sexta-feira, 18 de maio de 2018

Ama de leite - Eliane Triska


Ama de leite

* Por Eliane Triska

Tu noite que me negas as ternuras
por qualquer sonho a se dizer feliz.
Dá-me um sol a brilhar mesmo às escuras,
e protege a dolorida cicatriz.

Neste cenário estéril sempre em curto
vagueia a louca infante, pré-senil,
a quebrar luas em perpétuo surto,
amotinada às lágrimas febris.

Queria um dia fosse só para mim.
Um sol fresco a escorrer… Puro deleite!
Das seivas mais profundas de um jasmim.

Ah, noite, quanta espera… Foi assim:
Te prometeste como ama de leite.
Teu peito é seco! Ó miserável fim!


  • Poetisa gaúcha residente em Canoas/RS

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