Sobre Príncipes e florinhas amarelas
* Por Urda Alice Klueger
A Seleção Brasileira de Futebol... foi se concentrar numa cidadezinha que parece de brinquedo, 3.000 habitantes ao lado de um lago suíço, e toda a Primavera de um final de maio em torno! É claro que a nossa imprensa toda correu para lá, e pudemos ver, aqui, desde as humildes florinhas amarelas da primavera européia até às mais estonteantes paisagens que os cinegrafistas conseguiram encontrar!
No meu sofá, fiquei pensando: a que distância daquela cidadezinha vestida de verde-e-amarelo por nossa causa estará o meu amor? Quinhentos quilômetros? Mil quilômetros? Não pode ser muito mais que isso – tudo é tão perto praqueles lados! Na longitude onde está, já estará assim adiantada a Primavera, como está perto do lago suíço? Haverá por lá florinhas amarelas que nos pareceriam sem importância, mas que são tão lindas para quem tem um inverno prolongado? E as outras flores, as das árvores frutíferas, já estarão abertas? E que árvores frutíferas existem lá? Sem dúvida é uma terra de maçãs e pêras, pois elas sempre estão presentes nas histórias de fadas, e é por aqueles lados que elas vivem! Fadas, anões, renas, Papai Noel, lapões, trenós que voam, magos de longas túnicas negras com estrelas ... quanta coisa fantástica há lá por aquelas terras? A mais fantástica de todas, com certeza, é o meu Príncipe, aquele Príncipe todo cheio de luz e que ilumina e reina dentro do meu coração!
Aqui é noite; penso que lá já amanhece. Estará meu Príncipe despertando? Terá descansado o suficiente e terá nas faces a cor daquelas maçãs que são iguais à que Branca de Neve, inadvertidamente, mordeu? Talvez não, talvez o final de semana não tenha sido suficiente para que se recompusesse das muitas canseiras – ah! estivesse eu por lá e iria tentar descobrir uma fadinha bem mágica, e fazer com que ela espargisse sobre o cansaço dele o seu pó de pirlimpimpim... ou será que o meu Príncipe não leva a sério coisas como pó de pirlimpimpim? Bobagem minha, príncipes são encantados, e como é que um Príncipe Encantado como o meu amor não vai entender dessa coisa de fadas e suas magias?
De qualquer forma, não estou lá, e tenho tanta saudade dele! Eu o conheço o suficiente, porém, para saber da sua fidalguia, para saber que é encantado mesmo, e as fadas de verdade não deixam príncipes encantados na mão.
Então, a 500 ou a 1.000 quilômetros da Seleção Brasileira, numa terra de Primavera e de fiordes, vaga errante minha alma, porque meu Príncipe está por lá! Ficou meu corpo por aqui, em ânsia, arrasado de saudades, em terra onde não há renas voando, e onde as fadas não me dão muita bola, já que, ao contrário do Príncipe, não sou encantada. Então arrasto a vida penosamente, costuro um dia no outro, e resisto vivendo porque um dia o Príncipe plantou tão fascinante luz dentro do meu coração, que fez com que eu conseguisse olhar para o mundo através da lente do Amor, o que altera toda a ótica da vida.
Ah! Meu Príncipe, meu amor, mande algum desses seres míticos tão abundantes por aí me trazer alguma notícia! É tão pesada a vida assim quando nada sei de você além da possível longitude em relação à nossa Seleção! É tão fácil apaziguar e fazer florescer de novo o meu coração! Nem precisa ser muito; já ficava tudo melhor se dentro de mim nascessem algumas daquelas florinhas amarelas que existem lá perto do lago suíço! Aqui as pessoas nem ligam muito para florinhas assim, mas você sabe que para mim... Preciso tão pouco para ser feliz!
* Escritora de Blumenau/SC, historiadora e doutoranda em Geografia pela UFPR
* Por Urda Alice Klueger
A Seleção Brasileira de Futebol... foi se concentrar numa cidadezinha que parece de brinquedo, 3.000 habitantes ao lado de um lago suíço, e toda a Primavera de um final de maio em torno! É claro que a nossa imprensa toda correu para lá, e pudemos ver, aqui, desde as humildes florinhas amarelas da primavera européia até às mais estonteantes paisagens que os cinegrafistas conseguiram encontrar!
No meu sofá, fiquei pensando: a que distância daquela cidadezinha vestida de verde-e-amarelo por nossa causa estará o meu amor? Quinhentos quilômetros? Mil quilômetros? Não pode ser muito mais que isso – tudo é tão perto praqueles lados! Na longitude onde está, já estará assim adiantada a Primavera, como está perto do lago suíço? Haverá por lá florinhas amarelas que nos pareceriam sem importância, mas que são tão lindas para quem tem um inverno prolongado? E as outras flores, as das árvores frutíferas, já estarão abertas? E que árvores frutíferas existem lá? Sem dúvida é uma terra de maçãs e pêras, pois elas sempre estão presentes nas histórias de fadas, e é por aqueles lados que elas vivem! Fadas, anões, renas, Papai Noel, lapões, trenós que voam, magos de longas túnicas negras com estrelas ... quanta coisa fantástica há lá por aquelas terras? A mais fantástica de todas, com certeza, é o meu Príncipe, aquele Príncipe todo cheio de luz e que ilumina e reina dentro do meu coração!
Aqui é noite; penso que lá já amanhece. Estará meu Príncipe despertando? Terá descansado o suficiente e terá nas faces a cor daquelas maçãs que são iguais à que Branca de Neve, inadvertidamente, mordeu? Talvez não, talvez o final de semana não tenha sido suficiente para que se recompusesse das muitas canseiras – ah! estivesse eu por lá e iria tentar descobrir uma fadinha bem mágica, e fazer com que ela espargisse sobre o cansaço dele o seu pó de pirlimpimpim... ou será que o meu Príncipe não leva a sério coisas como pó de pirlimpimpim? Bobagem minha, príncipes são encantados, e como é que um Príncipe Encantado como o meu amor não vai entender dessa coisa de fadas e suas magias?
De qualquer forma, não estou lá, e tenho tanta saudade dele! Eu o conheço o suficiente, porém, para saber da sua fidalguia, para saber que é encantado mesmo, e as fadas de verdade não deixam príncipes encantados na mão.
Então, a 500 ou a 1.000 quilômetros da Seleção Brasileira, numa terra de Primavera e de fiordes, vaga errante minha alma, porque meu Príncipe está por lá! Ficou meu corpo por aqui, em ânsia, arrasado de saudades, em terra onde não há renas voando, e onde as fadas não me dão muita bola, já que, ao contrário do Príncipe, não sou encantada. Então arrasto a vida penosamente, costuro um dia no outro, e resisto vivendo porque um dia o Príncipe plantou tão fascinante luz dentro do meu coração, que fez com que eu conseguisse olhar para o mundo através da lente do Amor, o que altera toda a ótica da vida.
Ah! Meu Príncipe, meu amor, mande algum desses seres míticos tão abundantes por aí me trazer alguma notícia! É tão pesada a vida assim quando nada sei de você além da possível longitude em relação à nossa Seleção! É tão fácil apaziguar e fazer florescer de novo o meu coração! Nem precisa ser muito; já ficava tudo melhor se dentro de mim nascessem algumas daquelas florinhas amarelas que existem lá perto do lago suíço! Aqui as pessoas nem ligam muito para florinhas assim, mas você sabe que para mim... Preciso tão pouco para ser feliz!
* Escritora de Blumenau/SC, historiadora e doutoranda em Geografia pela UFPR
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