Derrotando o “imperador”
Siddharta Mukherjee é um renomado oncologista, que trabalha no conceituado Columbia University Medical Center de Nova York. Nasceu em Nova Delhi, na Índia, em 1970 (é, pois, muito jovem, com 41 anos de idade), mas reside há muitos anos nos Estados Unidos. E por que trago estes detalhes, como o nome desse médico (tão complicado), e que é (ou era) desconhecido até agora, pelo menos aqui no Brasil? Porque ele é autor de uma façanha que poucos já conseguiram ou conseguem.
Siddhartha, ou, para fazer-lhe justiça, Dr. Siddhartha, aventurou-se, pela primeira vez, no campo da literatura e se deu bem com esse livro de estréia, “The emperor of all maladies” (que pode ser traduzido como “O imperador de todas as doenças”): foi premiado, “simplesmente”, com o Pulitzer 2011, na categoria “Não-Ficção”.
De acordo com a crítica, essa obra (a ser lançada no Brasil em agosto próximo pela editora Companhia das Letras) causou furor (positivamente) desde que chegou às livrarias dos Estados Unidos. Pudera! Traz uma abordagem originalíssima, e competente, como se fosse uma biografia, de uma doença terribilíssima e de elevada letalidade, até pouco tempo tida como incurável (e, em alguns casos, ainda é), cujo nome muitas pessoas ainda evitam de pronunciar: o câncer.
Os críticos justificam assim o seu fascínio por esse precioso e corajoso relato: “é a primeira vez que um livro aborda a doença de forma ao mesmo tempo romântica e técnica”. Embarcando nos excelentes comentários feitos sobre a façanha do doutor Siddhartha Mukherjee (cujo prenome, vejam só, é o mesmo de Buda), a jornalista e escritora Mily Lacombe, de quem sou incondicional admirador, reproduzo o início de seu premiado livro: “Em 2010, 600 mil americanos e 7 milhões de pessoas no mundo morrerão de câncer”.
Começo assustador, como se vê, de uma realidade apavorante. O oncologista indiano (e olhem aí um representante dos países emergentes manifestando genialidade) desfaz um equívoco muito comum, não apenas entre os leigos, mas até mesmo entre alguns médicos. Qual? O de que o câncer é uma doença “moderna”, típica do nosso tempo. Ouvi essa afirmação inúmeras vezes, com pessoas buscando dar-lhe foros de verdade. Os que pensam assim tentam relacioná-la ao estilo de vida, digamos, do século XIX para cá.
Essa forma de viver, um tanto (ou exageradamente) desregrada pode ter sim (e provavelmente tem) muito a ver com esse mal. Mas não é sua determinante. O câncer é antigo, antiqüíssimo, existente talvez desde a origem do homem.
Ocorre que, dado o arremedo de Medicina que se praticava até recentemente (lembrem-se que até o início do século XIX, antes das importantíssimas pesquisas de Louis Pasteur, ainda se desconhecia a existência de vírus e de bactérias e se acreditava em geração espontânea), esse arrasador mal não era identificado. E nem havia como ser. Não, pelo menos, pela maioria dos médicos (boa parte dos quais não passava de meros curandeiros, quando não charlatães).
Havia exceções, como em tudo na vida. Tanto que o doutor Siddhartha Mukherjee relata em seu livro o primeiro caso de câncer documentado da história. E sabem quando ocorreu essa identificação? Pasmem, foi por volta de 2.500 AC! Isso mesmo, há 4.500 anos. Como se vê, já havia gênios naqueles tão remotos tempos.
Não me surpreenderei (e Deus queira que minha intuição não esteja errada) se ainda nesta minha geração, de tantos avanços e maravilhas (afinal, a ciência já mapeou todo o genoma humano), a doença seja absolutamente curável, e com tratamentos menos sofridos que os atuais – não tão agressivos e invasivos – e muito mais decisivos.
Vou mais longe (afinal, sonhar é de graça). Creio que muito em breve será inventado um meio infalível e universal de prevenção, uma espécie de vacina, sem qualquer efeito colateral, eficaz em todos os casos, que livre a humanidade da presença terribilíssima e arrasadora desse crudelíssimo “imperador de todas as doenças”.
Boa leitura.
O Editor.
Siddharta Mukherjee é um renomado oncologista, que trabalha no conceituado Columbia University Medical Center de Nova York. Nasceu em Nova Delhi, na Índia, em 1970 (é, pois, muito jovem, com 41 anos de idade), mas reside há muitos anos nos Estados Unidos. E por que trago estes detalhes, como o nome desse médico (tão complicado), e que é (ou era) desconhecido até agora, pelo menos aqui no Brasil? Porque ele é autor de uma façanha que poucos já conseguiram ou conseguem.
Siddhartha, ou, para fazer-lhe justiça, Dr. Siddhartha, aventurou-se, pela primeira vez, no campo da literatura e se deu bem com esse livro de estréia, “The emperor of all maladies” (que pode ser traduzido como “O imperador de todas as doenças”): foi premiado, “simplesmente”, com o Pulitzer 2011, na categoria “Não-Ficção”.
De acordo com a crítica, essa obra (a ser lançada no Brasil em agosto próximo pela editora Companhia das Letras) causou furor (positivamente) desde que chegou às livrarias dos Estados Unidos. Pudera! Traz uma abordagem originalíssima, e competente, como se fosse uma biografia, de uma doença terribilíssima e de elevada letalidade, até pouco tempo tida como incurável (e, em alguns casos, ainda é), cujo nome muitas pessoas ainda evitam de pronunciar: o câncer.
Os críticos justificam assim o seu fascínio por esse precioso e corajoso relato: “é a primeira vez que um livro aborda a doença de forma ao mesmo tempo romântica e técnica”. Embarcando nos excelentes comentários feitos sobre a façanha do doutor Siddhartha Mukherjee (cujo prenome, vejam só, é o mesmo de Buda), a jornalista e escritora Mily Lacombe, de quem sou incondicional admirador, reproduzo o início de seu premiado livro: “Em 2010, 600 mil americanos e 7 milhões de pessoas no mundo morrerão de câncer”.
Começo assustador, como se vê, de uma realidade apavorante. O oncologista indiano (e olhem aí um representante dos países emergentes manifestando genialidade) desfaz um equívoco muito comum, não apenas entre os leigos, mas até mesmo entre alguns médicos. Qual? O de que o câncer é uma doença “moderna”, típica do nosso tempo. Ouvi essa afirmação inúmeras vezes, com pessoas buscando dar-lhe foros de verdade. Os que pensam assim tentam relacioná-la ao estilo de vida, digamos, do século XIX para cá.
Essa forma de viver, um tanto (ou exageradamente) desregrada pode ter sim (e provavelmente tem) muito a ver com esse mal. Mas não é sua determinante. O câncer é antigo, antiqüíssimo, existente talvez desde a origem do homem.
Ocorre que, dado o arremedo de Medicina que se praticava até recentemente (lembrem-se que até o início do século XIX, antes das importantíssimas pesquisas de Louis Pasteur, ainda se desconhecia a existência de vírus e de bactérias e se acreditava em geração espontânea), esse arrasador mal não era identificado. E nem havia como ser. Não, pelo menos, pela maioria dos médicos (boa parte dos quais não passava de meros curandeiros, quando não charlatães).
Havia exceções, como em tudo na vida. Tanto que o doutor Siddhartha Mukherjee relata em seu livro o primeiro caso de câncer documentado da história. E sabem quando ocorreu essa identificação? Pasmem, foi por volta de 2.500 AC! Isso mesmo, há 4.500 anos. Como se vê, já havia gênios naqueles tão remotos tempos.
Não me surpreenderei (e Deus queira que minha intuição não esteja errada) se ainda nesta minha geração, de tantos avanços e maravilhas (afinal, a ciência já mapeou todo o genoma humano), a doença seja absolutamente curável, e com tratamentos menos sofridos que os atuais – não tão agressivos e invasivos – e muito mais decisivos.
Vou mais longe (afinal, sonhar é de graça). Creio que muito em breve será inventado um meio infalível e universal de prevenção, uma espécie de vacina, sem qualquer efeito colateral, eficaz em todos os casos, que livre a humanidade da presença terribilíssima e arrasadora desse crudelíssimo “imperador de todas as doenças”.
Boa leitura.
O Editor.
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Que Deus queira que essa sua intuição
ResponderExcluiresteja mais próxima do que imaginamos...
Abraços