Preso
político?
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Por Emanuel Medeiros Vieira
Em
memória de Rosa Luxemburgo (1871-1919)
Preso
político é preso de consciência. É àquele
que foi preso por suas ideias. E, no geral, é o homem que combate a
opressão, a tirania e as ditaduras.
Nelson Mandela foi um perfeito exemplo de preso político. Por quase três décadas esteve encarcerado por combater sem tréguas um regime racista, opressor e indigno – do “apartheid”(separação). Foi um exemplo de profundo idealismo, tenacidade, resistência e autenticidade. Como foram no Brasil, Luiz Carlos Prestes, Gregório Bezerra e tantos outros. (Como os catarinenses que foram presos e barbaramente torturados na “Operação Barriga-Verde”, de 1975, muitos dos quais eram meus queridos amigos e não estão mais entre nós).
Nenhum indivíduo – em uma democracia – preso por corrupção –, com todos os instrumentos legais, direito à ampla defesa, pode ser considerado preso político. “A prisão política é um ato de origem política, nunca de raiz judicial”, disse alguém.
Quem qualifica um homem preso por corrupção de prisioneiro político, está falseando a verdade. E assim o faz, para glorificar o encarcerado, por ignorância ou má-fé. Ou por acreditar que uma mentira repetida mil vezes, vira verdade. Ou por ter vocação inata para a mentira – como militantes de certas agremiações. Não me alongarei mais.
Brasília,
abril de 2018
*
Romancista, contista, novelista e poeta catarinense, residente em
Brasília, autor de livros como “Olhos azuis – ao sul do
efêmero”, “Cerrado desterro”, “Meus mortos caminham comigo
nos domingos de verão”, “Metônia” e “O homem que não amava
simpósios”, entre outros. Foi
indicado ao Prêmio Nobel de Literatura de 2018.
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