segunda-feira, 25 de julho de 2011



Erva daninha

* Por Conceição Pazzola

No mar cai chuva pesada
Na serra arde fogo encarnado
No peito está tudo assanhado
Na hora o choro é velado

Paixão é o segredo contido
Tempestade de amor proibido
Pelo tempo foi tudo estragado

Foi covarde o amor esmagado
Restou viver sem esquecer
O dever, esperar e sonhar

Querer sem nada ocorrer
Cem comportas poder rebentar
Correntes quem dera quebrar
Quem dera ter a coragem

Libertos anseios antigos
Desato nós intrincados
Tenho vida sem amarras

Sem grilhões inimigos
Enfim estou livre a correr
Ao sabor do acaso viver

Amarras desatadas
Soltos os cordões
Sem mais nada
Para nos reter

Respirar, sorrir, gargalhar
Enfim ter uma vida leve
Breve somente para mim

Sem ninguém, adivinha
A erva daninha
A prever nosso fim.

• Poetisa

Um comentário:

  1. Erva daninha...teimosa.
    Mesmo arrancando sua alma pela raiz sempre
    retornam.
    Parabéns pela poesia.
    Abraços

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