Estava escrito!
* Por Marleuza Machado
Quando meu filho completou 4 anos de idade, tentei colocá-lo na escola pela primeira vez. Tentativa frustrada, porque ele acenava para mim com 5 dedinhos, convicto que só iniciaria sua vida escolar com a idade que ele mesmo determinara. E assim aconteceu. Terminou a 1ª fase do ensino fundamental, sempre como primeiro da sala, repetindo o resultado dos anos anteriores. Outra vez mostrou convicção na escolha do colégio onde iniciaria a 2ª fase do ensino fundamental e concluiria o ensino médio. Mas, diferentemente do que ocorrera na pré-escola, o ingresso não aconteceu de forma tranquila. Ele optou pelo Colégio da Polícia Militar de Goiás e, obrigatoriamente, teria que passar pelo processo seletivo, quase tão disputado quanto um vestibular de entidade pública. Conclusão: Foi reprovado.
Não nego que eu e o pai ficamos chocados. Tínhamos certeza da capacidade do nosso filho em conquistar aquela vaga e no entanto, ele estava fora! Inconformados, descobrimos que havia chance de conseguirmos um lugar para nosso filho usando de "politicagem" ou do conhecido "jeitinho brasileiro", uma saída, para nós, fora dos parâmetros legais que sempre respeitávamos, porém, ver nosso filho sem o ensino público de qualidade a que tinha direito, muito nos entristecia. Movido pelo sentimento de justiça, o pai recorreu à pessoa "certa", e de forma "errada", nosso filho estava dentro.
Mesmo tendo seu ingresso garantido, no dia da matrícula eu me lembro bem: Ao sairmos da escola meu filho se mostrou aborrecido, pois queria ter conquistado sua vaga através de mérito próprio, sentindo a alegria em ver seu nome na relação dos aprovados. As palavras que eu disse na ocasião, para servir-lhe de consolo, ficaram gravadas no meu inconsciente e acho que, no dele também:
- Filho, você estará entrando nesta escola pela porta dos fundos, mas eu tenho certeza que sairá dela pela porta da frente!
Ele me provou, a partir dos primeiros anos, sua competência, sendo, quase sempre, o 2º lugar da sala (o 1° era do cdf Matheus Matias). Concluiu com louvor o ensino médio em 2010 e mais uma vez, convicto da escolha, se inscreveu para seu primeiro vestibular na UFG, pleiteando uma vaga no 3º curso mais concorrido daquela Universidade: Direito.
No último dia 04, acompanhei meu filho ao Colégio da Polícia Militar de Goiás, Unidade Hugo de Carvalho Ramos, para que se cumprisse o que eu havia previsto há 7 anos : As portas da escola se abriram, não para que ele saísse, mas para recebê-lo, com todas as honras, em virtude do seu nome, LUIZ AUGUSTO MACHADO DE OLIVEIRA estar contido na lista dos aprovados para o curso de Direito, da Universidade Federal de Goiás.
"DEUS ESCREVE CERTO POR LINHAS TORTAS".
Nota: Por causa das denúncias de favorecimento na aquisição de vagas e alegando também que a criança em tenra idade não deve passar pelo stress de processos seletivos, o Ministério Público do Estado de Goiás atuou junto às unidades dos Colégios Militares em Goiás, e hoje, as vagas são distribuídas de forma transparente através de sorteio público.
• Jornalista
* Por Marleuza Machado
Quando meu filho completou 4 anos de idade, tentei colocá-lo na escola pela primeira vez. Tentativa frustrada, porque ele acenava para mim com 5 dedinhos, convicto que só iniciaria sua vida escolar com a idade que ele mesmo determinara. E assim aconteceu. Terminou a 1ª fase do ensino fundamental, sempre como primeiro da sala, repetindo o resultado dos anos anteriores. Outra vez mostrou convicção na escolha do colégio onde iniciaria a 2ª fase do ensino fundamental e concluiria o ensino médio. Mas, diferentemente do que ocorrera na pré-escola, o ingresso não aconteceu de forma tranquila. Ele optou pelo Colégio da Polícia Militar de Goiás e, obrigatoriamente, teria que passar pelo processo seletivo, quase tão disputado quanto um vestibular de entidade pública. Conclusão: Foi reprovado.
Não nego que eu e o pai ficamos chocados. Tínhamos certeza da capacidade do nosso filho em conquistar aquela vaga e no entanto, ele estava fora! Inconformados, descobrimos que havia chance de conseguirmos um lugar para nosso filho usando de "politicagem" ou do conhecido "jeitinho brasileiro", uma saída, para nós, fora dos parâmetros legais que sempre respeitávamos, porém, ver nosso filho sem o ensino público de qualidade a que tinha direito, muito nos entristecia. Movido pelo sentimento de justiça, o pai recorreu à pessoa "certa", e de forma "errada", nosso filho estava dentro.
Mesmo tendo seu ingresso garantido, no dia da matrícula eu me lembro bem: Ao sairmos da escola meu filho se mostrou aborrecido, pois queria ter conquistado sua vaga através de mérito próprio, sentindo a alegria em ver seu nome na relação dos aprovados. As palavras que eu disse na ocasião, para servir-lhe de consolo, ficaram gravadas no meu inconsciente e acho que, no dele também:
- Filho, você estará entrando nesta escola pela porta dos fundos, mas eu tenho certeza que sairá dela pela porta da frente!
Ele me provou, a partir dos primeiros anos, sua competência, sendo, quase sempre, o 2º lugar da sala (o 1° era do cdf Matheus Matias). Concluiu com louvor o ensino médio em 2010 e mais uma vez, convicto da escolha, se inscreveu para seu primeiro vestibular na UFG, pleiteando uma vaga no 3º curso mais concorrido daquela Universidade: Direito.
No último dia 04, acompanhei meu filho ao Colégio da Polícia Militar de Goiás, Unidade Hugo de Carvalho Ramos, para que se cumprisse o que eu havia previsto há 7 anos : As portas da escola se abriram, não para que ele saísse, mas para recebê-lo, com todas as honras, em virtude do seu nome, LUIZ AUGUSTO MACHADO DE OLIVEIRA estar contido na lista dos aprovados para o curso de Direito, da Universidade Federal de Goiás.
"DEUS ESCREVE CERTO POR LINHAS TORTAS".
Nota: Por causa das denúncias de favorecimento na aquisição de vagas e alegando também que a criança em tenra idade não deve passar pelo stress de processos seletivos, o Ministério Público do Estado de Goiás atuou junto às unidades dos Colégios Militares em Goiás, e hoje, as vagas são distribuídas de forma transparente através de sorteio público.
• Jornalista
Fazer um mea culpa público desse não é para qualquer um. Todos aprendemos muito com isso. Mesmo na glória fica uma pontinha de tristeza de imaginar que, se esperasse um pouco mais, entraria e sairia com louvor, mas mãe é mãe e entendemos.
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