segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Nós, o Lula

* Por Raul Longo


“Lula, prepare-se que eles vão querer te processar, cassar ou prender. Se não conseguirem, vão tentar te matar”. - Felipe Gonzáles- ex-presidente da Espanha

Também podem nos chamar de Dilma. Homens e mulheres, somos todos mais de 50 milhões de Lula, mais de 50 milhões de Dilma.

Mais de 50 milhões e a mesma cara. Sem “mimimi” porque nós, o Lula, não temos duas caras. Uma só cara para mais de 50 milhões.

Mais de 50 milhões diretos e efetivos.

Não somos decorativos. Decorativo é quem tem vocação pra pinguim de geladeira de castelo de filme “B” de terror.

Mais de 50 milhões de Lula, mais de 50 milhões de Dilma diretos e efetivos e não a cara do óbvio que ulula como lobão sarnento, como lobisomem sangrento.

Nós, a Dilma, temos a voz clara da dignidade. E nós, o Lula, temos a voz rouca da vida de fato vivida.

E que nos cante Chico Buarque e todos os nossos poetas de verdade!

Que nos encantem os tantos nós de nós mesmos que a tudo desatamos. Todas vossas dívidas e todas vossas incompetências. Sem passar a vergonha de levar pito de Clinton algum em reunião internacional.

Não passamos chapéu na mão nem tiramos sapato.

Respeitamos os pequenos e pelos grandes somos respeitados.

Nós, o Lula, não precisamos tomar vergonha na cara. Nós somos o Cara!

E não precisamos abanar o rabo como sabujo amestrado.

A nós, a Dilma, ninguém esconde da foto. Nós, o Lula, somos o centro da foto.

Nosso nome não se tira da lista. Não somos apenas qualquer um de algum lugar. Somos o Brasil e em toda parte nosso nome se alardeia e anuncia.

Nós, o Lula, somos mais de 50 milhões de Brasil. Nós, a Dilma, somos mais de 50 milhões no Brasil.

Não na Suíça.

Nós, a Dilma, encaramos os que escondem a cara. Nós, o Lula, respondemos na cara de cada covardia.

Temos a mesma cara hoje que tivemos ontem e a teremos sempre porque não nunca fomos Demóstenes Torres. Não somos a inveja para que depois não se Veja sermos Carlinhos Cachoeira.

Não somos Aécio de nariz rebaixado como helicóptero carregado de meia tonelada.

Não temos porque fingir que combatemos a corrupção aplaudindo Eduardo Cunha, para depois fazer de conta que Temer não é Cunha.

Não temos porque esconder o que somos e somos 50 milhões efetivos e diretos. Não apenas os ecos de algum William ou qualquer outro de outro canal de desvios de impostos e Banestado, de privatarias e tantas patifarias. Canais do esgoto da impunidade do H, S, B ou C.

Não somos os zelotes da omissão da sujeira pra debaixo do tapete.

Não enfurnamos a verdade. Somos as portas e as janelas da transparência e somos a investigação.

Não fomos nós que votamos em Caçador de Marajás porque Roberto Marinho mandou nem fomos nós que pintamos a cara contra o Caçador de Marajás porque Roberto Marinho mandou.

Não somos o otário da piada da grande imprensa brasileira como diz o jornalista estadunidense. Nem os gangsteres governantes como diz a revista alemã. Não somos golpe nem farsa, como diz o jornal da França.

Somos mais de 50 milhões de votos diretos e não apenas 6 dezenas de indiretos. Não somos uma nem duas, somos 4 eleições e 80% de aprovação.

Nós, o Lula, não envergonhamos o país.

Nós, a Dilma, somos aqueles que levaram ao estudo os que nunca tiveram acesso às escolas. Oferecemos salários e tiramos das esmolas. Levamos luz onde havia apagão. Vida na água para o sertão e não o volume morto da sujeira da imprevisão, na improvisação da inconsequência e irresponsabilidade.

Não somos a incapacidade. Somos universidade e 400 escolas técnicas. Somos a ciência e para nós não se fecham fronteiras. Somos mais médicos e mais remédios. O rio, a lagoa e a ponte.

Não somos o abandono, a ausência de infraestrutura. Somos a estrutura.

A distância e a estrada, a recuperação da navegação, da rodovia, e a instalação da ferrovia. O vento e a energia, a mata e a torre de transmissão. 

Somos uma nação e não a dívida. Não somos a indignação e o descalabro. Somos o mundo e não os maiores abismos do mundo.

Somos a solução efetiva e direta e não a invenção infecta de legislação que se revoga dois dias depois de consumado o golpe da corrupção. O estancar da sangria dos donos da corrupção.

Somos a investigação dos que sangram a nação.

Nós, o Lula, somos 40 milhões libertos dos grilhões da miséria.

Nós, a Dilma, não somos o Fora Temer. Somos a casa da vida fora da favela, somos o fora à fome. O Brasil fora do Mapa Mundial da Fome.

Não somos a ALCA “al carajo!” Somos o BRICS. Somos o Pan-americano, a Copa e a Olimpíada.

Somos a ascensão da 14ª para a 6ª economia.

Somos o credor, não o devedor. Somos a potência e não a subserviência.

Que nos processem. Que nos cassem. Que nos prendam. E se não conseguirem, que se tente nos matar.

Mas não matem apenas um!

Matem todos os mais de 50 milhões de Dilmas. Todos os mais de 50 milhões de Lulas!

Não processem, não cassem, não prendam nem matem apenas um.

Vossas convicções não passam de obsessões e vossos reles minutos de glória escorrerão pelo furo do urinol da própria história.

Portanto, matem todos e não deixem sobrar nenhum. Nem um!

Porque se sobrar um dos mais de 50 milhões de Lula, não adianta adjetivar. Terá de se provar, sem ridícula ficção de literaturas inverídicas, uma prova que seja.

Uma prova que seja das tantas mentiras contra nós, o Lula.

*Raul Longo é jornalista, escritor e poeta. Mora em Florianópolis e é colaborador do “Quem tem medo da democracia?”, onde mantém a coluna “Pouso Longo”.



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