sábado, 29 de agosto de 2009




Alunos podem aprender sobre transplantes de medula óssea

* Por Seu Pedro

O esforço de uma mulher obstinada a ajudar o próximo foi recompensado. Sabedora que o transplante de medula óssea é a única esperança de cura para milhares de pessoas no mundo, que sofrem de doenças no sangue, Josefa Schimidt, paranaense de Ponta Grossa, há uma década promove campanhas de doadores de medula. Mas, a partir de novembro de 2005, com a idéia de suprir futuros doadores de conscientização e informações precisas, essa voluntária implantou o “Projeto Você Consegue”, que após três anos, foi reconhecido como ONG, a partir de um grupo de pessoas que viu importância na causa defendida por Josefa.

“O que tento fazer é provocar nas pessoas o desejo de se tornarem doadores”, diz Josefa, que agora vai mais além: “Lancei a idéia de implementar o tema medula óssea no currículo escolar, para que haja mais difusão e comprometimento com este tipo de doação”. E explica que qualquer pessoa pode ajudar a idéia de tornar obrigatório o tema, mesmo que em ensino transversal. Basta a assinatura eletrônica ao manifesto em favor do tema: “Sendo obrigatório na grade escolar, aumentará o número de doadores, conscientes da importância da medula no tratamento de doenças do sangue”, explica.

No Brasil o cadastro dos doadores é coordenado pelo Laboratório de Imuno-genética do Instituto Nacional do Câncer INCA. Isso é feito através do Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea – REDOME, que compartilha as informações com bancos de doadores do mundo inteiro. Atualmente existem mais de cinco milhões de doadores cadastrados em todo planeta. No Brasil o REDOME tem mais de 550 mil doadores cadastrados, número ainda pequeno, pois a probabilidade de encontrar um doador compatível é de uma em um milhão.

Josefa, em fala via telefone com o jornal Vanguarda, ressaltou: “Neste momento é que percebemos que nossos problemas rotineiros não têm o mínimo valor diante da luta diária de milhares de crianças, jovens, adultos e idosos pela vida. O que para o doador pode se resumir em um incômodo momentâneo, para o doente significa a cura”. E explicou: “Como procedimento cabível, para zelar pela saúde, como estabelece o Artigo 196 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, segundo o qual a saúde é direito de todos e dever do Estado, e dar conhecimento à população, o melhor caminho é a escola”.
Assim Josefa aponta a importância de implementar, em níveis Federal, Estadual e Municipal, a conscientização e solidariedade mútua, para que consigamos, cada vez mais, salvar mais vidas. “Como um meio de conscientização solidária, trazemos a idéia de implementar o tema medula óssea, no currículo escolar, para que este valor seja agregado durante o desenvolvimento e crescimento do indivíduo no meio social”, o que pode ser feito pelo site http://www.voceconsegue.net/.

Ao obter o número de assinaturas necessário, o manifesto será encaminhado ao Presidente da República para que sejam tomadas as providências necessárias para resolver este que é um sério problema brasileiro e mundial. “Sua participação é muito importante!”, conclui Josefa Schimidt.

(*) Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi, Bahia.


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