De novo eleições
* Por
Luiz Carlos Amorim
E começou a propaganda
eleitoral na televisão. Ainda bem que é só na TV aberta, que eu assisto muito
pouco, quase nada, pois ficou insuportável. E tem mais, vamos ter que aguentar
os santinhos nos jornais, os out-doors e placas que começam a aparecer pelas
cidades, aumentando a poluição visual, os carros de som fazendo a maior
poluição sonora, os santinhos, que começam a mandar pra gente, entupindo nossas
caixas de correio e nossos e-mails.
E até as redes sociais
estão ficando impraticáveis. Eu e outras pessoas, dentre os muitos amigos que
tenho no Facebook, já postamos vários pedidos para que as pessoas não façam
propaganda eleitoral naquela rede. Mas infelizmente não adianta. Nas últimas
eleições, deletei alguns cabos eleitorais e este ano já apareceram outros
tantos que insistem e também serão defenestrados. Acho chato ter que fazer
isso, mas já chega dessa política podre que está em todo lugar. Pedi várias
vezes para deixarmos a propaganda política de lado ali, que talvez a plataforma
mais apropriada seja o Twitter. Melhor nenhuma.
Os espaços são
democráticos, mas se a maioria não quer esse tipo de propaganda, que não serve
para sabermos o que os candidatos podem fazer pelo povo, mas o quanto eles
podem mentir, então que a minoria ache outro veículo. Existem muitos lugares
onde a propaganda política, do jeito que ela é feita, não vai conseguir nenhum
voto a favor do candidato, muito pelo contrário. Acaba-se adquirindo mais
aversão pela coisa e a gente marca o nome do candidato para NÃO votar nele.
Aliás, votar é uma
coisa quase impossível, pois está difícil encontrar um candidato decente. Aí
alguém poderá dizer: mas é necessário conhecer os candidatos para poder
escolher. Como escolher, se a gente só ouve mentiras, promessas que nunca serão
cumpridas, promessas que só servem de parâmetro para eles, os políticos, fazerem
exatamente o contrário? Aliás, no caso das eleições municipais, como a deste
ano, os vereadores reaparecem para dar tapinhas nas costas dos eleitores,
apertar as mãos, prometer coisas que não cumprirão. Dizem que não podem fazer
isso fora destes poucos meses antes da eleição, porque seria campanha fora de
época, dizem eles. Desculpa esfarrapada, outra mentira deslavada. Ah, então
atender o cidadão, saber o que as comunidades precisam e tentar melhorar a vida
das pessoas de sua cidade, que é o trabalho deles, o dever deles, não é feito
para não parecer campanha. Mas esta é a melhor campanha que um político pode
fazer: ir até o eleitor saber do que ele precisa para providenciar a realização
de obras e melhorias.
Dizem também que não
podemos perder a oportunidade de votar, de exercer a nossa cidadania. Mas votar
em quem? Se houver candidato em quem a gente puder votar, tudo bem, seria ótimo
colocar na política alguém que realmente cumprisse o seu papel, trabalhando em
prol da comunidade, do povo, e não em benefício próprio.
Precisamos renovar os
agentes que nos representam, substituindo essa política corrupta que aí está.
Só precisamos de bons candidatos, honestos, decentes, o que está difícil. Se
não houver em quem votar, votemos nulo, para manifestar a nossa insatisfação, o
nosso protesto contra a corrupção e impunidade que grassa nesse país. É a única
maneira de perceberem que não estamos satisfeitos com o que aí está.
*
Escritor, editor e revisor – Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA,
que completou 36 anos em 2016. Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras.
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