terça-feira, 17 de maio de 2011







Teimosia

* Por Evelyne Furtado

Sente saudade da época em que sabia o que queria, distinguia bem entre sonho e realidade, e , principalmente, não duvidava do ímpeto que a fazia avançar.
Mas o freio veio de súbito e a fez beijar o chão. Ao redor tudo girava e o mais desconfortável era a sensação de que algo lhe faltava.
Ao recuperar a consciência, se é que recuperou, não encontrou mais seus sonhos tais como eram. Todos , sem exceção, estavam contaminados de realidade.
Dizem que é salutar e que já veio tarde. Chamam, esse seu estado, de desencatamento. Ela não discorda, mas prefere chamar de crise. Pois crises são vencidas ao final.
Segue perseguindo a esperança e nutre-se dos restos de sonhos. Teimosamente, insiste que o melhor ainda virá.

• Poetisa cronista de Natal/RN

4 comentários:

  1. Teimar, teimar e, quando cansar de teimar, teimar um pouco mais pra variar. Ótimo texto, Evelyne. E a foto também tem tudo a ver. Um beijo, amiga.

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  2. Abençoada seja essa teimosia.
    Abraços

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  3. Acreditar que o melhor está por vir é uma maneira sábia de enfrentar a maturidade. Diria que esta teimosia tem muito de fé e de esperança também ,mesmo que os sonhos tenham sido contaminados pela realidade que os transfigurou.

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  4. Marcelo, Núbia e Mara, beijos e muito obrigada,amigos.

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