outro:
- Viu? Eu disse que não era coisa de gente normal!
• Jornalista
* Por Rodrigo Ramazzini
Dois taxistas conversam sobre uma lojinha que vendia de tudo, de bijuterias a artigos místicos, e que abriu há pouco tempo bem próxima do ponto de táxi deles, no outro lado da rua.
- Tu viste que abriu uma lojinha ali?
- Onde?
- Ali onde o Zé tinha a barbearia...
- Vi sim!
- Quando abriu?
- Que dia é hoje?
- Segunda-feira...
- Se hoje é segunda... Então... Acho que foi no sábado à tarde...
- Ah bom! Sábado eu estava de folga, por isso não tinha visto ainda...
- Pois é...
- Vende tudo que é miudeza, né?
- Parece que sim!
- Só fiquei encasquetado com uma coisa...
- O quê?
- O nome da loja...
- O que tem?
- Estranho, né?
- Por que estranho?
- Pô! O nome do troço é “Seirá me los” e tu não achas estranho?
- Tu querias um nome “normal” para uma loja que vende de brinco até incenso?
- É... Tens razão...
- O pessoal que mexe com esse tipo de coisa, geralmente, não é muito normal...
- Pois é... De perto, ninguém é normal, como diria Caetano... Há! Há! Há!
- Há! Há! Há! Pois é...
- Mas o que será que significa o tal nome da loja...
- Não sei!
- Se tu ler rápido dá para interpretar como “será melhor”!
- Não! Não! Não deve ser isso...
- Pois é... Pode ser algo em outro idioma, né?
- Pode! Claro que pode... Mas qual?
- Não sei! Espanhol?
- É... Lembra! Pode ser mesmo...
- De repente, ele só quis ser diferente...
- Também!
- Pois é...
- Mas, estou com um palpite que o dono quer passar uma mensagem...
- Como assim?
- Sei lá! Uma mensagem de reflexão para a vida ou algo do tipo...
- Será?
- Eu acho... Ele não vende coisas místicas lá?
- Vende!
- Então...
- É... Mas será que só tem um dono?
- Não sei!
- Me veio à idéia aqui agora que pode ser a junção de vários nomes?
- Também!
- A junção do nome dos donos, né?
- É...
- Ou... Ou... Tá aí! É a junção do nome dos filhos do dono ou dos donos!
- Pode ser...
- É sim! Pode escrever aí...
- É... Mas, não sei... Eu continuo com aquela minha idéia da mensagem!
- Acho que não!
- Quer apostar?
- Claro!
- Meia-dúzia de cerveja em lata. Pode ser?
- Claro! Fechado...
- Fechado! Junção de nomes ou mensagem?
- Isso! Fechado!
- Entregue gelada?
- Pode ser!
- Beleza! Então, vamos ali perguntar...
Os dois taxistas atravessam a rua na direção da lojinha e chamam o dono...
- Boa tarde!
- Boa tarde!
- Nós somos taxistas aqui da área, tudo bem?
- Tudo bem sim! Prazer!
- Prazer!
- Prazer! Seja bem-vindo...
- Obrigado!
- Nós estávamos ali olhando a sua loja e nos surgiu a dúvida sobre o nome dela... O senhor pode nos explicar?
- Ah sim, claro!
Então, o dono aponta para os escritos e símbolos na fachada da loja e começa a explicá-los...
- Estão vendo que essa flecha, embaixo das letras, vai da direita para a esquerda, certo?
- Certo!
- Certo!
- Ela indica o sentido da leitura...
- Arãn!
- Certo!
E com um sorriso no rosto, cheio de orgulho, como se a idéia para o nome da loja fosse algo extraordinário, ele profere a explicação final:
- Ou seja, da direita para a esquerda... O que se lê? Sol em Áries! Que é o meu signo! Não é genial?
Um dos taxistas, sem qualquer tipo de cerimônia, balança a cabeça e conclui:
- Que palhaçada! E sai caminhando. O outro, um pouco mais educado, ainda, diz ao dono da loja:
- É sim... Obrigado!
E, também, deixa o local. Ao se reencontraram, um dos taxistas comenta ao outro:
- Viu? Eu disse que não era coisa de gente normal!
• Jornalista
Quem sabe se esse não será um nome
ResponderExcluirque alcançará muitas glórias e riquezas?
Deixa ele viver essa sua pequena "sacada".
Uma decepção divertida Rodrigo, mesmo que eles
não tenham achado a menor graça.
Abração e bom fim de semana.
Pois é, Núbia! Vai saber o futuro, né?
ResponderExcluirObrigado pelo comentário!
Ótimo final de semana!
Aquele abraço!
Achei engraçadinha, mesmo que os taxistas não tenham aprovado.
ResponderExcluirObrigado, Mara! Esse era o objetivo!
ResponderExcluirTenha um ótimo final de semana!
Aquele abraço!