Falando sozinha
* Por Rosana Hermann
Primeiro você faz um blog, um site, um fotolog, uma comunidade. Depois, você sai em busca de visitantes. Nada pode ser mais triste que um blog com zero comentários o tempo todo. Cada bolinha num post é um golpe no orgulho. Não há ego que resista ao colar de zeros afogando o pescoço da vaidade. Para esses casos, não tem outro remédio senão sair por aí divulgando, pedindo, implorando para que alguém clique no link e deixe um recado.
O processo não é exclusividade dos amadores, também os profissionais ficam em busca de audiência. Assim como na televisão todos ficam neuróticos pelos pontos de audiência em tempo real, na rede todos ficam contabilizando os hits, os visitantes únicos, os comentários. Não adianta explicar racionalmente que isso não é medida de sucesso, a gente quer ver o contador girando.
Aqui, neste canal literário, ainda engatinhando em suas primeiras edições, voltei a sentir essa sensação de abandono dos iniciantes da rede. Vira e mexe, volto para ver a crônica publicada e busco os comentários no fim da página virtual, para saber se, enfim, o texto ficou às moscas ou foi visitado por pessoas vivas como eu. Leio as opiniões e, em alguns casos, arrisco uma resposta. Mas as visitas são poucas, os leitores idem, e os comentários, mais escassos ainda.
É estranho, esse sentimento, o de abandono entre bilhões de páginas. É difícil, esta posição, de mendigar visitas e comentários, em busca de aprovação. Mas é importante que isso aconteça, um exercício de renovação e reconquista, uma nova experimentação em busca de feedback.
Por enquanto, aqui estou, aplauso de uma mão só, esperando que você estenda a sua, para batermos palmas para nós mesmos.
*Rosana Hermann é Mestre em Física Nuclear pela USP de formação, escriba de profissão, humorista por vocação, blogueira por opção e, mediante pagamento, apresentadora de televisão.
* Por Rosana Hermann
Primeiro você faz um blog, um site, um fotolog, uma comunidade. Depois, você sai em busca de visitantes. Nada pode ser mais triste que um blog com zero comentários o tempo todo. Cada bolinha num post é um golpe no orgulho. Não há ego que resista ao colar de zeros afogando o pescoço da vaidade. Para esses casos, não tem outro remédio senão sair por aí divulgando, pedindo, implorando para que alguém clique no link e deixe um recado.
O processo não é exclusividade dos amadores, também os profissionais ficam em busca de audiência. Assim como na televisão todos ficam neuróticos pelos pontos de audiência em tempo real, na rede todos ficam contabilizando os hits, os visitantes únicos, os comentários. Não adianta explicar racionalmente que isso não é medida de sucesso, a gente quer ver o contador girando.
Aqui, neste canal literário, ainda engatinhando em suas primeiras edições, voltei a sentir essa sensação de abandono dos iniciantes da rede. Vira e mexe, volto para ver a crônica publicada e busco os comentários no fim da página virtual, para saber se, enfim, o texto ficou às moscas ou foi visitado por pessoas vivas como eu. Leio as opiniões e, em alguns casos, arrisco uma resposta. Mas as visitas são poucas, os leitores idem, e os comentários, mais escassos ainda.
É estranho, esse sentimento, o de abandono entre bilhões de páginas. É difícil, esta posição, de mendigar visitas e comentários, em busca de aprovação. Mas é importante que isso aconteça, um exercício de renovação e reconquista, uma nova experimentação em busca de feedback.
Por enquanto, aqui estou, aplauso de uma mão só, esperando que você estenda a sua, para batermos palmas para nós mesmos.
*Rosana Hermann é Mestre em Física Nuclear pela USP de formação, escriba de profissão, humorista por vocação, blogueira por opção e, mediante pagamento, apresentadora de televisão.
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