Nós, o Lula
* Por
Raul Longo
“Lula,
prepare-se que eles vão querer te processar, cassar ou prender. Se não
conseguirem, vão tentar te matar”. - Felipe Gonzáles-
ex-presidente da Espanha
Também podem nos
chamar de Dilma. Homens e mulheres, somos todos mais de 50 milhões de Lula,
mais de 50 milhões de Dilma.
Mais de 50 milhões e a
mesma cara. Sem “mimimi” porque nós, o Lula, não temos duas caras. Uma só cara
para mais de 50 milhões.
Mais de 50 milhões
diretos e efetivos.
Não somos decorativos.
Decorativo é quem tem vocação pra pinguim de geladeira de castelo de filme “B”
de terror.
Mais de 50 milhões de
Lula, mais de 50 milhões de Dilma diretos e efetivos e não a cara do óbvio que
ulula como lobão sarnento, como lobisomem sangrento.
Nós, a Dilma, temos a
voz clara da dignidade. E nós, o Lula, temos a voz rouca da vida de fato
vivida.
E que nos cante Chico
Buarque e todos os nossos poetas de verdade!
Que nos encantem os
tantos nós de nós mesmos que a tudo desatamos. Todas vossas dívidas e todas
vossas incompetências. Sem passar a vergonha de levar pito de Clinton algum em
reunião internacional.
Não passamos chapéu na
mão nem tiramos sapato.
Respeitamos os
pequenos e pelos grandes somos respeitados.
Nós, o Lula, não
precisamos tomar vergonha na cara. Nós somos o Cara!
E não precisamos
abanar o rabo como sabujo amestrado.
A nós, a Dilma,
ninguém esconde da foto. Nós, o Lula, somos o centro da foto.
Nosso nome não se tira
da lista. Não somos apenas qualquer um de algum lugar. Somos o Brasil e em toda
parte nosso nome se alardeia e anuncia.
Nós, o Lula, somos
mais de 50 milhões de Brasil. Nós, a Dilma, somos mais de 50 milhões no Brasil.
Não na Suíça.
Nós, a Dilma,
encaramos os que escondem a cara. Nós, o Lula, respondemos na cara de cada
covardia.
Temos a mesma cara
hoje que tivemos ontem e a teremos sempre porque não nunca fomos Demóstenes
Torres. Não somos a inveja para que depois não se Veja sermos Carlinhos
Cachoeira.
Não somos Aécio de
nariz rebaixado como helicóptero carregado de meia tonelada.
Não temos porque
fingir que combatemos a corrupção aplaudindo Eduardo Cunha, para depois fazer
de conta que Temer não é Cunha.
Não temos porque
esconder o que somos e somos 50 milhões efetivos e diretos. Não apenas os ecos
de algum William ou qualquer outro de outro canal de desvios de impostos e
Banestado, de privatarias e tantas patifarias. Canais do esgoto da impunidade
do H, S, B ou C.
Não somos os zelotes
da omissão da sujeira pra debaixo do tapete.
Não enfurnamos a
verdade. Somos as portas e as janelas da transparência e somos a investigação.
Não fomos nós que
votamos em Caçador de Marajás porque Roberto Marinho mandou nem fomos nós que
pintamos a cara contra o Caçador de Marajás porque Roberto Marinho mandou.
Não somos o otário da
piada da grande imprensa brasileira como diz o jornalista estadunidense. Nem os
gangsteres governantes como diz a revista alemã. Não somos golpe nem farsa,
como diz o jornal da França.
Somos mais de 50
milhões de votos diretos e não apenas 6 dezenas de indiretos. Não somos uma nem
duas, somos 4 eleições e 80% de aprovação.
Nós, o Lula, não
envergonhamos o país.
Nós, a Dilma, somos
aqueles que levaram ao estudo os que nunca tiveram acesso às escolas.
Oferecemos salários e tiramos das esmolas. Levamos luz onde havia apagão. Vida
na água para o sertão e não o volume morto da sujeira da imprevisão, na
improvisação da inconsequência e irresponsabilidade.
Não somos a
incapacidade. Somos universidade e 400 escolas técnicas. Somos a ciência e para
nós não se fecham fronteiras. Somos mais médicos e mais remédios. O rio, a
lagoa e a ponte.
Não somos o abandono,
a ausência de infraestrutura. Somos a estrutura.
A distância e a
estrada, a recuperação da navegação, da rodovia, e a instalação da ferrovia. O
vento e a energia, a mata e a torre de transmissão.
Somos uma nação e não
a dívida. Não somos a indignação e o descalabro. Somos o mundo e não os maiores
abismos do mundo.
Somos a solução
efetiva e direta e não a invenção infecta de legislação que se revoga dois dias
depois de consumado o golpe da corrupção. O estancar da sangria dos donos da
corrupção.
Somos a investigação
dos que sangram a nação.
Nós, o Lula, somos 40
milhões libertos dos grilhões da miséria.
Nós, a Dilma, não
somos o Fora Temer. Somos a casa da vida fora da favela, somos o fora à fome. O
Brasil fora do Mapa Mundial da Fome.
Não somos a ALCA “al
carajo!” Somos o BRICS. Somos o Pan-americano, a Copa e a Olimpíada.
Somos a ascensão da 14ª
para a 6ª economia.
Somos o credor, não o
devedor. Somos a potência e não a subserviência.
Que nos processem. Que
nos cassem. Que nos prendam. E se não conseguirem, que se tente nos matar.
Mas não matem apenas
um!
Matem todos os mais de
50 milhões de Dilmas. Todos os mais de 50 milhões de Lulas!
Não processem, não
cassem, não prendam nem matem apenas um.
Vossas convicções não
passam de obsessões e vossos reles minutos de glória escorrerão pelo furo do
urinol da própria história.
Portanto, matem todos
e não deixem sobrar nenhum. Nem um!
Porque se sobrar um
dos mais de 50 milhões de Lula, não adianta adjetivar. Terá de se provar, sem
ridícula ficção de literaturas inverídicas, uma prova que seja.
Uma prova que seja das
tantas mentiras contra nós, o Lula.
*Raul
Longo é jornalista, escritor e poeta. Mora em Florianópolis e é colaborador do
“Quem tem medo da democracia?”, onde mantém a coluna “Pouso Longo”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário