A
aeronave
*
Por Augusto dos Anjos
Cindindo
a vastidão do azul profundo,
sulcando
o espaço, devassando a terra,
a
aeronave que um mistério encerra
vai
pelo espaço acompanhando o mundo.
E
na esteira sem fim da azúlea esfera
ei-la
embalada n’amplidão dos ares,
fitando
o abismo sepulcral dos mares
vencendo
o azul que ante si s’erguera.
Voa,
se eleva em busca do infinito,
é
como um despertar de estranho mito,
auroreando
a humana consciência.
Cheia
da luz do cintilar de um astro,
deixa
ver na fulgência do seu rastro
a
trajetória augusta da ciência.
*
Poeta simbolista paraibano.
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