Amor
caramelado
*
Por Flora Figueiredo
Eles
chegaram.
Algazarra, trambolhões,
bolas, heróis, carrinhos,
chuteiras, piratas e balões.
_ Vó, tem sorvete?
_ Vó, ele comeu sabonete.
_ Escapou xixi na cueca.
Será que tem outra seca?
_ A vovó cata no gol.
_ Falta! Foi ele que me empurrou!
_ Põe todos de castigo, vó.
Você só briga comigo.
_ Vem me ajudar na lição?
Amanhã tem Redação.
_ Olhem! Achei paçoquinha!
Amo você, vovozinha.
Hora de ir embora.
Dói-me tudo, do fio do cabelo
à ponta do dedão.
Silêncio, vazio,
um caminhãozinho abandonado.
Que voltem logo para nova confusão.
Casa de avó é ninho de amor caramelado.
Algazarra, trambolhões,
bolas, heróis, carrinhos,
chuteiras, piratas e balões.
_ Vó, tem sorvete?
_ Vó, ele comeu sabonete.
_ Escapou xixi na cueca.
Será que tem outra seca?
_ A vovó cata no gol.
_ Falta! Foi ele que me empurrou!
_ Põe todos de castigo, vó.
Você só briga comigo.
_ Vem me ajudar na lição?
Amanhã tem Redação.
_ Olhem! Achei paçoquinha!
Amo você, vovozinha.
Hora de ir embora.
Dói-me tudo, do fio do cabelo
à ponta do dedão.
Silêncio, vazio,
um caminhãozinho abandonado.
Que voltem logo para nova confusão.
Casa de avó é ninho de amor caramelado.
* Poetisa,
cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a
noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão
Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo
e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua
intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça
- às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre
dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal,
seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário