terça-feira, 24 de maio de 2011





Dúvidas

* Por Evelyne Furtado

Parece-me impossível a existência sem dúvidas. Existir com um mínimo de consciência de nós e do mundo ao nosso redor já nos faz refletir e na reflexão está implícita a dúvida.
A meu ver o ato de pensar atrai a dúvida. “Ser ou no ser, eis a questão". O Hamlet de Shakespeare resume magistralmente a dúvida como atribuição humana. Nossa tragédia ou nossa maior ventura. Marca da nossa condição de seres dotados de capacidades intelectuais e espirituais.
Sou ou não sou? Quero ou não quero? Posso ou não posso? Devo ou não devo? Vou ou fico?
Todas essas questões trazem em si a dúvida e durante o dia em inúmeras oportunidades nos confrontam com ela. Da mais trivial àquela com significado maior.
Quanto mais vivemos e ampliamos nossos conhecimentos, mais ponderações fazemos. Em alguns momentos as dúvidas se multiplicam e paralisamos.
Talvez seja a hora de nos colocarmos por conta de Deus até as águas baixarem.
Então poderemos respirar fundo e começarmos a decidir aos poucos que rumo seguir , nem que seja para lá na frente questionarmos outra vez. Duvidar e crer. Crer e duvidar para outra vez acreditar faz parte da trajetória humana, mesmo quando não damos conta.

• Poetisa e cronista de Natal/RN

3 comentários:

  1. À vezes amanhecemos brisa.
    Logo depois viramos tempestades.
    Não demora muito e nos tornamos
    sombras acolhedoras novamente.
    Beijos Evelyne

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  2. Obrigada, Núbia! Somos tudo isso, mesmo! Beijos.

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  3. Preciso decidir-me logo. A dúvida para mim é destruidora. Não sei esperar até amanhã, gosto de saber hoje. Após uma decisão, fico melhor na hora. Gosto de sua tranquilidade em revelar-se, Evelyne.
    Núbia, seu comentário foi um poema. E o melhor: belo e verdadeiro.

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