A
palavra de fogo
*
Por Talis Andrade
No
remoinho dos ventos
levantando
a poeira
do
vermelhado chão
em
um perdido povoado
a
alucinante aparição
de
um homem
envergando
a veste
dos
penitentes
a
aparição de um homem
que
andou léguas e léguas
por
caminhos de pedras
e
vilarejos distantes
a
pregar uma estranha
e
deslumbrante visão
o
sertão vai virar mar
o
mar vai virar sertão
O
remoinho dos ventos
apagou
os rastros do profeta
o
remoinho dos ventos
levou
as secas palavras
pelos
caminhos secos dos rios
o
remoinho dos ventos
espalhou
a palavra de fogo
pelos
vagos do deserto
*
Jornalista,
poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em
História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como
a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do
Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A
República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o
recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).
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