A única que realmente interessa!
* Por Fernando Yanmar Narciso
* Por Fernando Yanmar Narciso
Quem diria que uma coisa feita há mais de 40 anos, de maneira arcaica e praticamente artesanal, ainda teria capacidade de ganhar corações? Pra tentar compreender como um programa conseguiu se manter por um ano redondo no ar e ainda encerrar como campeão de audiência, resolvi começar a comprar os DVDs (falsificados, evidentemente) de Irmãos Coragem, da nossa grande usineira de sonhos Janete Clair.
Well, sobre a obra, sua qualidade técnica parece até coisa da era paleolítica. As câmeras pareciam movidas a carvão, pois Daniel Filho, diretor da novela, dizia que cada uma pesava 60 quilos e não eram lá muito manejáveis pelos sets de filmagem, pois quase todas as tomadas eram feitas ou em close ou em cenários muito apertados, com exceção das externas.
Falando nelas, que eram surpreendentemente abundantes considerando a época da novela, a luz do sol ou qualquer outra iluminação mais forte saturava as imagens em preto-e-branco e quase todas, pelo menos no DVD, aparecem com jeito de negativos, ou seja, o que era para ser branco, como os rostos dos personagens, aparece preto nas externas e vice-versa. Mesmo assim, a Globo Marcas fez um serviço de restauração primoroso nas fitas, quase não dá para reparar os defeitos.
Já quanto ao texto… Janetão não era conhecida por escrever de maneira primorosa, mas mesmo as cenas mais bobinhas eram atuadas com uma intensidade tão grande, com uma humanidade tão calorosa, que faz todas as novelas feitas nos últimos 20 anos parecerem plastificadas demais.
Uma coisa que notei é que ela não gostava de redigir cenas longas demais. Até onde consegui assistir, o tempo máximo de cada uma é de três minutos, como toda boa música dos Ramones.
A história é o melodrama em pessoa, um verdadeiro coquetel molotov de pieguice e ingenuidade, com falas e atitudes risíveis pros tempos modernos, mas, como disse antes, de uma intensidade hipnótica, que creio eu, grudava a audiência pelo cangote na frente da tela do princípio ao fim. Tô amando cada minuto dessa trama mirabolante!
Comprem logo a coleção inteira
Well, sobre a obra, sua qualidade técnica parece até coisa da era paleolítica. As câmeras pareciam movidas a carvão, pois Daniel Filho, diretor da novela, dizia que cada uma pesava 60 quilos e não eram lá muito manejáveis pelos sets de filmagem, pois quase todas as tomadas eram feitas ou em close ou em cenários muito apertados, com exceção das externas.
Falando nelas, que eram surpreendentemente abundantes considerando a época da novela, a luz do sol ou qualquer outra iluminação mais forte saturava as imagens em preto-e-branco e quase todas, pelo menos no DVD, aparecem com jeito de negativos, ou seja, o que era para ser branco, como os rostos dos personagens, aparece preto nas externas e vice-versa. Mesmo assim, a Globo Marcas fez um serviço de restauração primoroso nas fitas, quase não dá para reparar os defeitos.
Já quanto ao texto… Janetão não era conhecida por escrever de maneira primorosa, mas mesmo as cenas mais bobinhas eram atuadas com uma intensidade tão grande, com uma humanidade tão calorosa, que faz todas as novelas feitas nos últimos 20 anos parecerem plastificadas demais.
Uma coisa que notei é que ela não gostava de redigir cenas longas demais. Até onde consegui assistir, o tempo máximo de cada uma é de três minutos, como toda boa música dos Ramones.
A história é o melodrama em pessoa, um verdadeiro coquetel molotov de pieguice e ingenuidade, com falas e atitudes risíveis pros tempos modernos, mas, como disse antes, de uma intensidade hipnótica, que creio eu, grudava a audiência pelo cangote na frente da tela do princípio ao fim. Tô amando cada minuto dessa trama mirabolante!
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• Designer e colunista do Literário, escritor do blog “O Blog do Yanmar”, http://fernandoyanmar.wordpress.com
Na época não assisti, mas depois consegui ver um ultracompacto da novela, e de fato, não dá para vê-la com os nossos olhos de hoje. Temos de nos transportar para a realidade desses tempos, agora já arcaicos. Boa pedida rememorar tempos idos, mas não perdidos.
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