Êxtase
* Por Núbia Araújo Nonato do Amaral
Liana nasceu numa época em que as mulheres não tinham voz. Obedecia cegamente ao pai e era subjugada pelos irmãos. Jamais soube o que era carinho ou amor. Às vezes colava os ouvidos à porta do quarto dos pais e escutava:
- Vá se lavar!
Logo depois, vinha o barulho da cama de molas e um urro surdo, mais nada.
Quando seu sangue desceu, o pai logo tratou de arranjar-lhe um pretendente e menina ainda Liana se viu nas mãos de outro dono. Saul, seu marido era bem mais velho do que ela e na noite de núpcias apenas lhe ordenou:
- Vá se lavar!
Montou na menina sem beijar-lhe a boca.
Um dia, tomando banho no rio, ela se descobriu, tocando--se timidamente gozou com tanta intensidade que quase desfaleceu. Aos poucos foi tomando consciência de seu corpo e seu desejo foi aumentando, pensou em Saul e visualizou cada parte de seu corpo, tocando os seios suavemente, imaginou-o em cima dela e o calor irradiou por entre suas pernas.
À noite, depois de fechar seu comércio, Saul retornou ao lar; enquanto comia observou que Liana desabrochara em um corpo de mulher, sentindo o membro endurecer a ponto de doer, ordenou que se preparasse para ele, mas ela apenas o olhou. Despiu-se e, deitada na cama diante do seu olhar atônito, masturbou-se desavergonhadamente.
De olhos fechados Liana sentiu o peso do seu dono que, urgente, buscava-lhe a boca. Tomados por um desejo incontrolável, gritavam em êxtase, libidinosos. O comércio de Saul que antes funcionava aos domingos, não abre mais e durante a semana encerra, criteriosamente, seu expediente às seis horas da tarde. Todas as noites, enquanto os amantes se entregam, os cães uivam, encobrindo os seus gemidos.
* Poetisa, contista, cronista e colunista do Literário
* Por Núbia Araújo Nonato do Amaral
Liana nasceu numa época em que as mulheres não tinham voz. Obedecia cegamente ao pai e era subjugada pelos irmãos. Jamais soube o que era carinho ou amor. Às vezes colava os ouvidos à porta do quarto dos pais e escutava:
- Vá se lavar!
Logo depois, vinha o barulho da cama de molas e um urro surdo, mais nada.
Quando seu sangue desceu, o pai logo tratou de arranjar-lhe um pretendente e menina ainda Liana se viu nas mãos de outro dono. Saul, seu marido era bem mais velho do que ela e na noite de núpcias apenas lhe ordenou:
- Vá se lavar!
Montou na menina sem beijar-lhe a boca.
Um dia, tomando banho no rio, ela se descobriu, tocando--se timidamente gozou com tanta intensidade que quase desfaleceu. Aos poucos foi tomando consciência de seu corpo e seu desejo foi aumentando, pensou em Saul e visualizou cada parte de seu corpo, tocando os seios suavemente, imaginou-o em cima dela e o calor irradiou por entre suas pernas.
À noite, depois de fechar seu comércio, Saul retornou ao lar; enquanto comia observou que Liana desabrochara em um corpo de mulher, sentindo o membro endurecer a ponto de doer, ordenou que se preparasse para ele, mas ela apenas o olhou. Despiu-se e, deitada na cama diante do seu olhar atônito, masturbou-se desavergonhadamente.
De olhos fechados Liana sentiu o peso do seu dono que, urgente, buscava-lhe a boca. Tomados por um desejo incontrolável, gritavam em êxtase, libidinosos. O comércio de Saul que antes funcionava aos domingos, não abre mais e durante a semana encerra, criteriosamente, seu expediente às seis horas da tarde. Todas as noites, enquanto os amantes se entregam, os cães uivam, encobrindo os seus gemidos.
* Poetisa, contista, cronista e colunista do Literário
Final feliz, no qual a realização veio instintivamente. Muito bom em vários sentidos.
ResponderExcluirValeu Mara por comentar.
ResponderExcluirAbraços
Núbia, gostei muuito, sem tabus e com grande envergadura dos seus gozos. Muito amor sobre êxtases.
ResponderExcluirParabéns, poetamiga!
Beijão
Obrigadão Zé, que bom que gostou.
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