sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011




Ser escritor

* Por Eduardo Oliveira Freire



Quando penso na palavra escritor, lembro-me da aula do primeiro período da faculdade, em que o professor explicou a diferença entre política e ciência política. A primeira é a ação, a paixão e a intuição; a segunda analisa a estrutura das relações políticas, sociais e econômicas. Depois, ele argumentou que para ser político pode ser qualquer um: médico, advogado, professor...



No caso do escritor também há uma diversidade. Encontramos jornalistas, psiquiatras, sociólogos, engenheiros, desembargadores, entre outros... Para exercer essa função, é preciso ser intuitivo e entrar na ação. Recordo-me dos sambistas e dos repentistas que, com a sensibilidade e o saber da cultura popular, fazem canções cativantes e até críticas sociais.



Lógico que não se deve desprezar a leitura; ajuda o desenvolvimento das idéias. Mas se o indivíduo não tiver o dom, não será um contista, romancista e cronista. Seguirá o caminho de ensaísta, pesquisador ou gramático.



Tenho uma colega, por exemplo, que escreve muito bem artigos e resenhas. Sua monografia final de curso de graduação foi considerada melhor ou igual a uma tese de doutorado. Nunca quis escrever ficção. Contudo, há pessoas que exercem as duas funções: a de escritores e a de estudiosos, possuindo múltiplas habilidades... Depende muito da aptidão de cada pessoa.

* Eduardo Oliveira Freire é formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense, está cursando Pós Graduação em Jornalismo Cultural na Estácio de Sá e é aspirante a escritor

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