Os marginais
* Por Luiz Carlos Monteiro
1
O negócio suspeito
no refúgio do beco
pela rua escondido
onde está a saída
dessa boca de fumo
onde um bar se pergunta
o que foge do medo
enlaçado no enredo
entre trama e recuo
indo e vindo ligeiro
se livrando do cúmplice
implicado futuro
caso haja revista
caso chegue a polícia
de plantão no subúrbio.
2
Eu agora estou preso
e me sinto perdido
nesse trampo do tráfico
tudo leva ao crime
minha mãe vai me ver
na TV com algemas
não tomei seu conselho
vou pagar minha pena
nesta hora maldita
é preciso ser prático
não adianta cinismo
de quem foi grampeado
meus comparsas esperam
a cobrar o indevido
pelo pátio e nas celas
qualquer um traz perigo
a direção e outros presos
que no aperto transitam
os chaveiros e agentes
monitorando os motins
dia e noite atentos
a vigiar nós bandidos.
3
O privilégio de poucos
é a desgraça de muitos
os inimigos lá soltos
com estiletes e chuchos
tudo é moeda de troca
desde a cachaça ao fumo
há sempre um golpe rasteiro
de violência profunda
não facilita a cadeia
a traição e os abusos
a influência o dinheiro
é que implode esse mundo.
* Poeta, crítico literário e ensaísta, blog www.omundocircundande.blogspot.com
* Por Luiz Carlos Monteiro
1
O negócio suspeito
no refúgio do beco
pela rua escondido
onde está a saída
dessa boca de fumo
onde um bar se pergunta
o que foge do medo
enlaçado no enredo
entre trama e recuo
indo e vindo ligeiro
se livrando do cúmplice
implicado futuro
caso haja revista
caso chegue a polícia
de plantão no subúrbio.
2
Eu agora estou preso
e me sinto perdido
nesse trampo do tráfico
tudo leva ao crime
minha mãe vai me ver
na TV com algemas
não tomei seu conselho
vou pagar minha pena
nesta hora maldita
é preciso ser prático
não adianta cinismo
de quem foi grampeado
meus comparsas esperam
a cobrar o indevido
pelo pátio e nas celas
qualquer um traz perigo
a direção e outros presos
que no aperto transitam
os chaveiros e agentes
monitorando os motins
dia e noite atentos
a vigiar nós bandidos.
3
O privilégio de poucos
é a desgraça de muitos
os inimigos lá soltos
com estiletes e chuchos
tudo é moeda de troca
desde a cachaça ao fumo
há sempre um golpe rasteiro
de violência profunda
não facilita a cadeia
a traição e os abusos
a influência o dinheiro
é que implode esse mundo.
* Poeta, crítico literário e ensaísta, blog www.omundocircundande.blogspot.com
Pedro, soube agora, é póstumo o texto acima: nosso Luiz Carlos faleceu no dia 25 de julho.
ResponderExcluirEu não sabia da morte de Luiz Carlos. Estivemos juntos na última Fliporto, em Porto de Galinhas.
Os jornais nada disseram sobre o estudioso de Carlos Pena, responsável por tantos eventos literários no Recife, como a bela exposição sobre o poeta do Azul, ele próprio bom poeta e ótimo crítico literário.
Daqui envio os meus pêsames a familiares e amigos.