domingo, 17 de julho de 2011



Ataque ignóbil à UnB

Por Emanuel Medeiros Vieira

Para a minha filha Clarice, que com sensibilidade, garra e talento estudou na humanística e digna UnB. E em memória de Honestino Guimarães – assassinado pela ditadura militar.

As ideias que gestaram a UnB são das mais generosas que a América do Sul já conheceu. Era um sonho maior. Mesmo interrompido pelo Golpe de 1964, ele não morreu. E continua crescendo.
Da maneira mais sórdida, vil e ignóbil, em matéria escrita no esgoto da direita brasileira, pela revista "Veja" – cada vez mais reacionária, rancorosa, fundamentalista, beirando o fascismo – a universidade é atacada. Em verdade, quem é atacado é o humanismo. E a esperança
Os ratos não sabem conviver com o humanismo. Os fascistas não querem a diminuição da desigualdade. Só falta, a "Veja" berrar, como o general fascista na Guerra Civil Espanhola: "Abaixo, a inteligência! Viva a morte!"
Não me alongarei. Dói ver que jovens jornalistas estão vendendo tão cedo as suas almas aos podres poderes, em troca de pecúnia ou de desonrosas intenções. Quem me lê, conhece minhas viscerais diferenças em relação ao PT. Condeno o partido por outros motivos e razões, como a negação dos princípios republicanos. É outra coisa.
Uma matéria contra a UnB é muito perigosa para quem desconhece sua história, ainda mais em tempos tão áridos, medíocres, individualistas e pós-utópicos. (Brizola dizia que os fundadores da editora que publica a revista eram mafiosos fugidos da Itália.) É preciso não se calar! É preciso dizer não! Disseminem a mensagem para mostrar que a UnB não está só. E que enfrentou períodos mais ásperos.

*Romancista, contista, novelista e poeta catarinense, residente em Brasília, autor de livros como “Olhos azuis – ao sul do efêmero”, “Cerrado desterro”, “Meus mortos caminham comigo nos domingos de verão”, “Metônia” e “O homem que não amava simpósios”, entre outros.

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