quarta-feira, 27 de julho de 2011



Ficção

* Por Marleuza Machado


Quando dei por mim, já tinhas ido.
Como água que segue seu curso
Como flor murcha que deixa o caule
Como a primavera que dá lugar ao verão.

Quando dei por mim, já eras passado.
Como a lembrança do toque de mãos
Como o beijo do minuto vivido
Como a sensação do encontro não repetido.

Quando dei por mim, percebi que não foste real
Nasceste da minha imaginação, dos delírios, das loucuras.
Tiraste somente o pior de mim
Ignoraste minhas virtudes, as belezas da alma.
E do meu amor, que sabes?
Nada.
Desconheces tua capacidade de amar
De se entregar
De dar amor
De receber amor.
Soubeste onde e como me encontrar
Foste íntimo da minha boca, do meu corpo
Mas ignoraste o caminho que te levaria ao meu coração.

Por tudo isso, quando dei por mim
Já tinhas ido
Já eras passado
Percebi que não foste real.

• Poetisa e jornalista

3 comentários:

  1. Melhor assim...antes que te roubasse
    a esperança...
    Bela poesia.
    Abraços

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  2. Grata Núbia.
    O Pedro tem visitado meu blog, buscando algumas postagens antigas, quando a preoupação com a escrita ainda não era muito minha preocupação. Eu colocava ali as emoções. Relendo-as, sempre faço uma autocrítica e busco melhorar. Por outro lado, não perdi a esperança mas também não reverti a situação. É curioso observar a mim mesma, através do que esvrevi. Abraços.

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