Mundo virtual
* Por Juarez José Viaro
Eu ando cansado desse mundo virtual da Internet. Tudo tão frio, tão distante, onde acabamos conhecendo pessoas apenas do mundo virtual e nos isolamos do mundo real, blá blá blá.
Resolvi tirar uns dias de descanso fora de São Paulo para me desplugar do computador. Fiz as malas, desliguei tudo, inclusive meu modem, e parti para uma praia distante, longe de qualquer lan house.
Foram dias maravilhosos, andei descalço na areia, tomei sol, respirei ar puro. Melhor ainda, sentei-me num banco em frente ao mar e me desliguei de tudo da vida mundana da Internet. Apenas observei as ondas do mar, indo e vindo, indo e vindo.
Outro dia, sentado noutro banco em frente ao mar, sentou-se a meu lado um senhor. Puxou conversa e conversamos demoradamente sobre vários assuntos. A crise do petróleo, a guerra do Iraque, os problemas do Brasil, a violência nas grandes cidades e o papo se estendeu pela tarde toda, enquanto as ondas do mar iam e vinham...
Senti que faltava isso em minha vida. Uma conversa real, com pessoas reais, que não estivessem frente uma webcam. Em tantos anos de acesso à Internet devo ter adquirido hábitos de internautas dos quais não consigo me desvencilhar. É como dirigir carro durante muito tempo. Depois, quando ando a pé na rua, eu me pego procurando o retrovisor para ver melhor alguém que cruzou comigo...
Fiquei a tarde toda assim, jogando conversa fora, com meu amigo casual, mas não virtual. O sol começava a se pôr no horizonte e eu senti que era hora de me despedir. Agradeci aqueles momentos de descontração, a gentileza do outro em conversar comigo e me despedi:
-- Um abraço, amigo! A gente tecla mais tarde...
* Jornalista e escritor. Publicou o livro de poemas “Aroma de Amora” e participou de movimentos literários em Osasco e São Paulo. Tem um romance inédito, “Viagem ao Interior”.
* Por Juarez José Viaro
Eu ando cansado desse mundo virtual da Internet. Tudo tão frio, tão distante, onde acabamos conhecendo pessoas apenas do mundo virtual e nos isolamos do mundo real, blá blá blá.
Resolvi tirar uns dias de descanso fora de São Paulo para me desplugar do computador. Fiz as malas, desliguei tudo, inclusive meu modem, e parti para uma praia distante, longe de qualquer lan house.
Foram dias maravilhosos, andei descalço na areia, tomei sol, respirei ar puro. Melhor ainda, sentei-me num banco em frente ao mar e me desliguei de tudo da vida mundana da Internet. Apenas observei as ondas do mar, indo e vindo, indo e vindo.
Outro dia, sentado noutro banco em frente ao mar, sentou-se a meu lado um senhor. Puxou conversa e conversamos demoradamente sobre vários assuntos. A crise do petróleo, a guerra do Iraque, os problemas do Brasil, a violência nas grandes cidades e o papo se estendeu pela tarde toda, enquanto as ondas do mar iam e vinham...
Senti que faltava isso em minha vida. Uma conversa real, com pessoas reais, que não estivessem frente uma webcam. Em tantos anos de acesso à Internet devo ter adquirido hábitos de internautas dos quais não consigo me desvencilhar. É como dirigir carro durante muito tempo. Depois, quando ando a pé na rua, eu me pego procurando o retrovisor para ver melhor alguém que cruzou comigo...
Fiquei a tarde toda assim, jogando conversa fora, com meu amigo casual, mas não virtual. O sol começava a se pôr no horizonte e eu senti que era hora de me despedir. Agradeci aqueles momentos de descontração, a gentileza do outro em conversar comigo e me despedi:
-- Um abraço, amigo! A gente tecla mais tarde...
* Jornalista e escritor. Publicou o livro de poemas “Aroma de Amora” e participou de movimentos literários em Osasco e São Paulo. Tem um romance inédito, “Viagem ao Interior”.
Além dessa despedida inusitada, mal chegou em casa, após as férias, correu para o vício. Quem mais fala mal da internet é quem mais dela é dependente.
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