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As Missões Jesuíticas
* Por Risomar Fasanaro
É tão forte a impressão que me causa a Missão de São Miguel, que chego a pensar: se estivesse com os pés descalços, sentiria o sangue que encharcou aquelas terras. Se estivesse sozinha, em silêncio, talvez ouvisse o riso das crianças guaranis, correndo por aquele pátio, mas talvez ouvisse também o que não quero ouvir: os gemidos, os gritos de horror dos que ali morreram.
O depoimento do Jesuíta Antonio Ruiz de Montoya, em 1636, nos dá conta de que não exagero em minhas impressões:
[…] aqueles tigres ferozes [os paulistas] começaram, com espadas, facões e alfanjes, a derrubar cabeças, truncar braços, despedaçar pernas e atravessar corpos, matando com a maior brutalidade ou barbaridade já vista no mundo.
[…] Provaram eles o fio de aço dos seus sabres em cortarem os meninos em duas partes, em lhes abrirem as cabeças e despedaçarem os seus membros fracos. […] Não mostraram qualquer compaixão com os feridos, sendo que em vez disso ou de preferência, os meteram numa prisão, defendida com boa guarda. […] Com respeito a seus próprios índios, que tinham consigo a título de ajuda, mostraram-se tão cruéis que, achando-se estes feridos pelos nossos, mandavam arrastá-los numa lagoa, para que ali se afogassem
CIMI- Conselho Indigenista Missionário. Outros 500: construindo uma nova história. São Paulo: Salesiana, 2001, p. 43
Era assim que agiam os bandeirantes em sua busca por escravos. O depoimento acima se refere à batalha que se deu na tomada da Missão de Jesus Maria, no Guairá, hoje oeste do Paraná, mas que não foi diferente em algumas outras. como a de São Miguel. Mas a meu ver, não foi apenas essa a violência que a nação guarani ali sofreu.
Mesmo quando escrevo este texto, tenho em mente as palavras do jesuíta Antonio Ruiz de Montoya sobre as valentes performances dos bandeirantes paulistas que reproduzi acima. Mas é melhor narrar esta viagem do princípio, senão corro o risco de não me fazer entender.
Noite de domingo, 11 de julho, e um frio de doer, partimos em direção ao MERCOSUL, para conhecer um pouco da historia das Missões Jesuíticas. A viagem fez parte de um projeto do Sinpro – Sindicato de Professores das escolas particulares de SP, e da Philos – Projetos Culturais e Ecológicos. Quem coordenou o grupo de 38 pessoas foi Marcos Yoshiaki Mituzawa, professor de Física e de Matemática há 30 anos, e que se revelou um coordenador perfeito.
Além de algumas Missões, nos três países, Brasil, Paraguai e Argentina, passamos pelo Solar do Che Guevara, por uma mina de geodos em Wanda, Argentina, e pelas Cataratas de Iguaçu. Hospedamo-nos a poucos metros de distância da Missão de São Miguel Arcanjo, por isso resolvi ir a pé com minha amiga Lídia.
Logo avistamos a igreja que pouco a pouco foi se aproximando, e crescendo em dimensões, e que ainda guarda muito do que foi. É quase um sonho estar ali diante do que eu só conhecia através de revistas de viagens.
Nadir Lurdes Damiani, professora da URI-Universidade Regional Integrada das Missões, é a guia que vai nos contando a historia das Missões: o projeto da igreja é do arquiteto italiano Gianbatista Primo, e a construção com pedras de arenito e mão-de-obra indígena orientada pelos jesuítas demorou dez anos. De 1735 a 1745 em três fases: a nave, a torre e o pórtico.
Textos da época relatam que os altares eram em talha com enfeites dourados e esculturas de madeira. Caminhando por dentro do que restou daquele templo, nos chamam a atenção os entalhes esculpidos pelos índios, e é possível perceber onde houve a mão dos mestres, e onde está a mão indígena. Nos rostos esculpidos as feições dos brancos de um lado e do outro os traços indígenas. Os frutos e flores da região também estão presentes em cada traço, cada curva que nos traduz o talento para as artes dos guaranis que ali viveram.
Nadir nos encaminha para as residências dos padres, logo atrás da igreja, ao lado das casas dos caciques, e em volta do terreno as dos demais indígenas. Nas reduções havia também uma escola para as crianças, um hospital, um cemitério, e o cotiguaçú, casa onde viviam as viúvas, os doentes e os órfãos que todos cuidavam. Não havia moeda, tudo funcionava à base de troca, e a distribuição de alimentos além de abundante era igual para todos.
Nos fundos ficavam as plantações de árvores frutíferas, algumas trazidas da Europa como uva, laranja, pêssego, e outras. Fico surpresa ao saber que os primeiros vinhos do Brasil foram produzidos ali, pelos indígenas.
Para que não se embebedassem com cauim, os padres incentivaram o uso da erva-mate que eles tinham trazido da Europa. Foi assim que se desenvolveu tanto o plantio como o hábito de beber chimarrão dos que até hoje vivem naquela região. Havia grandes plantações de erva-mate. No início elas não germinavam devido à resistência das sementes, mas inspirados no exemplo dos pássaros, os padres mandavam que as crianças defecassem nas valas de plantio, e assim a erva passou a se desenvolver em abundância.
Havia também nas reduções as oficinas em que os jesuítas ensinavam música, marcenaria, escultura. Ali muitos índios aprenderam a tocar violino e a cantar, com o padre Antonio Sepp, que tinha formação musical na Europa, e sob sua direção produziram instrumentos musicais, ferramentas agrícolas e sinos. A ele atribuem a introdução da fundição de aço no sul do Brasil.
Próximo às ruínas da igreja fica o museu que é um projeto do Lúcio Costa e que em respeito àquela cultura, obedece à semelhança das casas dos indígenas nas reduções.
O acervo do museu conta com mais de cem peças: esculturas de santos que impressionam por sua delicadeza, perfeição e expressividade. E se torna mais valioso aos nossos olhos por se tratar de peças esculpidas pelos guaranis.
Todas as reduções apresentam a mesma disposição geográfica, e nos pátios que havia em frente às igrejas aconteciam apresentações musicais com o mesmo nível dos concertos europeus. Conta-nos a guia que ali em São Miguel, o cacique Sepé Tiarajú encenava peças teatrais e jogos.
O padre Sepp se preocupava em construir com impacto ambiental zero, por isso eles se reuniam, planejavam e pesquisavam tudo antes, e escolhiam lugares altos, ventilados, e próximos de vertentes.
Os índios também se tornaram, no convívio com os jesuítas, excelentes copistas, impressores de livros e calígrafos tão habilidosos que se tornava difícil distinguir entre um livro impresso por eles e um impresso em Roma. E que enquanto copistas não ficavam nada a dever aos da Idade Media.
A experiência que os jesuítas realizaram naquela região é, para muitos historiadores, uma experiência comunista, muito anterior à revolução russa que só aconteceu em 1917.
Todas as noites, na missão de São Miguel, acontece a apresentação de um espetáculo de luz e som no pátio em frente à igreja. Com as vozes de Fernanda Montenegro, Lima Duarte, Paulo Gracindo, Juca de Oliveira, Rolando Boldrin, Armando Bogus e Maria Fernanda relata-se a historia daquelas Missões.
O fim daquelas missões se deu devido à disputa de fronteira entre as coroas portuguesa e espanhola, além do ciúme que o sucesso das Missões provocava nas ordens religiosas de Roma que colaboraram para o melancólico final daquelas reduções.
Notícias de que havia ouro naquela região e que os jesuítas pretendiam transformá-las em um estado independente, levaram à extinção da Companhia de Jesus em 1759. E fica minha reflexão final:
Não foi apenas a violência física que a nação guarani ali sofreu. Sim, aquele imenso terreno de São Miguel foi palco não apenas de violência física. A violência teve inicio com a imposição de um Deus que eles não conheciam nem amavam, que continuou com a imposição de uma língua que não era a sua, e mais adiante com a troca do cauim, bebida que consumiam há séculos e séculos por erva-mate.
Sim, ainda que tenhamos razão para nos orgulhar da arquitetura, e das esculturas criadas pelas mãos indígenas, não podemos nos esquecer que tudo não passou de uma troca. Que embora os europeus não reconhecessem, era aquela a cultura guarani. Cultura que já existia muito antes de o homem branco aqui chegar. E ainda que possamos ter em conta que tudo foi feito em nome de uma verdade na qual acreditava a Companhia de Jesus, isso custou a dizimação daquele povo. E até hoje vemos a que eles foram reduzidos em algumas cidades brasileiras, e que parte da responsabilidade cabe ao seu contato com os “civilizados”...
* Jornalista, professora de Literatura Brasileira e Portuguesa e escritora, autora de “Eu: primeira pessoa, singular”, obra vencedora do Prêmio Teresa Martin de Literatura em júri composto por Ignácio de Loyola Brandão, Deonísio da Silva e José Louzeiro. Militante contra a última ditadura militar no Brasil.
* Por Risomar Fasanaro
É tão forte a impressão que me causa a Missão de São Miguel, que chego a pensar: se estivesse com os pés descalços, sentiria o sangue que encharcou aquelas terras. Se estivesse sozinha, em silêncio, talvez ouvisse o riso das crianças guaranis, correndo por aquele pátio, mas talvez ouvisse também o que não quero ouvir: os gemidos, os gritos de horror dos que ali morreram.
O depoimento do Jesuíta Antonio Ruiz de Montoya, em 1636, nos dá conta de que não exagero em minhas impressões:
[…] aqueles tigres ferozes [os paulistas] começaram, com espadas, facões e alfanjes, a derrubar cabeças, truncar braços, despedaçar pernas e atravessar corpos, matando com a maior brutalidade ou barbaridade já vista no mundo.
[…] Provaram eles o fio de aço dos seus sabres em cortarem os meninos em duas partes, em lhes abrirem as cabeças e despedaçarem os seus membros fracos. […] Não mostraram qualquer compaixão com os feridos, sendo que em vez disso ou de preferência, os meteram numa prisão, defendida com boa guarda. […] Com respeito a seus próprios índios, que tinham consigo a título de ajuda, mostraram-se tão cruéis que, achando-se estes feridos pelos nossos, mandavam arrastá-los numa lagoa, para que ali se afogassem
CIMI- Conselho Indigenista Missionário. Outros 500: construindo uma nova história. São Paulo: Salesiana, 2001, p. 43
Era assim que agiam os bandeirantes em sua busca por escravos. O depoimento acima se refere à batalha que se deu na tomada da Missão de Jesus Maria, no Guairá, hoje oeste do Paraná, mas que não foi diferente em algumas outras. como a de São Miguel. Mas a meu ver, não foi apenas essa a violência que a nação guarani ali sofreu.
Mesmo quando escrevo este texto, tenho em mente as palavras do jesuíta Antonio Ruiz de Montoya sobre as valentes performances dos bandeirantes paulistas que reproduzi acima. Mas é melhor narrar esta viagem do princípio, senão corro o risco de não me fazer entender.
Noite de domingo, 11 de julho, e um frio de doer, partimos em direção ao MERCOSUL, para conhecer um pouco da historia das Missões Jesuíticas. A viagem fez parte de um projeto do Sinpro – Sindicato de Professores das escolas particulares de SP, e da Philos – Projetos Culturais e Ecológicos. Quem coordenou o grupo de 38 pessoas foi Marcos Yoshiaki Mituzawa, professor de Física e de Matemática há 30 anos, e que se revelou um coordenador perfeito.
Além de algumas Missões, nos três países, Brasil, Paraguai e Argentina, passamos pelo Solar do Che Guevara, por uma mina de geodos em Wanda, Argentina, e pelas Cataratas de Iguaçu. Hospedamo-nos a poucos metros de distância da Missão de São Miguel Arcanjo, por isso resolvi ir a pé com minha amiga Lídia.
Logo avistamos a igreja que pouco a pouco foi se aproximando, e crescendo em dimensões, e que ainda guarda muito do que foi. É quase um sonho estar ali diante do que eu só conhecia através de revistas de viagens.
Nadir Lurdes Damiani, professora da URI-Universidade Regional Integrada das Missões, é a guia que vai nos contando a historia das Missões: o projeto da igreja é do arquiteto italiano Gianbatista Primo, e a construção com pedras de arenito e mão-de-obra indígena orientada pelos jesuítas demorou dez anos. De 1735 a 1745 em três fases: a nave, a torre e o pórtico.
Textos da época relatam que os altares eram em talha com enfeites dourados e esculturas de madeira. Caminhando por dentro do que restou daquele templo, nos chamam a atenção os entalhes esculpidos pelos índios, e é possível perceber onde houve a mão dos mestres, e onde está a mão indígena. Nos rostos esculpidos as feições dos brancos de um lado e do outro os traços indígenas. Os frutos e flores da região também estão presentes em cada traço, cada curva que nos traduz o talento para as artes dos guaranis que ali viveram.
Nadir nos encaminha para as residências dos padres, logo atrás da igreja, ao lado das casas dos caciques, e em volta do terreno as dos demais indígenas. Nas reduções havia também uma escola para as crianças, um hospital, um cemitério, e o cotiguaçú, casa onde viviam as viúvas, os doentes e os órfãos que todos cuidavam. Não havia moeda, tudo funcionava à base de troca, e a distribuição de alimentos além de abundante era igual para todos.
Nos fundos ficavam as plantações de árvores frutíferas, algumas trazidas da Europa como uva, laranja, pêssego, e outras. Fico surpresa ao saber que os primeiros vinhos do Brasil foram produzidos ali, pelos indígenas.
Para que não se embebedassem com cauim, os padres incentivaram o uso da erva-mate que eles tinham trazido da Europa. Foi assim que se desenvolveu tanto o plantio como o hábito de beber chimarrão dos que até hoje vivem naquela região. Havia grandes plantações de erva-mate. No início elas não germinavam devido à resistência das sementes, mas inspirados no exemplo dos pássaros, os padres mandavam que as crianças defecassem nas valas de plantio, e assim a erva passou a se desenvolver em abundância.
Havia também nas reduções as oficinas em que os jesuítas ensinavam música, marcenaria, escultura. Ali muitos índios aprenderam a tocar violino e a cantar, com o padre Antonio Sepp, que tinha formação musical na Europa, e sob sua direção produziram instrumentos musicais, ferramentas agrícolas e sinos. A ele atribuem a introdução da fundição de aço no sul do Brasil.
Próximo às ruínas da igreja fica o museu que é um projeto do Lúcio Costa e que em respeito àquela cultura, obedece à semelhança das casas dos indígenas nas reduções.
O acervo do museu conta com mais de cem peças: esculturas de santos que impressionam por sua delicadeza, perfeição e expressividade. E se torna mais valioso aos nossos olhos por se tratar de peças esculpidas pelos guaranis.
Todas as reduções apresentam a mesma disposição geográfica, e nos pátios que havia em frente às igrejas aconteciam apresentações musicais com o mesmo nível dos concertos europeus. Conta-nos a guia que ali em São Miguel, o cacique Sepé Tiarajú encenava peças teatrais e jogos.
O padre Sepp se preocupava em construir com impacto ambiental zero, por isso eles se reuniam, planejavam e pesquisavam tudo antes, e escolhiam lugares altos, ventilados, e próximos de vertentes.
Os índios também se tornaram, no convívio com os jesuítas, excelentes copistas, impressores de livros e calígrafos tão habilidosos que se tornava difícil distinguir entre um livro impresso por eles e um impresso em Roma. E que enquanto copistas não ficavam nada a dever aos da Idade Media.
A experiência que os jesuítas realizaram naquela região é, para muitos historiadores, uma experiência comunista, muito anterior à revolução russa que só aconteceu em 1917.
Todas as noites, na missão de São Miguel, acontece a apresentação de um espetáculo de luz e som no pátio em frente à igreja. Com as vozes de Fernanda Montenegro, Lima Duarte, Paulo Gracindo, Juca de Oliveira, Rolando Boldrin, Armando Bogus e Maria Fernanda relata-se a historia daquelas Missões.
O fim daquelas missões se deu devido à disputa de fronteira entre as coroas portuguesa e espanhola, além do ciúme que o sucesso das Missões provocava nas ordens religiosas de Roma que colaboraram para o melancólico final daquelas reduções.
Notícias de que havia ouro naquela região e que os jesuítas pretendiam transformá-las em um estado independente, levaram à extinção da Companhia de Jesus em 1759. E fica minha reflexão final:
Não foi apenas a violência física que a nação guarani ali sofreu. Sim, aquele imenso terreno de São Miguel foi palco não apenas de violência física. A violência teve inicio com a imposição de um Deus que eles não conheciam nem amavam, que continuou com a imposição de uma língua que não era a sua, e mais adiante com a troca do cauim, bebida que consumiam há séculos e séculos por erva-mate.
Sim, ainda que tenhamos razão para nos orgulhar da arquitetura, e das esculturas criadas pelas mãos indígenas, não podemos nos esquecer que tudo não passou de uma troca. Que embora os europeus não reconhecessem, era aquela a cultura guarani. Cultura que já existia muito antes de o homem branco aqui chegar. E ainda que possamos ter em conta que tudo foi feito em nome de uma verdade na qual acreditava a Companhia de Jesus, isso custou a dizimação daquele povo. E até hoje vemos a que eles foram reduzidos em algumas cidades brasileiras, e que parte da responsabilidade cabe ao seu contato com os “civilizados”...
* Jornalista, professora de Literatura Brasileira e Portuguesa e escritora, autora de “Eu: primeira pessoa, singular”, obra vencedora do Prêmio Teresa Martin de Literatura em júri composto por Ignácio de Loyola Brandão, Deonísio da Silva e José Louzeiro. Militante contra a última ditadura militar no Brasil.
O período colonial está cheio de histórias assustadoras, e não haveríamos de constituir exceção num mundo que ainda atola os pés da barbárie, mas, de fato, Missões é um dos momentos mais trágicos. O que temos de dívidas uns com os outros espanta qualquer credor, mas é sempre bom relembrar o que andamos fazendo de ruim por aí para que tal não se repita, cara Ris. A viagem continua na próxima semana?
ResponderExcluirUma história melhor contada do que a que as crianças aprendem nos compêndios. Vemos aqui a maneira como os jesuitas enfiaram goela adentro dos índios uma cultura nova de uma maneira nada civilizada. A brutalidade nos sufoca, e, como você bem disse, os gritos ainda se fazem ecoar. Excelente texto Risomar, parabéns!
ResponderExcluirObrigada, meus queridos Daniel e Mara.O roteiro das Missões é uma viagem (nos dois sentidos- real e emocional) que nenhum brasileiro pode deixar de fazer.
ResponderExcluirImaginem se hoje algum governo chegasse e nos obrigasse a falar outra língua, a ter outras crenças?
Tanto os índios como os negros sofreram demais neste país. Descendente de indígenas pelo lado materno, a cultua indígena sempre me tocou muito.
Beijos nos dois