sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Biografia


* Por Eduardo Oliveira Freire


Eduardo, quando deu por si, descobriu que tinha uma ambiguidade complexa em seu ser. Tinha sensibilidade de artista, mas não possuía talento. Sua vida se resumia a procurar uma forma de expressão. Esta busca foi uma travessia de vários ensaios na escrita, em fazer vídeos e a fotografar.

Atualmente, com o desenvolvimento da tecnologia, surgiram os smartphones com suas ferramentas e aplicativos que ajudavam a melhorar um pouco a foto. Eduardo passava horas a editar seus instantâneos, brincando de ser artista. Sem restrições, colocava um monte de filtros de edição de imagem nelas. Não tinha noção nenhuma de equilíbrio das cores.

Com o tempo, fotografar com o celular foi a mais nova e breve obsessão de Eduardo (acumulou breves obsessões ao decorrer das estações, eu que eu diga).

Porém, esta mania podia ser perigosa, já que havia a possibilidade de o considerarem bisbilhoteiro. Na verdade, Eduardo desejava capturar a beleza escondida no cotidiano. Sua mente se expandia para encontrá-la, enquanto a câmera do telefone não acompanhava. Até ficava desanimado de não conseguir descobrir algo interessante.

Um dia, no shopping, viu uma manequim na vitrine e clicou. Depois, recortou para focar o rosto e utilizou o aplicativo que transformava a foto em desenho.

Teve uma crise de identidade, sentiu-se fingidor e não queria mostrar ser o que não era. Começou a construir um manifesto para ele, com a finalidade de se justificar.

Concluiu que era um pseudoartista e sua pseudoarte o ajudava a enxergar o mundo em que vivia e a si mesmo.

* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/



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