Poema inacabado para João
* Por Clóvis Campêlo
Meu caro João,
a noite ainda não chegara aos teus olhos
mas já existia;
e a vida atravessava a avenida
com a naturalidade de um cão
prestes a ser atropelado.
Nada havia a ser dito
mas muitas palavras ecoaram.
Inútil e seca paisagem.
Não havia lágrimas,
não havia cores,
nem mesmo o som do rio capibaribe
ou as mulheres de sevilha.
Tão difícil a tua alma,
tua ansiosa calma.
Teu grito calado,
calcado na mesmice que insistiam
em jogar sobre ti.
Nem mesmo havia transpiração
naquela noite tropical.
Naquela noite, a eternidade do tempo
pairava sobre as águas da guanabara,
negra sombra na noite clara.
E nem mesmo eu sabia dos aviões
quando segurei pela última vez
na tua mão.
• Poeta, jornalista e radialista de Olinda/PE
* Por Clóvis Campêlo
Meu caro João,
a noite ainda não chegara aos teus olhos
mas já existia;
e a vida atravessava a avenida
com a naturalidade de um cão
prestes a ser atropelado.
Nada havia a ser dito
mas muitas palavras ecoaram.
Inútil e seca paisagem.
Não havia lágrimas,
não havia cores,
nem mesmo o som do rio capibaribe
ou as mulheres de sevilha.
Tão difícil a tua alma,
tua ansiosa calma.
Teu grito calado,
calcado na mesmice que insistiam
em jogar sobre ti.
Nem mesmo havia transpiração
naquela noite tropical.
Naquela noite, a eternidade do tempo
pairava sobre as águas da guanabara,
negra sombra na noite clara.
E nem mesmo eu sabia dos aviões
quando segurei pela última vez
na tua mão.
• Poeta, jornalista e radialista de Olinda/PE
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