sexta-feira, 29 de julho de 2011







Matemática

* Por Rodrigo Ramazzini

Na sala de casa...

- Pai!
- Hã!
- Paaaii!
- O que é? Estou te ouvindo... Fala...
- Quanto que é sete vezes oito?
- Por que tu queres saber?
- É para o tema de matemática da escola.
- Pergunta para a tua mãe...
- Eu não sei cadê ela...
- Procura!

O menino sai em busca da mãe. Retorna minutos depois...

- Não achei, pai!
- Então, espera aparecer! Fugir, ela não fugiu...
- Ah, pai! Ajuda!
- Tu não estás na escola para aprender isso?
- É que eu não lembro...
- Não lembra?
- Não!
- A professora não te explicou direito?
- É que...
- Fala! Porque se não eu vou lá na tua escola reclamar dela!
- Explicou, mas...
- Mas, o quê?
- Eu já disse... Eu esqueci!
- Não se fazem mais escolas como antigamente...
- Hã... Hã... Hã!
- Tu também não és santo, que eu te conheço! Aposto que fica o tempo todo conversando e não presta atenção nas aulas!
- Hã... Hã... Hã... É que...

Segundos de silêncio...

- Te senta ali naquela cadeira e não sai enquanto não finalizar esse tema da escola!
- Mas, pai!
- Castigo!
- Por quê?
- De uma vez!
- Pai...
- Vai de uma vez sem choramingar... E faz direito que depois eu vou corrigir!
- Quanto que é, então?
- Vai de uma vez...

O menino, com ar emburrado, senta-se na cadeira e fica a olhar a folha com o tema da escola. Enquanto isso, discretamente, o pai pega o celular e utilizando a calculadora, diz para si mesmo:

- Cinqüenta e seis! Não posso esquecer!


• Jornalista

3 comentários:

  1. Não critique quem não sabe o que você desconhece.
    Lembrei-me da minha mãe tomando banho e eu na porta, perguntando:
    -Mãe, quanto é nove vezes seis?
    -A nós desceis Divina Luz!
    -Não, mãe, não é a música, é a tabuada. Quanto é nove vezes seis?
    -54.
    Nunca me esqueci.

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  2. Texto engraçado mas que envolve uma temática relevante.
    Na educação dos filhos certas tarefas são delegadas às mães obrigatoriamente, dando ao pai
    a prerrogativa da cobrança.
    A educação dos filhos é um trabalho baseado no amor e principalmente na cumplicidade dos pais.
    Abraços Rodrigo.






    Bom te rever Mara.

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  3. Mara e Núbia!

    Obrigado pela leitura e comentário!

    Aquele abraço!

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